A análise de risco de crédito envolve uma avaliação criteriosa da probabilidade de clientes e fornecedores cumprirem com suas obrigações financeiras. Para empresas que buscam estabilidade nas operações, mitigação de riscos e um crescimento sustentável no ambiente empresarial competitivo, aliar essa forma de gestão a um planejamento estratégico é imprescindível.

Se você deseja entender mais sobre a análise de risco no mercado, conhecer seus métodos avançados e ferramentas especializadas e automatizadas, continue conosco. No texto de hoje, abordaremos os pontos mais importantes sobre o assunto para que sua empresa não fique atrás dos concorrentes!

O que é a análise de risco de crédito?

A análise de risco de crédito é um procedimento que examina a probabilidade de clientes, fornecedores e parceiros comerciais honrarem ou não com as responsabilidades financeiras resultantes de acordos comerciais mútuos. As empresas interessadas metrificam o perfil de risco dessas pessoas físicas ou jurídicas e, assim, conseguem mitigar as possibilidades de serem prejudicadas por terceiros.

Este tipo de gerenciamento de risco influencia não só a capacidade dos credores e instituições financeiras de avaliarem os riscos associados à concessão de crédito a um indivíduo ou empresa, mas também repercute outras áreas da atividade comercial. Ela impacta diretamente no sucesso da cadeia de produção interna e no retorno sobre o investimento feito (ROI).

Em geral, a avaliação de risco é conduzida por entidades especializadas ou indivíduos experientes que possuem amplo conhecimento em análise de riscos e estatísticas, permitindo a avaliação de vários aspectos financeiros e não financeiros que afetam a capacidade e disposição de um devedor em cumprir suas obrigações financeiras conforme acordado.

Qual é o papel da análise de risco na tomada de decisão?

De modo amplo, a análise de risco tem um papel fundamental na tomada de decisão nas empresas, seja para o fornecimento de crédito financiador para PF's e PJ' s ou, para a contratação de fornecedores. Com ela, é possível que planos de ação — desde finanças e negócios até saúde e segurança — sejam elaborados, fazendo com que o impacto negativo de quaisquer ocorrências externas ou internas seja o menor possível.

Além disso, quando o método é associado a ferramentas tecnológicas que tornam as técnicas mais utilizadas de gestão de crédito ainda mais precisas e otimizadas, as chances de sucesso nos negócios têm um crescimento exponencial. Por isso, é indispensável estar sempre atento às novas tecnologias e não deixar de implementá-las assim que possível.

Resumidamente, elencamos a seguir os principais pontos que fazem a análise de risco ter esse espaço tão significativo e impactante na tomada de decisão em várias camadas de uma empresa. Veja:

  • Identificar e entender os diferentes tipos de riscos que uma decisão pode envolver, incluindo financeiros, operacionais, regulatórios, de segurança, entre outros;
  • Avaliar a probabilidade de diferentes resultados ou cenários ocorrerem, por meio de métodos estatísticos, históricos ou especialistas;
  • Examinar o impacto potencial desses resultados, permitindo que os tomadores de decisão compreendam melhor as consequências de suas escolhas;
  • Desenvolver estratégias para mitigar ou reduzir os riscos identificados, como a implementação de controles de segurança, diversificação de investimentos, políticas de seguro, etc.;
  • Priorizar decisões, concentrando-se nas que têm os menores riscos ou os maiores impactos potenciais, fazendo com que a organização tenha perspectiva para alocar eficientemente seus recursos e esforços;
  • Tomar decisões mais embasadas e entender melhor os compromissos e trade-off's envolvidos.

Quais são os benefícios da análise de risco na gestão de crédito?

Como salientamos até aqui, a análise de risco pode ser de grande valia em aspectos que vão desde finanças, negócios, investimentos, saúde e segurança de uma empresa. No entanto, vale destacar o grande impacto que ela tem na gestão de crédito dessas mesmas organizações.

Ferramentas de antifraude, por exemplo, podem colaborar com a mitigação de riscos em e-commerces e reduzir significativamente as chances de perdas e roubos de dados. O risk management, por sua vez, serve como uma pontuação geral feita por agências especializadas que avaliam a capacidade que fornecedores têm de cumprir com suas obrigações.

Já o monitoramento de clientes e fornecedores da Serasa Experian avalia dados de pessoas jurídicas, como pendências financeiras, dívidas no mercado, protestos, pedidos de falência, recuperação judicial e muitos outros fatores decisivos para medir os perfis de risco e tomar medidas específicas em cada caso.

