O volume de créditos de carbono negociados no Brasil atingiu R$ 453 milhões em 2022, resultado de 7,3 milhões de toneladas emitidas — um salto de 25% em um ano. Entenda como esse sistema funciona, quem pode vender e qual o potencial da agricultura de baixo carbono.
A adoção desse tipo de financiamento tem crescido entre produtores e empresas do setor que desejam alinhar sua atuação às boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Quando bem estruturados, os títulos verdes ajudam a viabilizar investimentos em sustentabilidade e aumentam o acesso a mercados que valorizam práticas responsáveis, fatores cada vez mais relevantes em políticas públicas e agendas regulatórias.
Mas você sabe como funciona o mercado de créditos de carbono ou a sua relação com o agronegócio? Diversas práticas estão sendo implementadas no setor para obter melhores resultados, como a agricultura regenerativa. Continue com a Serasa Experian e confira esse conteúdo completo que preparamos sobre o assunto. Confira!
Neste conteúdo você vai ler (Clique no conteúdo para seguir)
- O que são créditos de carbono?
- Como o crédito de carbono se relaciona com a redução de emissões de gases de efeito estufa?
- Qual é a diferença entre neutralização e compensação de carbono?
- Como é gerado um crédito de carbono na prática?
- Projetos elegíveis para gerar créditos
- Como são mensuradas as emissões evitadas pelo crédito de carbono?
- Entidades certificadoras e verificadoras
- Qual é a importância de auditoria e rastreabilidade do crédito de carbono?
- Como os créditos de carbono são comercializados?
- Primeiro: diferença entre mercado voluntário e mercado regulado
- Como funciona a venda de créditos por empresas rurais e agroindústrias?
- Plataformas e bolsas onde os créditos podem ser negociados
- Precificação dos créditos e fatores que influenciam o valor de mercado
- Quais são as vantagens e desvantagens do crédito de carbono?
- Oportunidades para o agro: monetização de boas práticas ambientais
- Custo de entrada e barreiras técnicas para pequenos produtores
- Qual é o cenário atual dos créditos de carbono?
- Potencial e entraves para o mercado de carbono no Brasil
- Qual é o papel do agro brasileiro na geração de créditos florestais e de carbono no solo?
- Marco regulatório do mercado de carbono no Brasil
- Conheça nossas soluções de análise de risco de crédito e socioambiental!
O que são créditos de carbono?
O conceito de crédito de carbono surgiu como uma forma de mitigar os impactos das mudanças climáticas e fomentar o equilíbrio ambiental por meio de mecanismos financeiros. A ideia ganhou força a partir do Protocolo de Kyoto, tratado internacional firmado em 1997 e em vigor desde 2005, que estabeleceu metas de redução das emissões de gases de efeito estufa para países industrializados.
Nesse contexto, foi criado um sistema de compensação que permitia a comercialização de permissões de emissão entre países e empresas, dando origem ao mercado de carbono.
Cada crédito de carbono representa uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂) que deixou de ser emitida ou foi removida da atmosfera por meio de ações de conservação, reflorestamento ou tecnologias de captura. Ao permitir que emissores compensem suas emissões comprando créditos de quem consegue evitá-las, esse mecanismo passou a atrair a atenção de diferentes setores da economia.
A dinâmica conecta diretamente a preservação ambiental à lógica de mercado, estimulando práticas sustentáveis com retorno financeiro. No agronegócio, essa abordagem tem ganhado relevância crescente, sobretudo com a ampliação das discussões sobre governança ambiental, responsabilidade social e metas climáticas.
Como o crédito de carbono se relaciona com a redução de emissões de gases de efeito estufa?
Os créditos de carbono são instrumentos criados para incentivar e viabilizar a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) em nível global. Eles funcionam como uma espécie de moeda climática, que pode ser comercializada entre quem tem metas de redução e quem adota práticas que evitam a emissão desses gases.
Por exemplo, um produtor rural que implementa sistemas agroflorestais, evita o desmatamento ou adota técnicas de baixo impacto ambiental pode gerar créditos de carbono com base na quantidade de CO₂ que deixou de ser lançada na atmosfera. Esses créditos podem ser adquiridos por empresas ou países que ultrapassaram seus limites de emissão, promovendo um equilíbrio entre emissão e redução.
