Este desempenho foi sustentado pela melhora financeira do comércio e dos serviços em 2010

Em 2010, a eficiência empresarial das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras registrou o patamar de 57,6 pontos, novo recorde, com elevação de 1 ponto sobre o desempenho de 2008, último recorde da série (gráfico 1). Após a crise financeira internacional em 2009, com impactos deletérios na indústria, a eficiência empresarial das PMEs, de uma forma geral, se recuperou da crise. O Indicador Serasa Experian de Eficiência Empresarial das PMEs varia numa escala de 0 a 100 sendo que, quanto mais próximo de 100, maior é o grau de eficiência média das empresas do setor/segmento analisado.

 

 

Apesar dos impactos causados pela crise financeira internacional entre os anos de 2008 e 2009, de forma geral, as pequenas e médias empresas (PMEs) mantiveram seu nível de eficiência acima do limite médio dos anos anteriores, beneficiadas, principalmente, pelo segmento do comércio (gráfico 2), que registrou elevação recorde no nível de eficiência empresarial (67,1 pontos), por estar estruturalmente ligado ao comportamento da economia interna do país, ao contrário da indústria (gráfico 3), que registra uma parcela voltada à economia internacional, fortemente impactada pela crise.

O nível de atividade do comércio foi favorecido pela ampliação da renda e do crédito à população, os quais impulsionaram a demanda interna por produtos e serviços e possibilitaram reajustes nos preços ao consumidor.

 

 

Apesar da recuperação em 2010, a eficiência das pequenas e médias empresas industriais não voltou ao patamar de antes da crise. A queda no volume exportado e a concorrência dos produtos importados, foram os principais aspectos negativos que justificaram a queda da eficiência das PMEs industriais em 2009. Em 2010, a dificuldade em elevar os preços permaneceu com o crescimento das importações, estas favorecidas pela queda na taxa de câmbio. As indústrias continuaram dependendo do mercado interno para se recuperar, já que a reabilitação do mercado mundial foi lenta.

 

 

As PMEs de serviços, por sua vez, registraram ligeira alta em relação aos anos anteriores (48,8 pontos). Contudo, percebe-se estabilidade no indicador desde 2008. Assim como o comércio, o mercado interno aquecido foi o principal motivo do bom desempenho de serviços em 2010 (gráfico 4).

 

 

Desempenho dos Componentes dos Indicadores de Eficiência por Setor

Segundo os analistas da Serasa Experian, a elevação dos preços do varejo propiciou a ampliação da receita das pequenas e médias empresas de comércio e de serviços em relação a 2009, com maior destaque para as PMEs de comércio, que registraram maior intervalo (gráficos 5 e 6).

Embora os custos de mercadorias vendidas e os custos de serviços das pequenas e médias empresas de comércio e de serviços tenham sido favorecidos por uma menor inflação ocorrida nos preços industriais, o aumento real do salário mínimo e a necessidade de aumentar os quadros de empregados para fazer frente à demanda elevaram os custos com a folha de pagamento das empresas dos dois setores. Dessa forma, a eficiência empresarial dessas empresas foi limitada pela sua elevação de custos (gráficos 7 e 8).

 

 

Apesar do crescimento dos custos dos setores de comércio e serviços terem crescido pouco acima de suas receitas (gráficos 5 e 7 e gráficos 6 e 8), o nível de eficiência empresarial das PMEs de comércio foi beneficiado pelo seu resultado do exercício (gráfico 9), um novo recorde na série. O comércio tem sido o único segmento a apresentar crescimento consistente nesse indicador, pois em serviços houve retração (gráfico 10) e os resultados da indústria foram prejudicados pela crise financeira. Desde 2008, o resultado do exercício das PMEs de serviços tem registrado retração (gráfico 10), apesar das despesas apresentarem trajetória de queda (gráfico 12).

 

 

Já as despesas das PMEs de comércio, que registraram elevação em 2009, caíram num patamar inferior à média histórica do segmento em 2010 (Gráfico 11), o que contribuiu para a elevação do resultado (Gráfico 9).

 

 

Em relação aos índices da indústria, com aumento de estoques em 2009, os preços médios da indústria registraram deflação, o que contribuiu para a queda na receita das empresas (Gráfico 13). Em 2010, o resultado do exercício em relação ao patrimônio foi o destaque, uma vez que o patrimônio em 2009 foi retraído pela crise financeira (gráfico 15). A receita em 2010 registrou ligeiro aumento, em contrapartida, os custos tiveram crescimento superior, sendo compensados em parte pela retração das despesas (gráficos 13, 14 e 16).

