Quer começar a trabalhar para si mesmo e se lançar no universo do empreendedorismo? Então saiba que você encontrou o apoio ideal para ganhar mais independência no mercado. Seja para Microempreendedores Individuais (MEIs) ou para qualquer outro formato de empresa, uma etapa crucial para concretizar esse sonho é adquirir seu próprio CNPJ.
Na prática, independentemente do perfil de empreendedor, algumas pessoas ainda têm receio de formalizar seus negócios por questões burocráticas e de custo. Mas é preciso entender que, felizmente, os tempos mudaram; hoje em dia é bem mais fácil tirar o CNPJ de acordo com sua situação. Que tal saber direitinho como todo o processo funciona? Continue sua leitura e entenda melhor sobre esse assunto a seguir!
Neste conteúdo você vai ler (Clique no conteúdo para seguir)
- O que é o CNPJ e qual a sua importância?
- Como adquirir CNPJ e quem pode tê-lo?
- 1. Microempreendedor Individual (MEI)
- 2. Microempresa (ME)
- 3. Empresário Individual (EI)
- 4. Sociedade Limitada (Ltda)
- 5. Sociedade Anônima (S.A.)
- Quais os direitos e obrigações de quem tem um CNPJ?
- A) Seguro-desemprego e FGTS
- B) Imposto de Renda
- C) Salário-maternidade
- D) Bolsa Família
- E) Aposentadoria
- F) Compra de veículos
- G) Concurso público
- H) Carteira assinada
- Por que adquirir um CNPJ para o seu negócio?
- Quais os riscos de não formalizar sua empresa
- Não poder emitir notas fiscais
- Não poder contratar funcionários
- Não poder participar de licitações
- Não conseguir crédito
- Não ter um alvará ou licença ambiental
- Quanto custa criar um CNPJ e quais os impostos envolvidos?
- Custo do CNPJ para os MEIs
- O que está incluso na contribuição?
- Custo do CNPJ para as demais modalidades
- 1. IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica)
- 2. CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)
- 3. COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)
- 4. PIS/Pasep
- 5. ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços)
- 6. ISS (Imposto Sobre Serviços)
- 7. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
- 8. CPP (Contribuição Previdenciária Patronal)
- 9. INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
- Quais são os documentos necessários para abrir um CNPJ?
- Endereço e documentação do local do negócio
- CNAE e requisitos específicos para MEI
- Quanto tempo leva para abrir um CNPJ?
- Prazo para abertura de empresas maiores
- Fatores que influenciam o tempo de abertura
- Escolha o formato e a atividade correta do CNPJ
- Diferença entre CNPJ e inscrição estadual/municipal
- Por que a inscrição estadual e municipal são importantes?
- Qual regime tributário escolher para sua empresa?
- 1. MEI
- 2. Simples Nacional
- 3. Lucro Presumido
- 4. Lucro Real
- Como é realizada a solicitação do CNPJ?
- Posso ter o CNPJ negativado?
- Como evitar que o seu CNPJ seja negativado?
- Negociação com fornecedores e monitoramento do score
- Organização financeira e reserva de emergência
- Como consultar o seu CNPJ?
- Como atualizar ou alterar dados do seu CNPJ?
- Quando é preciso atualizar os dados do CNPJ
- Posso cancelar o meu CNPJ?
- Como fazer a gestão das finanças depois de abrir um CNPJ?
- Crie controles e políticas financeiras eficientes
O que é o CNPJ e qual a sua importância?
O CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) é o número que identifica oficialmente uma empresa junto à Receita Federal. Assim como o CPF comprova a existência de uma pessoa física, o CNPJ garante que um negócio é real e reconhecido legalmente. Mas e os profissionais autônomos, eles precisam desse registro para trabalhar? A resposta é sim!
Ter um CNPJ é fundamental para emitir notas fiscais, firmar contratos e prestar serviços tanto para pessoas físicas quanto para empresas. A seguir, explicaremos em detalhes por que esse registro é tão importante e como ele pode impactar o trabalho de quem atua por conta própria.
Como adquirir CNPJ e quem pode tê-lo?