Essa lógica permite que as metas globais de redução de GEE avancem mesmo quando nem todos os agentes conseguem reduzir suas emissões diretamente, viabilizando ações de mitigação em regiões onde os custos são mais baixos ou os impactos ambientais mais relevantes.
Qual é a diferença entre neutralização e compensação de carbono?
A distinção entre neutralização e compensação de carbono é relevante especialmente para empresas que desejam definir estratégias ambientais claras e mensuráveis. A compensação ocorre quando uma organização continua emitindo gases de efeito estufa, mas compra créditos de carbono equivalentes para equilibrar suas emissões. É uma forma de “pagar” por não ter evitado as emissões diretamente.
Já a neutralização envolve ações internas para reduzir ou eliminar as emissões na fonte. Isso inclui a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis, melhorias em processos logísticos ou mudanças tecnológicas que cortam diretamente a geração de CO₂. A neutralização, portanto, é uma estratégia voltada à transformação estrutural das operações, enquanto a compensação é uma forma de lidar com as emissões residuais ou inevitáveis.
Para organizações comprometidas com boas práticas ESG, entender essa diferença é fundamental para alinhar seus relatórios de sustentabilidade às metas globais de descarbonização e para evitar o chamado greenwashing, quando há inconsistência entre discurso e prática.
Como é gerado um crédito de carbono na prática?
Basicamente, um crédito de carbono é equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂). Quando essa quantidade deixa de ser emitida no meio ambiente ou é capturada na atmosfera, o crédito é gerado.
Mas é importante ressaltar que, para isso acontecer, a organização deve trocar ações que geram a emissão do gás por fontes renováveis e mais sustentáveis. Para facilitar o entendimento, vamos dar um exemplo:
Na agricultura, os créditos de carbono podem ser gerados por meio de práticas sustentáveis adotadas. Isso inclui o manejo de resíduos orgânicos e de rebanhos de forma mais eficiente, bem como a utilização de biocombustíveis para evitar a emissão de gases que causam o efeito estufa.
Para isso, é muito importante ressaltar que deve ser realizado um monitoramento contínuo das propriedades agrícolas, pois só assim é possível compreender se o local realmente está investindo em práticas mais sustentáveis. Nesse caso, existem várias ferramentas que podem ser implementadas para facilitar esse processo, como o Smart ESG da Serasa Experian.
Projetos elegíveis para gerar créditos
Podem gerar créditos de carbono projetos em diversas áreas que comprovem a redução ou remoção de emissões de gases de efeito estufa. Os principais tipos incluem:
Setor |
Exemplos de Projetos e Práticas |
Projetos florestais |
REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), reflorestamento, conservação de áreas nativas. |
Energias renováveis |
Energia eólica, solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). |
Agricultura e pecuária de baixo carbono |
Práticas regenerativas, uso racional de insumos, técnicas que melhoram a digestão animal e reduzem emissões de metano. |
Gestão de resíduos |
Compostagem, uso de biodigestores, reaproveitamento de resíduos e tecnologias que evitam a liberação de metano na atmosfera. |
Esses projetos devem seguir metodologias robustas para quantificação das emissões evitadas, e só então podem ser submetidos à certificação.
Como são mensuradas as emissões evitadas pelo crédito de carbono?
A mensuração parte da definição de uma linha de base, uma projeção de quanto seria emitido de CO₂ se a atividade sustentável não fosse implementada. A partir dessa estimativa, são comparados os dados reais obtidos com o projeto.
Para isso, utilizam-se metodologias reconhecidas por organismos internacionais, como o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e as normas do GHG Protocol. A mensuração envolve o uso de sensores, imagens de satélite, inventários de emissões, dados meteorológicos e até modelagens específicas para cada tipo de projeto.
É essa quantificação transparente e técnica que embasa a emissão dos créditos e sua posterior negociação em mercados voluntários ou regulados.
Entidades certificadoras e verificadoras
A credibilidade dos créditos de carbono depende diretamente das entidades que validam e certificam os projetos. As principais instituições internacionais incluem:
Padrão de Certificação |
Descrição |
Verra (VCS) |
Responsável pelo Verified Carbon Standard, um dos padrões mais utilizados globalmente. |
Gold Standard |
Foca na redução de carbono com benefícios sociais e ambientais adicionais. |
Clean Development Mechanism (CDM) |
Mecanismo da ONU criado dentro do Protocolo de Kyoto para promover projetos de desenvolvimento limpo. |
Plan Vivo e Climate Action Reserve |
Atuam com foco em regiões ou áreas específicas, como comunidades locais e florestas. |
Essas entidades auditam dados, aplicam metodologias, revisam relatórios e validam se o projeto está apto a emitir créditos. A certificação por terceiros é uma etapa obrigatória para que os créditos possam ser reconhecidos e comercializados.
