Os afastamentos por transtornos mentais se tornaram comuns ao seu redor? Isso não é coincidência, é um reflexo preocupante das condições de trabalho contemporâneas. Para o RH, esse contexto reforça a importância de acompanhar de perto os indicadores de saúde mental no trabalho.
Afinal, identificar seus sintomas e suas consequências (como o presenteísmo e o baixo engajamento dos colaboradores) tornou-se necessário para uma gestão de pessoas mais consciente e preparada para os desafios atuais.
Neste conteúdo, você vai aprender como traduzir alertas invisíveis em dados acionáveis e entender o papel da saúde financeira no bem-estar emocional dos colaboradores. Confira!
Neste conteúdo você vai ler (Clique no conteúdo para seguir)
- O que são indicadores de saúde mental no trabalho?
- Como medir a saúde mental no ambiente corporativo?
- Quais são os principais indicadores de saúde mental nas empresas?
- Indicadores silenciosos nos dados de RH
- Comportamentos que exigem atenção imediata
- Engajamento e adesão em programas de bem-estar
- Quais ações e respostas podem ser tomadas a partir dos indicadores de saúde mental coletados?
- Quais são os riscos de ignorar a medição da saúde mental?
- Como o RH pode acompanhar e agir com base nos indicadores de saúde mental?
O que são indicadores de saúde mental no trabalho?
Indicadores de saúde mental são métricas estruturadas que quantificam o bem-estar psicológico dos colaboradores e ajudam tanto a identificar riscos psicossociais quanto a mensurar a eficácia das políticas de cuidado.
A importância disso é evidente no país. Você sabia que o Brasil registrou um aumento de 68% em afastamentos do trabalho por transtornos mentais? Em 2024, o número chegou a 472.328 licenças médicas.
Consequentemente, há um efeito no clima organizacional, que se desdobra e compromete a produtividade, a motivação e os resultados da organização.
Não à toa, a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) se tornou um marco de transformação. Com sua atualização, os riscos psicossociais passaram a ser considerados dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Isso significa que:
● empresas devem mapear fatores como cobrança excessiva, falta de autonomia e ambiente de trabalho hostil;
● as ações preventivas voltadas à saúde mental devem ser documentadas e revisadas periodicamente;
● os riscos psicossociais devem ser tratados com a mesma seriedade que os riscos físicos ou ergonômicos;
● o não cumprimento da norma pode resultar em multas, ações trabalhistas e passivos legais para a organização quando a atualização entrar em vigor.
Como medir a saúde mental no ambiente corporativo?
O seu RH consegue analisar se os transtornos mentais têm afetado a rotina. Ferramentas de pesquisa e diagnóstico são bons recursos para detectar esse impacto.
Pulse surveys (pesquisas rápidas e frequentes que captam o clima organizacional em tempo real), pesquisas de clima organizacional ou entrevistas estruturadas (individuais ou em grupo) são recursos que proporcionam um diálogo aberto, especialmente com líderes e gestores de equipe.
Algumas métricas também servem como indicadores de saúde mental no trabalho. É o caso do absenteísmo (faltas frequentes podem indicar esgotamento) e do presenteísmo (quando o colaborador só está presente fisicamente), assim como do turnover voluntário e do rendimento.
Além dos dados, é importante ficar de olho em sinais que nem sempre estão nos relatórios, como:
● mudanças bruscas de comportamento (isolamento, irritabilidade, queda na produtividade);
● cultura de excesso de horas extras e competitividade tóxica;
● falta de engajamento em atividades coletivas.
Quais são os principais indicadores de saúde mental nas empresas?
Os indicadores de saúde mental no trabalho, quando bem interpretados, podem evitar crises e melhorar a produtividade. Mas como ir além dos números e transformá-los em ações efetivas?