 

 

Desempenho dos Indicadores de Eficiência das Pequenas e Médias Empresas por Segmento

No período compreendido entre 2005 e 2010, sobressaíram-se alguns segmentos da indústria, do comércio e de serviços, favorecidos principalmente pela conjuntura econômica benigna e pelas políticas públicas governamentais que influenciaram significativamente segmentos específicos de serviços.

Nas PMEs da Indústria (gráfico 17), o segmento mais eficiente foi o de laticínios, com diferencial positivo médio de participação de 1,12% no período de seis anos. A melhora no rendimento da população e a capacidade plena de atender o mercado nacional favoreceu esse importante segmento nos últimos anos. Ressalta-se ainda, a proximidade do produtor junto ao laticínio e a necessidade estrutural de buscar eficiência para manter a competitividade. Em segunda posição no ranking, a indústria de cabos e condutores elétricos, justificada pelo aumento da atividade da construção civil e de obras públicas, principalmente relacionadas à energia. O diferencial positivo médio de participação foi de 0,63%. Na terceira posição, os abatedouros de aves, indústria favorecida tanto pelo aumento do consumo interno de carne de frango, quanto pelo aumento da participação internacional nos últimos anos: diferencial positivo médio de participação de 0,49%.

São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, pela ordem, foram os Estados brasileiros que apresentaram maior participação de empresas PMEs industriais eficientes.

 

Nas PMEs do comércio (gráfico 18), o segmento mais eficiente, com diferencial positivo médio de participação de 10,3%, foi posto de combustível, favorecido pelo crescimento da renda, do emprego e do crédito, aumentando a frota de veículos (concessionárias, a segunda colocada no ranking,  aproveitou-se também disso) e, diretamente, pela ampliação da visão de serviços como os de  conveniência. O pequeno e médio varejo de alimentos (terceiro colocado no ranking) foi beneficiado pelo controle da inflação e pela melhoria da renda via programas sociais em zonas periféricas de grandes centros urbanos. Até os grandes varejistas acabaram sucumbindo ao modelo de bairro, desenvolvendo bandeiras especializadas.

As Unidades da Federação que apresentaram maior participação de PMEs comerciais eficientes foram, pela ordem: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Distrito Federal e Sergipe, locais em que houve acelerado crescimento da renda em comparação aos demais Estados.

 

Por fim, nas PMEs de Serviços (gráfico 19), o grande impulso para a construção civil, advindo de incentivos governamentais, da iniciativa privada e da demanda reprimida por imóveis e por serviços relacionados colocou no ranking de serviços apenas os segmentos relacionados ao construbusiness. Figura entre as empresas, em terceiro lugar, o setor de vigilância e guarda, relacionado à demanda reprimida por segurança pública.

Os Estados da Federação que apresentaram participação maior de empresas eficientes em Serviços foram, pela ordem, Minas Gerais, Pará, São Paulo, Maranhão e Bahia.

 

Comparação com os Indicadores de Eficiência das Empresas de Capital Aberto

Em comparação com as empresas de capital aberto, verifica-se que a distância que separa a eficiência das PMEs das empresas de capital aberto é, em média, de 16,1 pontos, sendo que essa distância aumentou em 2010 para 17,1 pontos, em razão do desempenho limitado das pequenas e médias empresas industriais.

 

 

Em suma, apesar da evolução no nível de eficiência empresarial das PMEs nos últimos anos, percebe-se crescimento lento e a necessidade de melhorar a gestão de receita e de custos. Diante disso, ferramentas de previsão e gestão de demanda podem ser úteis a essas organizações no sentido de melhorar essas duas das principais variáveis do nível de eficiência das PMEs.

Metodologia do Indicador Serasa Experian de Eficiência Empresarial

Para a construção do Indicador Serasa Experian de Eficiência Empresarial das Pequenas e Médias Empresas, a Serasa Experian utilizou a metodologia de Análise Envoltória de Dados (DEA), pela qual é possível traçar, via técnicas de programação linear, uma fronteira de eficiência formada pela conexão das empresas com os melhores desempenhos obtidos, ou seja, aquelas que conseguem transformar o máximo de indicadores de saída (outputs) a partir de uma determinada quantidade de indicadores de entrada (inputs). Assim, as empresas que se situam na fronteira de eficiência possuem valor 100 e, para todas as demais empresas que estão aquém desta fronteira, são computados valores inferiores a 100 cada vez menores à medida que a distância destas à fronteira de eficiência se amplia.