Qual é a importância de auditoria e rastreabilidade do crédito de carbono?
A rastreabilidade dos créditos é um ponto central para evitar fraudes, duplas contagens ou greenwashing. Cada crédito deve ser único, vinculado a um projeto específico, com data de emissão, localização geográfica e informações públicas sobre sua origem e status de aposentadoria (uso).
Além disso, as auditorias periódicas feitas por verificadores independentes garantem que os dados apresentados sejam reais, atualizados e compatíveis com os resultados esperados. Sem essa estrutura de controle, o mercado de carbono perde credibilidade e utilidade.
Empresas que desejam incorporar créditos de carbono em suas estratégias ESG devem priorizar plataformas que ofereçam transparência total sobre a origem e validade dos créditos adquiridos. Soluções como o Smart ESG da Serasa Experian ajudam a integrar rastreabilidade com dados financeiros e reputacionais, contribuindo para uma agenda climática sólida e confiável.
Como os créditos de carbono são comercializados?
Conforme comentado nos outros tópicos, o crédito de carbono é gerado a cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida na atmosfera. Por isso, tornou-se uma ferramenta usada por empresas e governos para reduzir os impactos causados por gases de efeito estufa (GEE).
Empresas interessadas em compensar suas emissões podem adquirir créditos de carbono por meio de plataformas especializadas, intermediários ou diretamente de quem promove a captura ou redução de emissões — como projetos florestais ou agroindustriais.
O agronegócio, nesse cenário, ganha protagonismo, já que produtores rurais podem ser remunerados por práticas que contribuem para a remoção de CO₂ da atmosfera, desde que essas ações sejam certificadas por entidades reconhecidas.
A comercialização pode ocorrer de forma direta (entre comprador e vendedor) ou via mercado secundário, por meio de bolsas e plataformas regulamentadas.
Primeiro: diferença entre mercado voluntário e mercado regulado
O mercado regulado é instituído por políticas públicas e leis que obrigam certos setores a reduzir suas emissões, como o Sistema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS). Nesse modelo, há limites legais de emissões e exigência de compra de créditos caso esses limites sejam ultrapassados.
Já o mercado voluntário funciona à parte das regulamentações governamentais. Nele, empresas e indivíduos decidem, por iniciativa própria, compensar suas emissões — seja por compromissos ambientais, reputacionais ou exigências de parceiros de negócio. Essa flexibilidade permite maior variedade de projetos, mas também exige atenção à credibilidade das certificações envolvidas.
Como funciona a venda de créditos por empresas rurais e agroindústrias?
Empresas rurais e agroindústrias que adotam práticas sustentáveis, como reflorestamento, conservação de vegetação nativa ou manejo de solo com baixa emissão, podem gerar créditos de carbono, 9 a cada 10 produtores já seguem esses critérios ESG.
Para isso, precisam seguir critérios técnicos e passar por processos de validação, verificação e certificação realizados por organismos reconhecidos internacionalmente, como VCS (Verified Carbon Standard) ou Gold Standard.
Uma vez certificado, o projeto recebe uma quantidade determinada de créditos, proporcional ao carbono que deixou de ser emitido ou que foi removido da atmosfera. Esses créditos podem então ser comercializados, gerando receita adicional para os produtores.
Plataformas e bolsas onde os créditos podem ser negociados
A comercialização dos créditos pode acontecer por meio de contratos diretos ou em plataformas especializadas, como:
Plataforma / Bolsa de Créditos |
Descrição |
B3 (Brasil) |
Oferece infraestrutura para negociação de ativos ambientais via CBIOS e, futuramente, créditos de carbono. |
AirCarbon Exchange (ACX) |
Bolsa digital com sede em Singapura, voltada ao comércio de créditos no mercado voluntário. |
Climate Impact X (CIX) |
Plataforma de Singapura que combina leilões, negociações spot e soluções digitais. |
Toucan Protocol e KlimaDAO |
Iniciativas descentralizadas baseadas em blockchain para tokenização de créditos de carbono. |
European Union Emissions Trading Scheme (EU ETS) |
Principal mercado regulado de carbono da Europa. |
Chicago Climate Exchange (CCX) |
Operou como bolsa voluntária nos EUA até 2010; outras instituições assumiram seu papel desde então. |
A escolha da plataforma depende do tipo de crédito, certificadora, mercado (voluntário ou regulado) e objetivos do vendedor.
