O universo do Microempreendedor Individual (MEI) possui regras próprias que, quando compreendidas, trazem mais segurança e tranquilidade para quem está começando a empreender ou formalizando seu pequeno negócio. Entre os pontos mais importantes está o limite de faturamento do MEI – valor determinado pelo governo que define quem pode ser enquadrado como MEI e usufruir dos benefícios fiscais e da burocracia reduzida.
Com as discussões sobre possíveis mudanças para 2026, esse tema se torna ainda mais relevante para quem deseja se manter regularizado e aproveitar ao máximo as vantagens de ser microempreendedor individual. O objetivo deste conteúdo é explicar, de maneira clara e acessível, quais são os limites atuais de faturamento para MEI, o que pode mudar nos próximos anos, como calcular e controlar esses valores, quais cuidados adotar para não ultrapassar o teto, além de dicas práticas para o controle financeiro.
Desse modo, pessoas empreendedoras, pequenas empresas e quem pensa em se formalizar poderão tomar decisões mais seguras e evitar problemas com órgãos fiscais. Confira as informações mais atualizadas e orientações essenciais para manter a regularização e garantir o sucesso do seu negócio.
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- Qual o limite do faturamento MEI?
- Entenda as propostas de lei: PLP 261/2023 e PLP 60/2025
- Como funciona o faturamento anual do MEI?
- Como calcular o limite de faturamento para MEI e ME?
- Como controlar o faturamento do MEI?
- Qual é o limite de compra anual para o MEI?
- O que acontece se ultrapassar o limite de faturamento anual?
Qual o limite do faturamento MEI?
Atualmente, o teto MEI é de R$ 81.000 por ano, válido para empresas que funcionam durante todos os 12 meses do ano-calendário. Caso o CNPJ do MEI seja aberto após o início do ano, o limite é proporcional ao número de meses de atividade. Por exemplo, se o MEI foi aberto em julho, o teto será calculado sobre os meses restantes até dezembro.
Ou seja, é o teto da receita bruta anual, que engloba todas as vendas de produtos e prestações de serviços, sem descontar despesas, impostos ou taxas. Esse valor é estabelecido pelo governo federal e pode ser atualizado periodicamente para acompanhar a realidade do mercado.
Acompanhar esse número é fundamental para evitar o desenquadramento automático da categoria, que pode ocorrer quando o valor é ultrapassado. Estar atento ao limite protege o negócio de multas, pendências fiscais e obriga a empresa a migrar para uma categoria com maior burocracia e carga tributária.
A atualização de limites é um tema recorrente no universo do MEI. Muitas entidades de apoio a microempreendedores defendem que o valor atual já não reflete a realidade do mercado brasileiro, principalmente com o aumento de custos e a inflação. Por isso, acompanhar as notícias e propostas de atualização é essencial. Quem ultrapassa o limite precisa regularizar a situação rapidamente para evitar complicações futuras e assegurar a continuidade do negócio com tranquilidade.
Entenda as propostas de lei: PLP 261/2023 e PLP 60/2025
Nos últimos anos, o debate sobre a atualização do teto de faturamento do Microempreendedor Individual (MEI) ganhou uma urgência renovada. O argumento central é que o limite atual de R$ 81.000,00 — vigente desde 2018 — tornou-se defasado frente à inflação e ao aumento dos custos operacionais, limitando o crescimento de milhões de pequenos negócios no Brasil. Atualmente, duas propostas principais concentram as atenções de quem busca o aumento do limite:
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PLP 261/2023: esta proposta sugere elevar o teto para R$ 144.913,41. Além do aumento financeiro, o projeto foca na correção anual do limite MEI 2026 com base no IPCA, garantindo que o teto não perca o poder de compra novamente;
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Status: tramita na Câmara dos Deputados e aguarda apreciação conclusiva pelas comissões competentes;
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PLP 60/2025: mais recente, este projeto busca uma atualização ainda mais agressiva ou ajustes específicos para setores que sofrem com custos de insumos elevados, visando uma transição mais suave entre MEI e microempresa;
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Status: em fase inicial de tramitação no Congresso (2025), refletindo a pressão política para que uma solução seja entregue ainda este ano.
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Por que essas mudanças são vitais para o MEI?
A importância dessas propostas reside na prevenção do desenquadramento precoce. Hoje, Muitas pessoas empreendedoras seguram o crescimento de suas empresas para evitar a migração para a categoria de Microempresa (ME), que exige um sistema tributário mais complexo e caro. A aprovação de um novo teto traria:
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Simplificação por mais tempo: permanência no recolhimento unificado de tributos (DAS-MEI);
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Segurança Jurídica: possibilidade de emitir mais notas fiscais sem o risco de multas por excesso de faturamento;
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Estímulo à contratação: discussões paralelas avaliam também o aumento do número de funcionários permitidos (atualmente apenas um).
Atenção e planejamento necessários para o MEI
Embora o otimismo seja grande para que as mudanças ocorram entre o final de 2025 e o início de 2026, Um faturamento maior pode trazer consigo exigências mais rígidas de controle fiscal e a obrigatoriedade plena da Nota Fiscal de Serviços eletrônica (NFS-e) de padrão nacional.