Independentemente do modelo utilizado, os resultados são visivelmente benéficos e convergentes entre si. Confira:

  • Redução de perdas, já que ajuda a identificar potenciais mutuários com maior probabilidade de não cumprir suas obrigações de pagamento e, assim, reduzir o risco de inadimplência e minimizar as perdas associadas;
  • Melhoria na precificação de crédito, já que com a análise é possível estabelecerem taxas de juros e termos de empréstimo que reflitam com maior precisão o risco envolvido, otimizando muito sua rentabilidade;
  • Melhoria na qualidade da carteira de crédito com um conjunto diversificado de clientes com diferentes perfis de risco, reduzindo a exposição a ameaças concentradas;
  • Tomada de decisão fundamentada a partir de dados e informações relevantes, pois ajudam os tomadores de decisão a avaliar os riscos e benefícios associados a uma transação de crédito específica;
  • Conformidade com legislações que obrigam as instituições a realizarem análises de risco adequadas como parte de suas práticas de concessão de crédito, evitando penalidades e sanções.

Além disso, a análise de risco de crédito colabora para que seja construída uma reputação sólida de confiabilidade e responsabilidade, atraindo mais clientes e investidores e contribuindo para o crescimento e o sucesso a longo prazo da instituição no mercado econômico.

Afinal, empresas que se preocupam com o bem-estar financeiro de seus clientes e parceiros se mostram atentos às variações do mercado, fortalecendo a imagem de governança da organização.

Quais fatores devem ser considerados em uma análise de risco de crédito?

De forma geral, os especialistas em gestão de crédito utilizam diversos métodos para obter informações que quantificam as ameaças que podem existir. Eles são utilizados para identificar com precisão o perfil dos tomadores de crédito e quantificar o risco envolvido. Resumidamente, os critérios avaliados são:

  • Comportamento de pagamento, com base na pontualidade dos pagamentos, quantidade de pagamentos em atraso e histórico de inadimplência;
  • Capacidade financeira baseada em renda, despesas, dívidas preexistentes e outros compromissos financeiros;
  • Histórico de crédito, incluindo o score de crédito e registros de empréstimos anteriores;
  • Garantias ofertadas, como imóveis ou veículos;
  • Condições econômicas e setoriais, como taxas de juros, desemprego, inflação e tendências do mercado.

Estes fatores e técnicas utilizados são baseados nas tendências do mercado de crédito e em fatores comumente conhecidos como “5 C' s do crédito”: caráter, capacidade, capital, colateral e condições.

O caráter está relacionado com a análise de pontos como histórico de pagamento, referências profissionais e tempo no mercado competitivo, e definem a reputação do tomador.

A capacidade, por sua vez, reflete o potencial que o tomador do empréstimo tem de pagar o crédito obtido. O credor reflete dados como fluxo de caixa para identificar sobras no balanço financeiro, que poderá ser utilizado caso a inadimplência ocorra. Além disso, outros fatores relevantes e determinantes para a entidade reaver o crédito emprestado também são levados em conta, como score de crédito e registros de empréstimos.

O capital se autoexplica. Ele metrifica a capacidade que o tomador tem de pagar o investimento feito, mesmo que não haja fluxo de entrada suficientemente disponível em sua empresa. Analisa-se o patrimônio líquido e outras rendas que complementam e ajudam a quitar a dívida.

Já o colateral é uma forma de garantir que o mutuário pague os valores devidos, caso haja inadimplência. Funciona realmente como uma garantia de valores ou bens que poderão ser posse do mutuante caso o crédito não seja pago, o que pode diminuir consideravelmente as chances de débito.

Por fim, as condições baseiam-se em fatores presentes para definir a capacidade futura que o tomador tem de cumprir com suas obrigações a longo prazo. Estes fatores podem ser os motivos que levaram ao empréstimo, como o pagamento de dívidas, geração de capital de giro e implementações internas.