Precificação dos créditos e fatores que influenciam o valor de mercado
O valor de um crédito de carbono pode variar bastante, dependendo de fatores como: tipo de projeto (florestal, energia renovável, agricultura de baixo carbono, etc.); localização geográfica; certificadora envolvida; condições de oferta e demanda no momento da negociação; benefícios ambientais e sociais agregados ao projeto (co-benefícios); confiança no monitoramento e verificação dos resultados obtidos.
No mercado regulado, o preço costuma ser mais alto, pois está vinculado a exigências legais. Já no mercado voluntário, há maior diversidade de preços, com negociações que podem variar de US$ 2 a mais de US$ 50 por crédito, dependendo da reputação do projeto e da plataforma onde ocorre a venda.
Quais são as vantagens e desvantagens do crédito de carbono?
O mercado de crédito de carbono pode proporcionar diversos benefícios para o mercado de crédito rural, os agronegócios, empresas e, claro, principalmente para o meio ambiente. Apesar disso, alguns estudiosos defendem a existência de desvantagens. Continue lendo para saber quais são:
Vantagens |
Desvantagens |
Países subdesenvolvidos podem comprar créditos de carbono para reduzir seus débitos. |
Uma vez que o crédito de carbono pode ser comprado, alguns países podem aumentar o nível de emissão de gases poluentes. |
A adoção de atitudes mais sustentáveis proporciona uma redução da emissão de gases que causam o efeito estufa, auxiliando na luta contra o aquecimento global. |
Os países subdesenvolvidos que compram os créditos de carbono podem se sentir com a liberdade de poluir. |
Os países que utilizam o crédito de carbono de forma consciente podem desenvolver projetos sustentáveis que valorizem o território nacional e fortaleçam a economia devido à comercialização do crédito de carbono. |
A economia dos países em desenvolvimento pode ser afetada pela compra descontrolada de créditos de carbono para reduzir débitos. |
Organizações que investem ou concedem crédito para produtores rurais que geram crédito de carbono tendem a ser mais bem vistas pela sociedade. |
Caso o crédito de carbono se torne muito popular entre os países, ele pode começar a ser supervalorizado, apresentando altos valores que dificultam as negociações comerciais. |
Em ambientes regulados, como o europeu, também há benefícios fiscais e cumprimento de metas legais. |
A ausência de regras padronizadas em mercados voluntários pode afetar a transparência e a confiança nessas transações. |
Adotar medidas sustentáveis fortalece a reputação da marca e pode atrair investidores, consumidores e parceiros de negócios mais atentos a critérios ESG. |
O greenwashing — quando empresas usam a compra de créditos como estratégia de marketing, sem realmente reduzir suas emissões. |
Você já ouviu falar em agricultura 4.0? Diversas tecnologias inovadoras estão sendo implementadas para otimizar a gestão no agro e melhorar a geração de crédito de carbono. Acesse o site e entenda mais!
Oportunidades para o agro: monetização de boas práticas ambientais
O agronegócio tem grande potencial para gerar créditos por meio da recuperação de áreas degradadas, manejo sustentável do solo, reflorestamento e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Essas práticas, além de promoverem a conservação ambiental, podem se tornar uma fonte de receita complementar.
Para cooperativas, agroindústrias e produtores de médio porte, o crédito de carbono pode ser uma porta de entrada para parcerias com grandes empresas interessadas em compensar emissões.
Custo de entrada e barreiras técnicas para pequenos produtores
Apesar das oportunidades, muitos produtores ainda enfrentam desafios para acessar esse mercado. A certificação de projetos exige investimentos em tecnologia, mão de obra qualificada, consultorias e monitoramento por satélite, o que pode ser inviável para pequenos e médios negócios.
A falta de informação e assistência técnica também limita a participação de quem mais poderia se beneficiar financeiramente com práticas sustentáveis já adotadas no dia a dia.
Qual é o cenário atual dos créditos de carbono?