Falando em profissionais autônomos, vale ampliar a questão: quem mais pode ter um CNPJ? Antes de formalizar seu negócio, é importante entender em qual categoria ele se encaixa — o tipo de registro influencia nas obrigações fiscais e nos benefícios que você poderá acessar. Confira a seguir:
1. Microempreendedor Individual (MEI)
Essa categoria é destinada a pequenos empreendedores com faturamento anual de até R$ 81 mil, que não sejam sócios nem titulares de outra empresa. O MEI pode contratar apenas um funcionário, com salário mínimo ou piso da categoria. Apesar de ter um CNPJ, o microempreendedor individual ainda não é considerado uma empresa em si.
A formalização é simples e sem burocracia, dispensando a contratação de um contador. Além disso, quem opta por se registrar como MEI tem benefícios fiscais importantes, como a isenção de tributos federais (IRPJ, PIS, Cofins, entre outros).
2. Microempresa (ME)
Se o faturamento da sua empresa ultrapassar R$ 80 mil e for de até R$ 360 mil por ano, ela deixa de ser MEI e passa a ser classificada como uma Microempresa. Nesse caso, o registro deve ser feito na Junta Comercial. A principal vantagem é poder escolher entre diferentes regimes tributários, como Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real, variando conforme o perfil e as necessidades do seu negócio.
3. Empresário Individual (EI)
Para ser considerado um Empresário Individual, é necessário atuar como pessoa física e não possuir participação em outras empresas. Nesse caso, o CNPJ serve apenas como registro fiscal, sem conferir personalidade jurídica própria. Ainda assim, o empresário pode adotar um nome fantasia para identificar o seu negócio.
Como a carga tributária é mais alta do que a dos MEIs, contar com o apoio de um contador é altamente recomendado para evitar erros e otimizar a gestão fiscal. Para entender melhor, um exemplo de Empresário Individual seria um cabeleireiro que abre seu próprio salão de beleza. Assim, o indivíduo atua como pessoa física, registra o negócio em seu nome e obtém um CNPJ apenas para emitir notas fiscais e cumprir obrigações tributárias.
4. Sociedade Limitada (Ltda)
Nessa modalidade, a sociedade é formada por dois ou mais sócios. Em caso de falência, o patrimônio pessoal deles pode ser alcançado judicialmente, mas a responsabilidade de cada um se limita ao valor do capital social investido. Uma Ltda também pode ser enquadrada tanto como Microempresa (ME) quanto Empresa de Pequeno Porte (EPP).
Os sócios têm flexibilidade para entrar ou sair da sociedade mediante alteração contratual. Além disso, o contrato permite definir quem será responsável pela administração e quem apenas prestará contas. Essa distinção é importante porque, se um sócio cometer alguma infração, apenas ele responderá por seus atos, preservando os demais.
5. Sociedade Anônima (S.A.)
As Sociedades Anônimas reúnem grandes empresas consolidadas, com capital social estruturado para receber investimentos. Podem ser de capital fechado, com controle restrito a um grupo de acionistas, ou de capital aberto, quando suas ações são negociadas na bolsa de valores.
Nesse último caso, qualquer investidor pode se tornar acionista ao adquirir ações da empresa — e é a quantidade dessas ações que define o grau de participação e responsabilidade de cada um. A gestão da companhia pode contar com um conselho de administração, responsável por eleger o administrador que conduz as decisões executivas.
Quais os direitos e obrigações de quem tem um CNPJ?
Ter um CNPJ garante mais do que apenas o registro formal de uma empresa. A formalização traz uma série de direitos que ampliam as oportunidades de crescimento do negócio e oferecem segurança jurídica ao empreendedor. Entre esses benefícios estão vantagens fiscais, acesso a crédito e a possibilidade de firmar contratos e parcerias de forma regularizada. Confira a seguir:
A) Seguro-desemprego e FGTS
Uma das principais dúvidas de quem pretende abrir um CNPJ é sobre o direito ao seguro-desemprego. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, quem possui empresa registrada, mesmo que inativa, perde o direito ao benefício.
Isso ocorre porque, ao abrir um CNPJ, a pessoa passa a ser considerada empregadora, e não mais empregada, ficando fora das condições previstas para o recebimento. Já o saque do FGTS continua permitido, desde que o trabalhador atenda aos requisitos legais.
B) Imposto de Renda
Para evitar cair na malha fina, o MEI deve cumprir duas obrigações distintas. Como pessoa jurídica, é preciso informar o faturamento anual da empresa na Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI).