A escolha dos principais indicadores (inputs e outputs) deu-se pela lógica convencional de que indicadores de input estão relacionados aos custos e gastos para o negócio e os indicadores de output são os de produção/vendas/resultados. Portanto, como inputs foram utilizados os custos de produtos vendidos (representa os custos das empresas industriais); os custos das mercadorias vendidas (representa os custos das empresas comerciais); os custos de serviços (representam os custos das empresas de serviços); e as despesas operacionais (soma das despesas de vendas, administrativas e de depreciação). Como outputs, foram utilizados as receitas líquidas de vendas das empresas (faturamento após os impostos) e o resultado do exercício. Ainda, para reduzir os efeitos de escala das organizações, todos os indicadores financeiros de cada organização foram divididos pelo valor de seu ativo total, exceto o de resultado do exercício, que foi dividido pelo seu patrimônio líquido. O indicador de eficiência geral das pequenas e médias empresas foi ponderado pela participação dos segmentos (serviços, comércio e indústria) na economia por meio do Cadastro Central de Empresas de 2008 do IBGE.

Para a elaboração do indicador foram utilizadas informações contábeis extraídas da base de dados da Serasa Experian, de empresas brasileiras cujo faturamento líquido anual fosse inferior a R$ 50 milhões. O universo da amostra média anual foi de 9.380 pequenas e médias empresas industriais, 14.268 PMEs comerciais e 10.912 PMEs de serviços, compreendidas entre 2005 e 2010. Algumas empresas tiveram a demonstração de resultados anualizada para efeitos comparativos.

A identificação dos setores e/ou Unidades da Federação com maior eficiência baseou-se no diferencial entre a participação destes setores e/ou Unidades da Federação no quartil superior de eficiência e suas respectivas participações na amostra total. Os setores melhores colocados no ranking foram aqueles que apresentaram os maiores diferenciais de participações entre o do quartil superior e do total da amostra, na média do período compreendido entre 2005 e 2010.

Serasa Experian

A Serasa Experian é líder na América Latina em serviços de informações para apoio na tomada de decisões das empresas. No Brasil, é sinônimo de solução para todas as etapas do ciclo de negócios, desde a prospecção até a cobrança, oferecendo às organizações as melhores ferramentas. Com profundo conhecimento do mercado brasileiro, conjuga a força e a tradição do nome Serasa com a liderança mundial da Experian. Criada em 1968, uniu-se à Experian Company em 2007. Responde on-line/real-time a 4 milhões de consultas por dia, auxiliando 400 mil clientes diretos e indiretos a tomar a melhor decisão em qualquer etapa de negócio. É a maior Autoridade Certificadora do Brasil, provendo todos os tipos de certificados digitais e soluções customizadas para utilização da tecnologia de certificação digital e de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e), tornando os negócios mais seguros, ágeis e rentáveis.

Constantemente orientada para soluções inovadoras em informações para crédito, marketing e negócios, a Serasa Experian vem contribuindo para a transformação do mercado de soluções de informação, com a incorporação contínua dos mais avançados recursos de inteligência e tecnologia. www.serasaexperian.com.br

Experian

A Serasa Experian é parte do grupo Experian, líder mundial em serviços de informação, fornecendo dados e ferramentas de análise a clientes em mais de 80 países. A empresa auxilia os clientes no gerenciamento do risco de crédito, prevenção a fraudes, direcionamento de campanhas de marketing e na automatização o processo de tomada de decisão. A Experian também apoia pessoas físicas no gerenciamento de seus relatórios e scores de crédito e na proteção a fraudes de identidade. A Experian plc está registrada na Bolsa de Valores de Londres (EXPN) e compõe o índice FTSE 100. A receita total para o ano fiscal encerrado em 31 de março de 2011 foi de US$ 4,2 bilhões. A empresa emprega cerca de 15.000 pessoas em 41 países e possui sede corporativa em Dublin, na Irlanda e sedes operacionais em Nottingham, no Reino Unido; na Califórnia, Estados Unidos, e em São Paulo, Brasil. Para mais informações, visite http://www.experianplc.com