A digitalização da sociedade trouxe inúmeros avanços para empresas e consumidores, mas também abriu espaço para novos tipos de ameaças. Entre elas, o pretexting se destaca como uma tática cada vez mais comum entre cibercriminosos.

Essa prática, apesar de muitas vezes parecer sofisticada, tem como base algo simples: a confiança. O golpista se apresenta com um discurso plausível, finge ter autoridade e usa pretextos que fazem sentido ao contexto da vítima. É esse poder de persuasão que torna o pretexting tão perigoso e difícil de ser percebido a tempo.

Neste artigo, você vai entender o que é o pretexting, como ele se diferencia de outros golpes, de que forma afeta empresas de diferentes setores e o que pode ser feito para se proteger. Confira!

O que é o pretexting?

Pretexting é uma técnica de manipulação usada por golpistas para obter informações confidenciais, como dados bancários, senhas ou CPFs. O diferencial dessa abordagem é que o criminoso constrói um contexto falso com riqueza de detalhes para parecer convincente, muitas vezes fingindo estar em uma posição de autoridade ou confiança.

Ao contrário de ataques mais diretos, o pretexting depende da criação de uma narrativa que leve a pessoa-alvo a colaborar voluntariamente. Um exemplo comum é quando alguém se apresenta como auditor, fornecedor ou até parceiro da empresa e solicita informações sob o pretexto de uma suposta verificação de segurança, auditoria ou atualização cadastral.

Essa estratégia é bastante usada em esquemas de phishing e fraudes digitais e pode ter consequências graves, como roubo de identidade, invasão de contas corporativas e até desvio de recursos financeiros. Por isso, é fundamental que tanto pessoas quanto empresas adotem protocolos para checar a identidade de quem solicita dados sensíveis, especialmente em contatos feitos por telefone, e-mail ou mensagens instantâneas.

Qual é a diferença entre pretexting e phishing?

Tanto o pretexting quanto o phishing fazem parte do universo da engenharia social, mas cada um segue uma linha de abordagem diferente para enganar suas vítimas.

No pretexting, o golpista cria um personagem ou uma situação cuidadosamente planejada para interagir diretamente com a pessoa. O foco está na construção de um enredo convincente.

Já o phishing costuma acontecer de forma mais automatizada e impessoal. Nesse tipo de golpe, a pessoa-alvo recebe mensagens falsas — geralmente por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagem — que imitam o visual e o tom de instituições conhecidas, como bancos ou serviços de pagamento.

Enquanto o pretexting se concentra na manipulação psicológica e na construção de uma relação de confiança com a pessoa-alvo, muitas vezes por meio de interações mais longas, como ligações telefônicas ou conversas presenciais, o phishing utiliza comunicações rápidas e persuasivas, como e-mails falsos de bancos ou empresas conhecidas, para levar a pessoa a agir de forma precipitada.

Você pode se interessar pelo nosso conteúdo sobre fraudes no e-commerce e como prevenir esses tipos de situações.

Como funciona o golpe de pretexting?

No golpe de pretexting, o criminoso finge ser alguém confiável, como um funcionário de banco, técnico de TI ou representante de uma empresa conhecida, e cria um pretexto convincente para abordar a pessoa-alvo. A ideia é passar credibilidade e, assim, conseguir que a pessoa entregue dados confidenciais sem desconfiar.

Esse contato pode acontecer por diversos canais, como ligações, e-mails ou mensagens de texto. O golpista costuma apresentar uma justificativa plausível, como uma suposta verificação de segurança, uma atualização urgente de sistema ou até uma promessa de benefícios atrativos, como brindes ou descontos.

Por detrás do discurso elaborado, o objetivo é sempre o mesmo: convencer a pessoa a compartilhar informações sensíveis, como senhas de acesso, número de contas, dados bancários ou do cartão de crédito. Como o golpe se baseia na confiança e na urgência, muitas pessoas acabam colaborando sem perceber o risco.

Por isso, proteger os negócios contra ameaças como o pretexting é uma medida indispensável. Investir em estratégias eficazes de prevenção ajuda a manter a integridade das operações, reduz o risco de perdas financeiras e preserva a reputação da empresa. A segurança da informação começa com a conscientização de todos dentro da organização.

Como identificar um ataque de pretexting?

Ataques de pretexting podem ser sutis, mas alguns sinais ajudam a identificar quando há algo errado. Um dos principais alertas é o pedido de informações confidenciais fora de contexto, especialmente se a pessoa entrar em contato de forma inesperada, com um tom de urgência ou se dizendo ligada a uma empresa ou um órgão com o qual você não tem relação direta.