Já como pessoa física, deve declarar no Imposto de Renda os valores recebidos do negócio. Nessa etapa, apenas o lucro — considerado rendimento isento e não tributável — deve constar na declaração, enquanto o faturamento total é informado exclusivamente na DASN.
C) Salário-maternidade
Mulheres microempreendedoras têm direito ao salário-maternidade. O benefício é concedido pelo INSS por um período de 120 dias, desde que a contribuinte tenha realizado ao menos 10 meses de contribuição. Durante esse tempo, o valor que a MEI paga mensalmente como contribuição é descontado do benefício.
D) Bolsa Família
Ser MEI não faz com que a pessoa empreendedora perca automaticamente o Bolsa Família. A única atenção necessária, nesse caso, é com o aumento da renda familiar: se ela ultrapassar o limite permitido pelo programa, o benefício pode ser revisto ou suspenso.
E) Aposentadoria
No caso da aposentadoria, o tempo de contribuição anterior à formalização como MEI é somado ao período em que o profissional contribui como Microempreendedor Individual. Mesmo quem já é aposentado deve continuar recolhendo a contribuição previdenciária. Já uma pessoa aposentada por invalidez que se torna MEI perde automaticamente o benefício, pois o novo vínculo indica capacidade para o trabalho.
F) Compra de veículos
Quem possui CNPJ pode comprar carros com desconto direto na concessionária. O valor do abatimento depende da marca, do modelo e das condições de cada montadora, podendo representar uma boa economia na compra de veículos novos.
G) Concurso público
Quem ocupa o cargo de gerente ou administrador de uma empresa não pode exercer função pública. A única exceção é para quem participa apenas como acionista ou cotista, sem envolvimento direto na gestão do negócio.
H) Carteira assinada
É possível ser MEI e ter carteira assinada; no entanto, o trabalhador não terá direito ao seguro-desemprego. Além disso, é importante conferir se o contrato de trabalho permite o exercício de outras atividades profissionais fora do expediente.
Por que adquirir um CNPJ para o seu negócio?
Muitos autônomos ainda têm receio de abrir um CNPJ por medo de perder direitos, mas o efeito é justamente o contrário: a formalização traz ainda mais segurança e vantagens. Com o CNPJ, é possível contribuir para o INSS e garantir benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade.
Além disso, separar as finanças pessoais das profissionais facilita o controle do negócio e evita problemas futuros. Essa formalização também amplia as oportunidades de crescimento, permitindo acesso a empréstimos com melhores condições e isenções fiscais para MEIs. Por fim, outro ponto importante é que um CNPJ transmite mais credibilidade e confiança aos clientes, fortalecendo sua imagem no mercado.
Quais os riscos de não formalizar sua empresa
Pense na importância do seu CPF no seu dia a dia. Sem ele, você não conseguiria abrir conta em banco, fazer compras a prazo ou declarar imposto. Com uma empresa, é a mesma lógica: sem CNPJ, mesmo um MEI fica irregular e perde acesso a serviços básicos para operar e crescer. Continue lendo e entenda o que acontece quando um negócio funciona sem registro.
Não poder emitir notas fiscais
A falta de emissão de notas fiscais compromete o controle financeiro e dificulta a contabilidade do negócio, podendo gerar prejuízos para a empresa. Além disso, muitos clientes e parceiros exigem esse documento, e sem ele você pode perder oportunidades importantes.
Não poder contratar funcionários
Fazer um negócio crescer sem contratar funcionários de forma legal é um grande risco. Além de afastar bons profissionais, que buscam segurança e benefícios trabalhistas, a empresa pode enfrentar ações judiciais e multas caso ocorra um acidente ou fiscalização.
Não poder participar de licitações
Sem a formalização de um CNPJ, sua empresa perde a chance de prestar serviços ao poder público — uma oportunidade que poderia ampliar o fluxo de caixa, fortalecer a credibilidade da marca e consolidar seu espaço em um mercado cada vez mais competitivo.
Não conseguir crédito
Sem CNPJ, os juros e impostos recaem sobre o seu CPF, tornando o crédito mais caro e limitado; ou seja, garantir empréstimos para sua empresa se torna uma tarefa mais difícil. Além disso, operar apenas como pessoa física pode transmitir falta de profissionalismo aos clientes e chamar a atenção da Receita Federal em fiscalizações. Na prática, a ausência de registro impede o crescimento legal e sustentável da empresa.