Para o empreendedor que está próximo do limite de R$ 81 mil, a orientação é manter o fluxo de caixa rigorosamente atualizado. A elevação do teto não significa apenas autorização para faturar mais, mas representa uma oportunidade para consolidar o negócio com segurança jurídica.
Como funciona o faturamento anual do MEI?
Entender o faturamento anual MEI é essencial para manter o controle do negócio e evitar desenquadramentos. O faturamento anual representa o valor total bruto recebido pela empresa durante o ano-calendário, incluindo todas as vendas de produtos e serviços prestados. Não é permitida a dedução de despesas, impostos ou custos operacionais no cálculo.
Ou seja, tudo que entrar como receita para o MEI deve ser considerado no somatório anual. Muitas pessoas confundem faturamento com lucro, mas são conceitos diferentes: o faturamento é a soma de todos os recebimentos, enquanto o lucro é o que sobra após pagar todas as despesas. Alguns exemplos de receitas que entram no cálculo:
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Vendas de mercadorias ou produtos;
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Prestação de serviços a empresas ou pessoas físicas;
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Recebimentos de contratos mensais;
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Ganhos eventuais, mesmo que não sejam recorrentes.
Para calcular o faturamento anual, basta somar todas as notas fiscais emitidas e recibos de vendas realizados durante o ano. Se o MEI atua em mais de um ramo (como vendas e serviços), tudo deve ser somado dentro do mesmo limite de faturamento MEI. O acompanhamento regular dessas informações permite identificar possíveis aumentos de receita, planejar investimentos e evitar surpresas desagradáveis ao final do ano. A organização financeira é um dos pilares para o sucesso do microempreendedor individual.
Ao manter um registro detalhado de receitas, é mais fácil visualizar o crescimento do negócio, avaliar a necessidade de ajuste de preços e tomar decisões sobre expansão ou diversificação de atividades. O limite de faturamento MEI é um norte para o planejamento e o desenvolvimento sustentável da empresa.
Quem controla o faturamento com disciplina pode identificar oportunidades de crescimento antes de atingir o teto e se preparar para migrar para outras categorias empresariais, caso necessário. Caso queira aumentar o faturamento da sua empresa, confira as burocracias de MEI para ME e saiba como fazer a transição.
Como calcular o limite de faturamento para MEI e ME?
O cálculo do limite de faturamento do MEI depende do tempo de funcionamento do CNPJ e das regras vigentes para o ano. Existem duas situações principais:
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Empresa aberta durante todo o ano: o limite é o valor anual completo (R$ 81.000,00 ou o novo teto, se aprovado em 2025);
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Empresa aberta após janeiro: o limite é proporcional aos meses de atividade. Para calcular, divida o valor anual por 12 e multiplique pelo número de meses.
Exemplo prático:
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MEI aberto em abril (9 meses de funcionamento);
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Limite anual: R$ 81.000,00;
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Limite mensal: R$ 81.000,00 ÷ 12 = R$ 6.750,00;
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Limite para nove meses: R$ 6.750,00 x 9 = R$ 60.750,00
Esse cálculo proporcional é fundamental para evitar ultrapassar o teto MEI, principalmente para quem começa o negócio no meio do ano. Muitas pessoas empreendedoras se esquecem desse detalhe e acabam se desenquadrando sem perceber, inclusive ao utilizar ferramentas como o cartão de crédito para MEI, que facilita o controle das despesas, mas exige um monitoramento rigoroso para que os gastos e entradas não sinalizem um faturamento acima do permitido.
Comparação entre MEI e ME
O MEI possui um teto de faturamento anual bem definido, enquanto a Microempresa (ME) pode faturar até R$ 360.000,00 por ano. O limite mais alto da ME permite o crescimento do negócio, mas exige mais responsabilidades fiscais, como contabilidade obrigatória, pagamento de impostos pelo Simples Nacional e possibilidade de contratação de mais pessoas colaboradoras.
Ao atingir o limite de faturamento MEI, a migração para ME se torna obrigatória. O ideal é planejar essa mudança, avaliando custos, benefícios e obrigações, para não comprometer a saúde financeira do negócio.
Cuidados para não ultrapassar o teto
Para evitar prejuízos e desenquadramentos, confira como não ultrapassar o teto do faturamento anual MEI.
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Faça o controle mensal das receitas e despesas;
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Utilize planilhas eletrônicas ou aplicativos de gestão financeira;
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Revise frequentemente o limite de faturamento antes de grandes vendas;
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Fique atento às mudanças de regras da Receita Federal e do Portal do Empreendedor;
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Avalie o impacto do crescimento do negócio sobre o limite MEI.
Crescer é um objetivo saudável, mas precisa ser feito de maneira estruturada para evitar problemas fiscais e manter os benefícios do MEI enquanto for possível.
Como controlar o faturamento do MEI?