Fique atento a histórias mal contadas, detalhes confusos ou mudanças no discurso. Golpistas costumam agir com pressa e insistência, criando um clima de pressão para que você tome decisões rápidas, sem tempo de verificar a situação com calma.

Outro indício comum é a tentativa de criar um vínculo imediato de confiança, como mencionar nomes de pessoas conhecidas, posições de destaque ou situações que pareçam legítimas à primeira vista. Sempre que possível, confirme a identidade do solicitante usando canais oficiais e não confie apenas nos dados que ele fornece.

Se algo parecer fora do padrão ou causar desconfiança, interrompa a conversa e investigue melhor antes de fornecer qualquer dado pessoal. Embora a prevenção de ataques de pretexting seja desafiadora, empresas podem adotar estratégias eficazes, como a implementação de prevenção em camadas. Essas medidas ajudam a reduzir a probabilidade de um golpista utilizar as informações obtidas para prejudicar a organização.

Exemplos de pretexting

O pretexting representa um risco significativo, pois pode assumir diferentes formas e surpreender as pessoas em situações inesperadas. A seguir, apresentamos alguns exemplos dessa prática para que você saiba como reconhecê-la e agir com cautela. Confira!

Ligação de suporte técnico falso

Uma das formas mais frequentes de pretexting ocorre por meio de uma ligação telefônica, na qual o golpista se apresenta como técnico de uma empresa de tecnologia reconhecida. Ele alega ter detectado uma suposta falha de segurança no computador ou sistema da pessoa-alvo e, com um discurso técnico e convincente, solicita o acesso remoto ao dispositivo ou o fornecimento de senhas.

Caso consiga as credenciais ou o controle do equipamento, o criminoso pode executar diversas ações fraudulentas, desde o roubo de identidade até a invasão de redes corporativas e o sequestro de dados.

Falsa atualização de conta bancária

Você recebe uma mensagem, supostamente enviada pelo seu banco, pedindo a atualização de dados devido a um incidente de segurança. O link anexado leva a uma página criada para capturar informações bancárias.
Esse tipo de abordagem pode aparecer em outros contextos, com roteiros diferentes, mas sempre com o mesmo objetivo: induzir a pessoa a fornecer dados confidenciais.

Prêmio ou sorteio falso

Outra forma recorrente envolve o envio de mensagens que informam sobre um prêmio ou sorteio. Para recebê-lo, seria necessário preencher um formulário com dados como CPF ou número do cartão de crédito.
Com isso, os criminosos obtêm informações suficientes para praticar falsidade ideológica, utilizando os dados da pessoa como se fossem seus.

Quais setores estão mais expostos ao pretexting?

Embora qualquer organização possa ser alvo de pretexting, alguns setores apresentam riscos maiores devido ao volume e aos tipos de informações que manipulam:

  • Financeiro: acessos a dados bancários, movimentações e contas de clientes são ativos altamente visados.
  • Saúde: informações médicas, registros pessoais e dados de seguros são valiosos tanto para fraudes quanto para extorsões.
  • Educação: universidades lidam com dados de alunos, responsáveis, pagamentos e sistemas acadêmicos.
  • Varejo: coletas de dados de pagamento e histórico de compras tornam o setor vulnerável.
  • Setor público: informações de cidadãos, contratos e documentos governamentais são alvos frequentes.

Compreender os pontos mais sensíveis dentro do setor em que sua empresa atua é uma etapa estratégica para definir prioridades na prevenção de fraudes.

Como o pretexting afeta diretamente as empresas?

Apesar de o pretexting muitas vezes começar com um único indivíduo, os alvos principais dessa estratégia são, em grande parte, as empresas. Um colaborador enganado pode ser a porta de entrada para ataques muito mais graves, como acesso não autorizado a sistemas internos, vazamento de dados estratégicos ou invasão de contas corporativas.

Empresas que lidam com informações sensíveis – como dados bancários, registros de clientes, propriedade intelectual e documentos regulatórios – precisam estar cientes de que o pretexting pode comprometer a integridade de toda a operação. Além disso, os danos reputacionais resultantes de uma fraude desse tipo podem levar anos para serem recuperados.

O ambiente corporativo se tornou um dos alvos favoritos dos cibercriminosos. E o motivo é simples: os sistemas empresariais concentram grande volume de dados valiosos e, em muitos casos, apresentam falhas humanas exploráveis. Basta um único colaborador clicar em um link falso ou fornecer acesso remoto sob um pretexto convincente para que toda a rede interna fique exposta.