Não ter um alvará ou licença ambiental
A formalização também envolve a obtenção de alvará e licença ambiental, quando exigido por lei, para garantir que o negócio opere de forma legal. Sem esses documentos, a empresa pode enfrentar sanções legais, como multas, interdições ou até o fechamento definitivo das atividades.
Quanto custa criar um CNPJ e quais os impostos envolvidos?
Abrir um CNPJ é o primeiro movimento para quem deseja formalizar um negócio e atuar de maneira regular no mercado. Mas uma dúvida comum entre os empreendedores é quanto custa esse processo. Além do registro, há possíveis taxas e despesas que variam conforme o tipo de empresa, o estado e os serviços contratados.
Custo do CNPJ para os MEIs
Abrir um CNPJ como MEI é simples e barato, já que não há necessidade de contratar um contador. Após o registro, o microempreendedor deve arcar apenas com a contribuição mensal obrigatória, por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). Os valores são fixos e variam conforme a atividade:
Comércio ou Indústria:
- INSS: 5% do salário mínimo (R$ 75,90)
- ICMS: R$ 1,00
- Total: R$ 76,90
Serviços:
- INSS: 5% do salário mínimo (R$ 75,90)
- ISS: R$ 5,00
- Total: R$ 80,90
Comércio + Serviços:
- INSS: R$ 75,90
- ICMS + ISS: R$ 6,00
- Total: R$ 81,90
MEI Caminhoneiro: paga 12% do salário mínimo (R$ 182,16) + adicionais, podendo chegar a R$ 188,16.
O que está incluso na contribuição?
A contribuição inclui a Previdência Social, que assegura benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade, além dos tributos estaduais (ICMS) e municipais (ISS), conforme a atividade exercida.
O DAS pode ser emitido diretamente no Portal do Empreendedor e pago em bancos conveniados, como Caixa Econômica, Banco do Brasil, instituições estaduais e casas lotéricas.
Custo do CNPJ para as demais modalidades
Abrir um CNPJ fora da categoria de MEI envolve etapas e custos um pouco mais complexos. As demais modalidades empresariais exigem taxas de registro, inscrição estadual, licenças e, em alguns casos, honorários contábeis.
Esses valores variam conforme o tipo de empresa, o estado e o porte do negócio, influenciando diretamente no investimento inicial para formalização. Nesses casos, é altamente recomendada a contratação de um contador. Confira os tributos a seguir:
1. IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica)
O Imposto de Renda Pessoa Jurídica é cobrado sobre o lucro das empresas, conforme o regime tributário adotado, como Lucro Real, Presumido ou Simples Nacional. A forma de cálculo e a alíquota variam de acordo com esse enquadramento, o que define quanto a empresa deve recolher ao governo.
2. CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)
A CSLL incide sobre o lucro das pessoas jurídicas que estão sujeitas ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ). Atualmente, a proposta do governo prevê alíquota de 10% para empresas em geral, 16% para seguradoras, empresas de capitalização, corretoras e sociedades de crédito, e 22% para instituições financeiras (bancos).
3. COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)
Essa contribuição, calculada mensalmente sobre o faturamento da empresa, tem como objetivo financiar a seguridade social, que abrange áreas como previdência, assistência e saúde pública. Micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional estão isentas do pagamento, pois o tributo já está incluído na guia unificada do regime.
4. PIS/Pasep
Esses tributos são programas de contribuição social destinados a trabalhadores do setor privado (PIS) e servidores públicos (Pasep). A arrecadação é feita mensalmente pelas empresas, com base na folha de pagamento ou no faturamento.
Esses recursos financiam benefícios como o abono salarial, o seguro-desemprego e a participação na receita das entidades. O valor é recolhido junto aos tributos mensais da empresa.
5. ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços)
O ICMS é um imposto que incide sobre a circulação de mercadorias e a prestação de determinados serviços. Ele deve ser pago por empresas que vendem produtos, realizam transferências comerciais ou prestam serviços de transporte e comunicação.
6. ISS (Imposto Sobre Serviços)
O ISS é um tributo municipal cobrado de empresas que prestam serviços. A alíquota varia conforme o município e o tipo de atividade, geralmente entre 2% e 5%. Apenas negócios cuja atividade principal envolve prestação de serviços devem recolher o ISS.
7. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
O IPI é uma cobrança federal aplicada a empresas que produzem, industrializam ou importam mercadorias. A alíquota é calculada sobre o preço de venda e definida pela TIPI (Tabela de Incidência do IPI), variando conforme o tipo de produto. Esse imposto também impacta o preço final de venda ao consumidor.
8. CPP (Contribuição Previdenciária Patronal)
Esse encargo é destinado ao financiamento da Seguridade Social, abrangendo aposentadorias e outros benefícios. No comércio e na indústria, a alíquota varia entre 2,75% e 4,6%. Já para empresas do Simples Nacional, o percentual fica entre 4% e 7,83%, conforme o anexo e a faixa de receita bruta.
9. INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)
Contribuição voltada para custear benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte. Manter o pagamento em dia evita multas e garante segurança jurídica e financeira à empresa. Contar com um departamento financeiro organizado, capaz de controlar vencimentos e calcular corretamente os valores, é essencial para manter a regularidade fiscal.
Quais são os documentos necessários para abrir um CNPJ?
Antes de iniciar o processo de abertura do CNPJ, é importante ter em mãos todos os documentos exigidos pela Receita Federal e pelos órgãos de registro competentes. A documentação varia de acordo com o tipo de empresa, mas alguns itens são comuns a todos os modelos.
De modo geral, o empreendedor deve apresentar documentos pessoais como RG, CPF, comprovante de residência e título de eleitor (ou recibo da declaração do Imposto de Renda, caso o título não esteja disponível). Esses dados são usados para identificar o responsável legal pela empresa.
Endereço e documentação do local do negócio
Outro documento essencial é o comprovante de endereço do local onde o negócio vai funcionar, mesmo que seja a própria residência do empreendedor. Esse dado é importante para a emissão de alvarás e licenças municipais.
Além disso, será necessário preencher o Contrato Social ou o Requerimento de Empresário, que formaliza a constituição do negócio e define aspectos como capital social, atividades exercidas e participação dos sócios (quando houver).
Caso a empresa possua sócios, é obrigatória também a apresentação de documentos de todos os envolvidos, com CPF, RG e comprovante de residência atualizados. Em alguns casos, pode ser exigido o reconhecimento de firma das assinaturas e a autenticação em cartório.
CNAE e requisitos específicos para MEI
Para profissionais que vão se registrar como MEI, a exigência é bem mais simples. O processo é feito de forma totalmente online, e basta ter CPF, título de eleitor e número da última declaração de Imposto de Renda.
Outro ponto relevante é a escolha da atividade econômica (CNAE), que precisa constar no momento do registro. Esse código define quais tributos a empresa deve pagar e as permissões para atuação. Caso o CNAE selecionado não corresponda à atividade real, o negócio pode enfrentar problemas fiscais no futuro. Reunir toda a documentação de forma correta evita atrasos e garante que o CNPJ seja emitido sem imprevistos.
Quanto tempo leva para abrir um CNPJ?
O prazo para abrir um CNPJ varia conforme o tipo de empresa, a localidade e a organização dos documentos apresentados. Para MEIs, o processo é praticamente instantâneo: após preencher os dados no Portal do Empreendedor, o CNPJ é gerado na hora, e o microempreendedor já sai com o número ativo e regularizado.
Prazo para abertura de empresas maiores
Nas demais modalidades — como Microempresa (ME), Empresa de Pequeno Porte (EPP) ou Sociedade Limitada (Ltda) — o tempo tende a ser maior. Em média, o registro completo leva de 5 a 15 dias úteis, podendo chegar a 30 dias conforme a agilidade da junta comercial e da prefeitura. Esse prazo inclui várias etapas: contrato social, registro, obtenção do CNPJ, inscrições e alvarás.
Fatores que influenciam o tempo de abertura
Em estados com sistemas de integração digital, como São Paulo e Minas Gerais, os processos costumam ser mais rápidos, já que os órgãos públicos trabalham de forma unificada. Em regiões onde ainda há etapas presenciais, o tempo tende a ser mais longo.
Outro fator que interfere diretamente é a correção dos dados e documentos enviados. Qualquer erro de digitação, divergência de endereço ou inconsistência cadastral pode gerar pendências e atrasar a liberação do registro.