O controle financeiro é uma das principais ferramentas para garantir que o limite de faturamento MEI não seja ultrapassado. Ter organização facilita a tomada de decisões e permite identificar pontos de melhoria na gestão do negócio, especialmente ao manter um fluxo de caixa atualizado, que ajuda a prever entradas e saídas com precisão. Entre as dicas práticas para o controle estão:
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Planilhas digitais: utilize modelos já prontos ou crie sua própria planilha para registrar todas as receitas e despesas, separando por meses e categorias. Isso permite visualizar rapidamente o quanto já foi faturado e quanto falta para atingir o teto;
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Aplicativos de gestão financeira: existem aplicativos voltados para microempreendedores individuais que oferecem funcionalidades como lançamentos automáticos, emissão de notas fiscais, conciliação bancária e geração de relatórios. Essas ferramentas tornam o acompanhamento mais simples e eficiente;
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Conciliação de vendas: compare o que foi vendido (dinheiro em caixa) com o que foi registrado em notas fiscais e extratos bancários. Isso evita que receitas sejam esquecidas ou lançadas de forma errada.
Outro ponto fundamental para o controle é separar as finanças pessoais das empresariais. Ter uma conta bancária exclusiva para o negócio facilita a identificação das receitas do MEI e garante maior precisão nos cálculos. Registrar receitas e despesas diariamente é um hábito que faz diferença. Não espere o fim do mês para atualizar seus controles – pequenas vendas ou serviços podem ser esquecidos e comprometer a precisão dos dados.
Quanto mais disciplinado for o controle, menores serão as chances de ultrapassar o limite de faturamento MEI. O acompanhamento frequente também auxilia na identificação de períodos de alta e baixa do negócio, permitindo ajustar estratégias de vendas, promoções e investimentos para manter o crescimento sustentável.
Qual é o limite de compra anual para o MEI?
O limite de compras anuais é um aspecto pouco divulgado, mas igualmente importante para a manutenção do MEI. O governo estabelece um percentual máximo de compras para garantir que a empresa continue sendo de pequeno porte e não ultrapasse o perfil da categoria.
O limite de compras permitido gira em torno de 80% do limite de faturamento anual. Ou seja, se o teto for de R$ 81.000,00, a pessoa MEI pode adquirir até R$ 64.800,00 em mercadorias, produtos ou insumos durante o ano. Para quem atua em prestação de serviços, esse controle é mais flexível, mas o ideal é seguir a mesma lógica para evitar questionamentos fiscais.
Caso o novo limite MEI de R$ 130.000,00 seja aprovado, o limite de compras anuais sobe para R$ 104.000,00, mantendo o percentual de 80%. O cálculo é simples: limite de compras = 80% do limite de faturamento anual do MEI. Manter o controle sobre as compras é importante para evitar o desenquadramento e problemas com a Receita Federal.
Organizar as notas fiscais de compra, manter o estoque atualizado e cruzar as informações com os registros de vendas são práticas recomendadas para evitar erros no controle e garantir a conformidade com as regras. A pessoa empreendedora que mantém o controle de compras em dia tem mais facilidade para avaliar a necessidade de reposição de estoque, identificar variações de preços e negociar melhores condições com fornecedores.
Além de conseguir monitorar a situação financeira de clientes de forma mais eficaz ao cruzar os prazos de pagamento com os compromissos assumidos com parceiros comerciais.
O que acontece se ultrapassar o limite de faturamento anual?
Ultrapassar o limite de faturamento MEI pode trazer consequências imediatas para o negócio. O desenquadramento do MEI é automático quando o teto é excedido, obrigando a migração para a categoria de Microempresa (ME) e o cumprimento de novas obrigações fiscais.
A legislação prevê situações diferentes dependendo do valor excedido:
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Excesso de até 20%: o desenquadramento ocorre no ano seguinte e é preciso pagar impostos retroativos sobre o valor que ultrapassou o teto, com base nas alíquotas do Simples Nacional;
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Excesso acima de 20%: o desenquadramento é retroativo a janeiro do ano em que o limite foi extrapolado, gerando cobrança de impostos sobre todo o faturamento, além de possíveis multas e encargos.
Os principais passos para regularização são:
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Solicitar o desenquadramento no Portal do Empreendedor;
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Apurar os valores devidos e quitar eventuais diferenças de impostos;
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Adequar a empresa às regras da nova categoria, com apoio de profissional de contabilidade.
Mesmo desenquadrada, a empresa pode continuar funcionando, desde que cumpra as obrigações da nova categoria. O importante é manter o planejamento financeiro, o controle das receitas e buscar orientação profissional sempre que necessário.
O desenquadramento pode abrir novas portas, permitindo ampliar o faturamento, contratar mais pessoas colaboradoras e investir em inovação. O fundamental é estar preparado para essa mudança, adotando práticas de gestão que garantam a sustentabilidade do negócio a longo prazo.
Ao final, a chave para o sucesso está no controle financeiro, no acompanhamento das regras e na busca constante por informações atualizadas sobre o limite de faturamento MEI e as obrigações do microempreendedor individual.
Agora que você sabe qual é o limite de faturamento do MEI, continue por aqui e saiba os detalhes da lei de liberdade econômica. Até a próxima!