Por isso, proteger os negócios contra ameaças como o pretexting é uma medida indispensável. Investir em estratégias eficazes de prevenção ajuda a manter a integridade das operações, reduz o risco de perdas financeiras e preserva a reputação da empresa. A segurança da informação começa com a conscientização de todos dentro da organização.

Pretexting em ambientes de trabalho híbrido ou remoto

A popularização do home office e dos modelos híbridos aumentou as vulnerabilidades relacionadas a ataques de pretexting. Isso porque, fora do ambiente físico da empresa, muitos colaboradores têm menos supervisão, utilizam redes domésticas com menor proteção e, em alguns casos, acessam sistemas corporativos por meio de dispositivos pessoais.

Nesse contexto, o pretexting pode ocorrer por meio de ligações, mensagens de texto ou e-mails que simulam alertas urgentes da equipe de TI, do financeiro ou do RH. Uma comunicação aparentemente legítima pode convencer o funcionário a instalar softwares maliciosos ou compartilhar senhas de sistemas internos.

Por isso, é necessário estabelecer protocolos claros de autenticação e comunicação com os colaboradores, orientando sobre como identificar contatos suspeitos, especialmente os que pedem ações imediatas com base em contextos falsos. Reforçar a política de segurança da informação é um dos caminhos eficazes para lidar com esse tipo de ameaça.

Como montar uma política de prevenção ao pretexting na sua empresa

Empresas interessadas em reduzir os riscos de pretexting precisam adotar uma abordagem multidisciplinar. Isso envolve desde a tecnologia utilizada até a cultura organizacional. Confira algumas boas práticas para montar uma política sólida:

  • Crie diretrizes de resposta: todos os colaboradores devem saber o que fazer ao suspeitar de um golpe. Ter um canal interno para reporte de fraudes e protocolos claros de ação rápida pode fazer diferença no impacto do ataque.
  • Invista em treinamentos contínuos: colaboradores bem informados se tornam a primeira linha de defesa. Simulações periódicas de tentativas de pretexting ajudam a manter todos atentos e preparados.
  • Implemente múltiplas camadas de autenticação: autenticação multifator (MFA), validações de IP e login biométrico são recursos que aumentam a segurança no acesso aos sistemas.
  • Segmente o acesso a informações: nem todo colaborador precisa acessar todos os dados. Definir níveis de acesso por função limita o potencial de danos mesmo em casos de violação.
  • Monitore o comportamento de login: ferramentas que identificam padrões incomuns de acesso ou ações suspeitas em tempo real ajudam a detectar brechas antes que se tornem irreversíveis.

Construir essa cultura de segurança requer planejamento, atualização constante e engajamento de todas as equipes da organização. Quanto mais integrada for a resposta às ameaças, menores serão as chances de uma fraude comprometer os dados e a operação do negócio.

A importância do comportamento digital responsável

O comportamento digital dentro da empresa deve refletir uma cultura de responsabilidade com os dados e com a segurança da informação. Incentivar atitudes simples, como confirmar a identidade de remetentes suspeitos, verificar URLs antes de clicar e não compartilhar dados sensíveis por mensagens, pode prevenir muitos ataques de pretexting.

Outro ponto importante é manter a comunicação transparente entre áreas como TI, segurança da informação, jurídico e RH. Essas áreas devem trabalhar juntas para revisar práticas internas, aprimorar protocolos e atualizar os sistemas diante de novas ameaças que causam risco reputacional.

Fui vítima de um golpe de pretexting. O que devo fazer?

Cair em um golpe pode causar confusão e preocupação, mas agir rápido pode ajudar a minimizar os danos.

Comunique imediatamente o ocorrido à sua instituição financeira, principalmente se houve compartilhamento de dados bancários ou movimentações suspeitas. É fundamental trocar as senhas de todas as contas envolvidas e, se possível, ativar a autenticação em duas etapas.

Se você forneceu informações que possam impactar seu histórico de crédito, vale a pena entrar em contato com os órgãos de proteção ao crédito para solicitar alertas ou bloqueios temporários de novas solicitações em seu nome.

O pretexting, muitas vezes, é apenas o início de ataques mais complexos que podem atingir empresas ou instituições. Por isso, reforçar a segurança digital e adotar práticas de prevenção — como treinamentos internos e verificação de identidade em múltiplas etapas — são ações fundamentais para evitar problemas maiores no futuro.

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