De modo geral, a melhor forma de acelerar o processo é contar com o auxílio de um contador ou escritório de contabilidade, especialmente nas modalidades empresariais mais complexas. Esse suporte técnico ajuda a evitar retrabalhos e garante que todas as etapas sejam cumpridas corretamente desde o início.
Escolha o formato e a atividade correta do CNPJ
Agora que você já conhece os tipos de empresa que podem emitir CNPJ, é hora de identificar em qual categoria o seu negócio se encaixa. Essa definição influencia diretamente nas obrigações fiscais, no regime tributário e até na forma de contratação de funcionários.
Depois disso, determine a atividade principal da empresa, ou seja, o que ela realmente faz no dia a dia. Tenha cuidado: escolher uma categoria ou atividade incorreta pode resultar em penalidades durante uma fiscalização. Por isso, consulte a tabela do CNAE e verifique com atenção qual código descreve de forma mais precisa a sua atuação no mercado.
Diferença entre CNPJ e inscrição estadual/municipal
É comum que empreendedores iniciantes confundam o CNPJ com a inscrição estadual ou municipal, acreditando que são o mesmo registro. No entanto, esses documentos têm finalidades distintas e complementares.
Diferente do cadastro nacional de pessoa jurídica, a inscrição estadual (IE) é um registro vinculado à Secretaria da Fazenda de cada estado e é obrigatória para empresas que comercializam produtos ou prestam serviços de transporte interestadual e intermunicipal, sendo necessária para o recolhimento do ICMS.
Por outro lado, a inscrição municipal (IM) é concedida pela prefeitura e se aplica a empresas que prestam serviços dentro do município, sendo fundamental para o pagamento do ISS (Imposto Sobre Serviços).
Por que a inscrição estadual e municipal são importantes?
Em resumo, o CNPJ é o registro nacional, enquanto as inscrições estadual e municipal garantem que a empresa esteja regularizada nos âmbitos locais. Algumas empresas precisam dos três registros; outras, apenas de um deles.
Por exemplo, uma loja de roupas precisa do CNPJ e da inscrição estadual, enquanto um escritório de advocacia precisa apenas do CNPJ e da inscrição municipal. Identificar corretamente qual registro é exigido evita multas e problemas fiscais no futuro.
Qual regime tributário escolher para sua empresa?
Cada empresa deve escolher o regime tributário que melhor se adequa ao seu porte e faturamento. Essa decisão impacta diretamente o valor dos impostos pagos e a forma de apuração. Confira as principais opções:
1. MEI
Indicado para quem fatura até R$ 80 mil por ano, o MEI é o regime mais simples e voltado para pequenos empreendedores. Nessa categoria, os impostos são pagos em uma guia única, com valores fixos mensais que variam conforme a atividade.
2. Simples Nacional
Esse regime é ideal para micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Nesse modelo, diversos tributos (IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, COFINS, IPI, ICMS, ISS e CPP) são reunidos em um único boleto, o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).
As alíquotas variam entre 4% e 22,45%, conforme o setor e a receita bruta acumulada. É uma forma de simplificar o pagamento de impostos e reduzir a burocracia, mas sempre deve ser avaliada junto ao contador.
3. Lucro Presumido
Recomendado para empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões (atual limite da Receita Federal) e margem de lucro superior a 32% do faturamento. Nesse regime, o lucro é estimado pelo governo com base em percentuais pré-definidos, que variam conforme o tipo de atividade. O IRPJ incide a 15% sobre o lucro presumido, e o CSLL, 9%. É uma alternativa vantajosa para empresas com margens altas e custos bem controlados.
4. Lucro Real
Obrigatório para instituições financeiras e empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões por ano, também pode ser escolhido voluntariamente por quem deseja maior precisão nos cálculos. Aqui, os tributos incidem sobre o lucro líquido real, apurado a partir das receitas e despesas efetivas. As alíquotas de IRPJ (15%) e CSLL (9%) são as mesmas do Lucro Presumido, mas o processo é mais detalhado, exigindo controle contábil rigoroso.
Como é realizada a solicitação do CNPJ?
Para quem é MEI, o processo é bem simples e feito de forma online. Nesse caso, é só seguir as seguintes etapas:
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Acesse o Portal do Empreendedor e clique em “Formalize-se”;
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Informe seu CPF, o número da última declaração do Imposto de Renda e o título de eleitor;
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Após a geração do CNPJ e da inscrição na Junta Comercial, imprima e assine os documentos;
-
Leve-os, junto com cópias do RG e do CPF, à prefeitura da sua cidade para liberação do alvará.