O Brasil é um dos países com maior potencial para atuar no mercado global de carbono, principalmente pela extensão de suas florestas e práticas agrícolas com baixa emissão. Ainda assim, a participação efetiva do Brasil no mercado de crédito de carbono ainda está distante de sua capacidade estimada. A seguir, entenda os desafios, oportunidades e o papel do agro nesse contexto.
Potencial e entraves para o mercado de carbono no Brasil
De acordo com relatório da McKinsey, a demanda por créditos voluntários de carbono no Brasil pode movimentar entre US$ 1,4 bilhão e US$ 2,3 bilhões até 2030. Ainda assim, o país representa menos de 1% da emissão global desses créditos. Ou seja, apesar de deter cerca de 15% do potencial mundial de captura de carbono, o Brasil ainda enfrenta barreiras estruturais e regulatórias.
Entre os entraves, destacam-se: baixo grau de regulamentação do mercado; dificuldade de acesso a certificações internacionais; custo elevado para estruturação dos projetos; pouca familiaridade técnica de produtores com as exigências do setor.
Qual é o papel do agro brasileiro na geração de créditos florestais e de carbono no solo?
O setor agropecuário tem papel central na geração de créditos de carbono no Brasil, especialmente por meio de créditos florestais: conservação de florestas nativas, recuperação de áreas degradadas e manejo sustentável e carbono no solo: técnicas de agricultura regenerativa, como plantio direto, rotação de culturas e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
Essas práticas não apenas reduzem a emissão de gases de efeito estufa, como também capturam e armazenam carbono, criando oportunidades de monetização por meio do mercado voluntário de créditos.
O agro tem sido protagonista em projetos certificados por padrões como Verra (VCS) e Gold Standard, mas enfrenta o desafio de escalar essas iniciativas de forma economicamente viável para pequenos e médios produtores.
Marco regulatório do mercado de carbono no Brasil
O Projeto de Lei nº 528/2021 (antigo 2148/2015), em tramitação no Congresso Nacional, propõe a criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). Esse mercado regulado teria como base: a definição clara dos setores obrigados a reduzir ou compensar emissões; a criação de um sistema nacional de registro e rastreabilidade dos créditos; a implementação de mecanismos de auditoria e verificação de projetos.
Enquanto o marco legal não é aprovado, o mercado voluntário continua sendo a principal via para a emissão e comercialização dos créditos no Brasil. Ainda assim, empresas e cadeias produtivas do agro vêm se antecipando, estruturando projetos que poderão se adaptar rapidamente ao mercado regulado no futuro.
O Brasil tem potencial para liderar o mercado global de créditos de carbono, e o setor agropecuário pode ser protagonista nessa jornada. Com a regulamentação em curso e a valorização das boas práticas ambientais, há um novo caminho de monetização e sustentabilidade se abrindo no campo.
Conheça nossas soluções de análise de risco de crédito e socioambiental!
Conforme comentado em outros momentos, as organizações que concedem crédito para propriedades rurais que geram crédito de carbono são mais bem vistas pela sociedade, afinal, as ações realizadas pelos agronegócios beneficiam o meio ambiente.
Quando atuamos com crédito para o agronegócio, precisamos de dados confiáveis e atualizados para tomar decisões com mais precisão. Na Serasa Experian, desenvolvemos soluções específicas que apoiam esse processo de forma estratégica.
Nossos sistemas permitem analisar mais de 170 dados sobre produtores e propriedades rurais, facilitando o acompanhamento da regularidade ambiental, jurídica e fiscal de cada área financiada. Isso amplia a visibilidade sobre os riscos envolvidos e fortalece a política de crédito da instituição.
Com esse tipo de inteligência, conseguimos avaliar o potencial de inadimplência, prevenir fraudes e alinhar as decisões às diretrizes ESG, como exigem muitos fundos sustentáveis e investidores nacionais e internacionais.
Se queremos contribuir para um setor mais resiliente e sustentável, precisamos de tecnologia aplicada à concessão de crédito. Por isso, investimos em soluções que integram informações ambientais, sociais e econômicas em um único painel.
Ao trabalhar com dados qualificados, reduzimos incertezas e direcionamos recursos para operações com maior conformidade e potencial de retorno. Assim, fortalecemos a segurança das operações e estimulamos o financiamento verde no campo.
Acesse o site e conheça todas as soluções da Serasa Experian para o agro. Além disso, em nosso site você também encontra muitos outros textos como esse. Por isso, continue nos acompanhando e não perca nenhum outro material. Até a próxima!