Indicadores silenciosos nos dados de RH
Nem todo alerta sobre saúde mental aparece de forma explícita. Muitas vezes, sinais reveladores passam despercebidos por falta de uma leitura estratégica. Vale dar atenção especial para:
● "fugas silenciosas": funcionários que não pedem demissão, mas reduzem drasticamente sua produtividade;
● rotatividade em cargos-chave: se gestores ou talentos estratégicos saem com frequência, isso pode ser um sinal de cultura tóxica;
● aumento de licenças médicas por causas psicológicas: um dado crítico que muitas vezes não é levado em conta.
Comportamentos que exigem atenção imediata
Nem tudo está nas planilhas: observe se reuniões fora do horário se tornaram regra, pois excessos podem indicar má gestão de tempo ou pressão excessiva.
Também vale observar se equipes que antes demonstravam envolvimento agora atuam de forma apática. O desinteresse pode ser um sintoma de uma espécie de “burnout coletivo”.
Outro ponto: se os feedbacks só acontecem em crises, é comum que a falta de diálogo contínuo gere ansiedade e insegurança nos colaboradores.
Engajamento e adesão em programas de bem-estar
Faça análises de linguagem em pesquisas internas: ferramentas com inteligência artificial (IA) permitem identificar padrões de tom, nível de urgência, insatisfação e até sinais de esgotamento em respostas abertas.
Também avalie a taxa de participação em programas de bem-estar: se a adesão for baixa, o problema pode ser desconfiança ou falta de relevância.
Por fim, experimente comparar seus indicadores de saúde mental no trabalho com os de empresas similares. Isso ajuda a entender onde há avanço, onde há lacunas e quais práticas de mercado podem inspirar ajustes internos.
Quais ações e respostas podem ser tomadas a partir dos indicadores de saúde mental coletados?
Coletar informações é só o primeiro passo. O desafio é agir:
● priorize problemas com maior impacto: se turnover e absenteísmo estão altos, direcione o foco para a gestão de líderes;
● comunique as mudanças: mostre aos colaboradores que os dados viraram ações (por exemplo: "Reduzimos o número de projetos por equipe após pesquisa de estresse");
● crie ciclos de melhoria contínua: saúde mental não é um projeto, mas um processo em evolução.
Quais são os riscos de ignorar a medição da saúde mental?
Ignorar os índices de bem-estar no trabalho custa caro para a empresa (afetando o bolso, a reputação e aumentando os riscos legais).
Os problemas negligenciados criam ciclos de insatisfação e desconfiança, o que compromete a credibilidade da marca empregadora. Ambientes percebidos como tóxicos, com histórico de sobrecarga, assédio ou descaso com o bem-estar, afastam talentos e dificultam a retenção.
Isso fragiliza a cultura organizacional e pode impactar negativamente a reputação da empresa em plataformas de avaliação pública ou no próprio mercado de recrutamento.
Nenhuma organização quer ser vista como um ambiente tóxico ou negligente, muito menos figurar em listas informais (ou públicas) como um lugar onde ninguém quer trabalhar.
Então, fique de olho nos seus indicadores, eles dizem mais sobre a sua marca do que você imagina.
Como o RH pode acompanhar e agir com base nos indicadores de saúde mental?
Além de monitorar os indicadores de saúde mental no trabalho, seu RH deve criar planos de ação específicos para as raízes do problema. Alguns exemplos:
● apoio psicológico sob demanda (como a plataforma de gestão de benefícios corporativos da SalaryFits, que faz parte da Serasa Experian);
● programas de saúde financeira (um dos maiores gatilhos de ansiedade no trabalho);
● flexibilidade real (home office estruturado e horários inteligentes).
Por fim, as lideranças precisam estar em alinhamento com esse processo. Assim, podem identificar sinais (ex.: mudanças bruscas de comportamento) e oferecer um auxílio humanizado e rápido aos colaboradores.
Os indicadores de saúde mental no trabalho são ferramentas essenciais para promover um ambiente corporativo mais saudável e produtivo. Quando bem acompanhados, permitem ações eficazes, fortalecem a cultura organizacional e mostram que a empresa valoriza, de fato, o bem-estar de seus times.
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