Esse processo também pode ser feito gratuitamente em empresas contábeis optantes pelo Simples Nacional. Agora, caso o seu negócio não se enquadre como MEI, é importante contar com o auxílio de um contador. Nesse caso, é necessário elaborar o contrato social ou requerimento de empresário, definir o tipo jurídico, CNAE (atividade econômica) e o regime tributário.
Caso a empresa tenha mais de um proprietário, é preciso descrever todos os sócios envolvidos. Em seguida, deve-se definir o capital social, que representa o valor total investido na empresa e necessário para registrar a empresa na entidade de classe correspondente. Por fim, é preciso realizar o cadastro na Receita Federal, na Secretaria da Fazenda Estadual e na Prefeitura.
Algumas etapas podem variar conforme o tipo de empresa. Será necessário obter o NIRE (Número de Identificação do Registro da Empresa), a Ficha de Cadastro Nacional (FCN) e o registro na Junta Comercial. Com o apoio de um contador, o processo costuma levar de 1 a 3 meses, dependendo da complexidade e do estado onde a empresa será aberta.
Posso ter o CNPJ negativado?
Sim, uma empresa pode ter o CNPJ negativado. Isso acontece quando ela deixa de pagar suas dívidas com credores. Essa situação é grave e afeta diretamente a credibilidade do negócio, dificultando a obtenção de crédito, empréstimos e financiamentos. Além disso, os juros costumam ser mais altos e há o risco de sofrer ações judiciais. Para evitar que o negócio chegue a esse ponto, é importante buscar estratégias para quitar as dívidas e manter as contas em dia.
Como evitar que o seu CNPJ seja negativado?
Ter o CNPJ negativado pode comprometer a reputação e a operação de qualquer negócio. Para evitar esse cenário, é essencial adotar práticas de gestão financeira e administrativa que mantenham a empresa sempre em dia. Primeiro, é necessário controlar rigorosamente o fluxo de caixa, registrando todas as entradas e saídas.
Cuidados como esse permitem prever gastos, planejar pagamentos e evitar atrasos em obrigações fiscais ou contratuais. Também é importante pagar tributos e contribuições dentro do prazo, como o DAS (para MEIs) ou os impostos do Simples Nacional. A inadimplência com o governo pode levar à suspensão do CNPJ e dificultar a emissão de notas fiscais.
Negociação com fornecedores e monitoramento do score
Outra medida é negociar com fornecedores antes que dívidas se acumulem. Muitos credores aceitam acordos amigáveis ou parcelamentos antes de recorrer a protestos e registros nos órgãos de proteção ao crédito. Empresas que dependem de crédito bancário devem monitorar regularmente seu score empresarial. Isso ajuda a identificar pendências e agir preventivamente.
Organização financeira e reserva de emergência
Além de todas as dicas listadas, recomenda-se, também, separar contas pessoais e empresariais, evitando misturar despesas. Quando o empreendedor utiliza o dinheiro da empresa para fins pessoais, o controle financeiro se perde e as chances de inadimplência aumentam.
Por fim, mantenha sempre uma reserva de emergência empresarial, que cubra pelo menos três meses de custos fixos. Essa estratégia é vital para lidar com imprevistos, especialmente em períodos de baixa demanda ou atrasos de pagamento de clientes.
Como consultar o seu CNPJ?
Você pode verificar se uma empresa está ativa pelo CNPJ diretamente no site da Receita Federal. Basta inserir o número do registro e confirmar o código gerado. Em seguida, a página exibirá dados completos da empresa, incluindo a situação cadastral. Essa consulta também pode ser feita pelo aplicativo da Receita Federal, disponível para iOS e Android.
Além de checar o status do seu próprio negócio, é possível consultar o CNPJ de outras empresas — uma forma eficiente de avaliar a regularidade e a credibilidade de parceiros ou clientes antes de fechar negócios.
Como atualizar ou alterar dados do seu CNPJ?
O processo é feito pelo site da Receita Federal, por meio do Coleta Online, onde o empreendedor deve preencher um novo Documento Básico de Entrada (DBE). Em casos mais complexos, pode ser necessário protocolar o pedido também na Junta Comercial ou no cartório de registro civil de pessoas jurídicas, dependendo do tipo de empresa.