Principais métodos e ferramentas usadas na análise de risco

Para que todo esse processo não seja manual e tome tempo e dinheiro que poderiam ser direcionados em outras ações da empresa, além de minimizar erros no processo, surgiram diversos métodos e ferramentas tecnológicas que otimizam expressivamente o trabalho dos colaboradores e dos bureaus de crédito. Veja:

  1. Modelagem estatística: utiliza técnicas estatísticas para analisar padrões e relações nos dados de histórico para prever comportamentos futuros. As árvores de decisão, por exemplo, dividem os dados em subconjuntos com base em regras de decisão, facilitando a compreensão dos fatores que influenciam o risco de crédito;
  2. Análise qualitativa: a análise qualitativa envolve uma avaliação subjetiva do risco, incluindo fatores como a reputação do cliente, sua estabilidade financeira percebida e a qualidade de sua gestão;
  3. Análise quantitativa: se concentra em métricas numéricas como o índice de liquidez, índice de endividamento e score de crédito para quantificar o risco associado a um cliente específico;
  4. Análise de cenários: envolve a simulação de diferentes situações para avaliar o impacto de eventos adversos no risco de crédito, como recessão econômica, mudança nas condições do mercado ou falência de um cliente importante para desenvolver estratégias de mitigação mais assertivas;
  5. Gestão de portfólio: monitoramento contínuo do desempenho do portfólio de crédito de uma empresa, como ajustes na alocação de recursos, aquisições ou vendas de ativos e a implementação de estratégias de hedge para se proteger contra perdas potenciais;
  6. Rating de crédito: fornecidas por agências de rating, como a Standard & Poor's e a Moody's, as ferramentas atribuem notas aos clientes com base em sua capacidade de pagamento e histórico de crédito, que podem ser usadas pelos credores para determinar as taxas de juros e os termos do empréstimo;
  7. Análise de Big Data: ele envolve o processamento de grandes volumes de dados para identificar padrões e tendências que podem afetar o perfil de risco de clientes, parceiros comerciais e fornecedores, como informações de redes sociais ou informações de sensores que complementam os dados tradicionais utilizados na análise de crédito.

E não para por aí! Com os avanços recentes em inteligência artificial e aprendizado de máquinas, as empresas estão utilizando cada vez mais tecnologia de ponta para fazer análises profundas e muito bem direcionadas sobre o risco de crédito envolvido nesse tipo de relacionamento.

Em conjunto com a amplitude de informações disponibilizadas pelo Big Data, por exemplo, essas ferramentas podem auxiliar as empresas a analisarem estes grandes volumes de dados de forma rápida e eficiente, identificando padrões e tendências que talvez não sejam óbvios para os analistas humanos.

Conheça as soluções de monitoramento da Serasa Experian!

Pensando em facilitar todo o sistema e trazer ainda mais otimização para o dia a dia dos empresários, a Serasa Experian — primeira e maior Datatech do Brasil — reuniu toda sua capacidade analítica e base de dados para criar as melhores soluções de monitoramento de clientes, fornecedores e parceiros comerciais do mercado.

Com isso, você pode ter mais inteligência analítica para compreender o potencial de inadimplência das empresas da sua carteira e, com isso, tomar decisões de crédito assertivas — como ajustes de taxas, dar limites maiores ou menores.

Sobre os clientes CNPJ, os dados obtidos pela inteligência da ferramenta facilitam que a empresa saiba quem aumentou o risco de inadimplência e quem melhorou o perfil. Isso tudo para então, intensificar os negócios e ofertar upsell ou cross selling, por exemplo.

Já para os parceiros comerciais, o monitoramento apoia a identificação da saúde financeira de revendedores e franqueados para mitigar possíveis riscos de falências e participações em recuperações judiciais.

Em relação aos fornecedores, a ferramenta é essencial no acompanhamento das empresas responsáveis pelo abastecimento de insumos, serviços e logística para manter a produção, compor sua oferta e realizar as entregas, mantendo a reputação, qualidade e posição no mercado, seja B2B ou B2C.

Em todos os casos, a partir da coleta e análise de dados será possível agir com maior rapidez e assertividade. Entre elas, anteciparo ajustes de limites de crédito de acordo com a alteração de risco, reavaliar as empresas que tiveram crédito negado e melhoraram o perfil de risco desde a última análise, fazendo da repescagem de clientes uma grande oportunidade para ampliar os negócios. Ou ainda, suspender a entrega de produtos às organizações com alterações de perfil suspeitas.

Independentemente do perfil escolhido, todas as ferramentas que citamos no decorrer do texto, se utilizadas em conjunto com inteligência analítica e tecnologias de ponta, impulsionarão seus resultados com segurança e eficiência nunca alcançadas.

Mitigar riscos e ameaças que decorrem de terceiros é fundamental se você precisa ter mais destaque no mercado, afinal, clientes e fornecedores são os responsáveis para que suas operações tenham sucesso e sua marca seja reconhecida no mercado. Por isso, não perca tempo e implemente medidas de gestão de crédito antes mesmo dos problemas acontecerem!