Vale lembrar que manter o cadastro desatualizado pode gerar problemas fiscais e dificuldades em obter crédito. Além disso, divergências cadastrais podem impedir a emissão de notas fiscais ou o recebimento de benefícios tributários.
Por isso, toda alteração deve ser registrada formalmente e acompanhada dos documentos que comprovem a mudança. A boa notícia é que, atualmente, grande parte desses processos pode ser realizada de forma digital, tornando as atualizações mais rápidas e simples.
Quando é preciso atualizar os dados do CNPJ
Com o tempo, é comum que a empresa passe por mudanças, seja de endereço, quadro societário, atividade ou razão social. Nessas situações, é obrigatório atualizar as informações do CNPJ junto à Receita Federal. As alterações mais frequentes são:
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Mudança de endereço (matriz ou filial);
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Troca de nome fantasia ou razão social;
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Alteração de sócios ou administradores;
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Mudança de CNAE (atividade principal ou secundária);
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Modificação do capital social.
Posso cancelar o meu CNPJ?
Você pode sim cancelar o CNPJ, desde que informe à Receita Federal o encerramento das atividades. Após a baixa, o órgão disponibiliza uma certidão com a data de extinção da empresa. Antes disso, consulte a situação fiscal para verificar possíveis débitos, pois, se houver pendências, elas serão transferidas para o titular ou sócios. Para encerrar a empresa, siga estas etapas:
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Caso exista uma sociedade, os sócios devem assinar a ata de encerramento e elaborar o distrato social, explicando o motivo da dissolução e a divisão dos bens;
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Emitir o certificado de regularidade do FGTS no site da Caixa Econômica;
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Solicitar a baixa do ISS na prefeitura (Secretaria de Finanças), conforme a lista de documentos e taxas exigidas pelo município;
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Para empresas com ICMS, dar baixa na inscrição estadual na Secretaria da Fazenda;
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Emitir a certidão de débitos tributários federais e dívidas ativas da União pela Receita Federal;
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Solicitar o arquivamento dos atos de extinção na Junta Comercial (micro e pequenas empresas são dispensadas);
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Por fim, pedir o cancelamento do CNPJ e do Documento Básico de Entrada (DBE) no Coleta Online da Receita Federal.
Para quem é MEI, o processo de cancelamento é mais simples. Basta acessar o Portal do Empreendedor e clicar em “Roteiro para baixa”. Em seguida, utilize o código gerado para preencher o formulário de baixa com os dados cadastrais. Depois disso, o site emitirá o Certificado da Condição de Empreendedor Individual (CCMEI). Por fim, é preciso enviar a DASN-Simei e quitar possíveis débitos em aberto.
Como fazer a gestão das finanças depois de abrir um CNPJ?
Depois de criar e regularizar o CNPJ, chega o momento de cuidar da gestão do negócio, e o setor financeiro merece atenção redobrada. Separar as finanças pessoais das empresariais é fundamental para evitar confusões e manter o controle sobre cada área.
Contas, ganhos, despesas, custos, pagamentos e dívidas devem ser administrados separadamente. Assim, você consegue analisar com clareza o desempenho do negócio e adotar estratégias mais adequadas para cada situação.
Lembre-se: os compromissos assumidos com o dinheiro vindo do trabalho autônomo não devem ser tratados da mesma forma que os de um salário fixo. Mesmo que os rendimentos variem no início, especialmente por causa da sazonalidade, é essencial acompanhar o fluxo financeiro, fazer previsões e criar projeções realistas.
Crie controles e políticas financeiras eficientes
Outra boa prática é manter um cadastro atualizado de clientes e definir uma política de crédito e cobrança. Isso ajuda a garantir o recebimento dos pagamentos e reduz o risco de inadimplência. Como o fluxo de caixa pode ser instável, principalmente em contratações por demanda, vale investir em uma boa gestão de fornecedores.
Priorize aqueles que tenham flexibilidade para negociar prazos e condições conforme as necessidades da sua empresa. Se você é MEI e quer saber mais sobre os benefícios do CNPJ, leia nosso conteúdo sobre os tipos de CNPJ e saiba qual é o mais adequado para sua empresa!