Você já pensou em oferecer produtos exclusivos, acessar tecnologias inovadoras ou até mesmo reduzir custos para o seu negócio? Se você é Microempreendedor Individual (MEI), saiba que o caminho da importação pode ser a chave para desvendar essas e muitas outras oportunidades.
A importação é uma excelente forma de impulsionar seu negócio, permitindo que você diversifique seu estoque, ofereça produtos diferenciados aos seus clientes e aumente sua competitividade no mercado. Mas, como qualquer passo importante, é importante entender as regras e se organizar meticulosamente para garantir a legalidade das suas operações.
Caso você já esteja a par do procedimento para a abertura de um MEI, venha tirar suas dúvidas acerca deste tema de grande relevância, que pode impulsionar o seu empreendimento!
Requisitos e cuidados essenciais para o MEI importar
Para importar como MEI, você precisa estar ciente de alguns pontos importantes que garantem a conformidade com as regulamentações e evitam dores de cabeça futuras. O não cumprimento dessas diretrizes pode resultar em multas, retenção de mercadorias na alfândega e até mesmo no cancelamento do seu registro de MEI. Observe:
Pense no longo prazo e nos limites do MEI
É de suma importância que o MEI respeite o limite de faturamento anual, atualmente em R$ 81.000,00. Suas importações, considerando o valor da mercadoria, frete e impostos, não podem ultrapassar 80% desse total, ou seja, R$ 64.800,00. Esse limite é vital para manter seu enquadramento como MEI e usufruir dos benefícios fiscais.
Além disso, o objeto social do seu MEI deve ser compatível com a importação; mesmo sem um CNAE específico, sua atividade principal ou secundária precisa estar ligada aos produtos importados para evitar problemas com a Receita Federal.
Você também deve se habilitar no RADAR (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros), geralmente na modalidade Expresso, com limite de R$ 50.000,00 em importações por semestre.
Busque informações e capacitação contínua
Importar como MEI exige constante atenção às leis, normas, taxas e custos. Buscar capacitação e informação é essencial para evitar problemas financeiros e operacionais. É preciso entender as obrigações tributárias do MEI, como tarifas e impostos (IPI, PIS, Cofins, ICMS, Imposto de Importação), calculando o custo final da mercadoria e definindo o preço de venda.
As Regulamentações específicas são cruciais, pois alguns produtos exigem licenças da Anvisa, Inmetro, etc., e ignorá-las pode levar à apreensão da carga. Conhecer os Termos de Comércio Internacional (Incoterms) é fundamental para definir responsabilidades e evitar surpresas.
A contabilidade digital é uma aliada, com contadores especializados auxiliando na classificação fiscal e declarações, minimizando riscos e maximizando oportunidades.
Planejamento logístico detalhado
O planejamento logístico é central para o sucesso da importação e evita atrasos e custos adicionais. O Transporte Internacional inicia com a escolha do modal (aéreo, marítimo ou terrestre) e a contratação de frete confiável.
A Documentação para Desembaraço Aduaneiro é crucial, exigindo a organização de Fatura Comercial, Packing List, Conhecimento de Embarque e Certificados. Erros documentais podem atrasar a liberação.
A Coordenação com Despachante Aduaneiro é recomendada; esse profissional representa o importador na Receita, agilizando o desembaraço, impostos e inspeções. O monitoramento da carga é essencial para antecipar problemas. Por fim, a Armazenagem e a Distribuição Interna exigem escolha de armazém, controle de estoque e planejamento de entregas para o cliente final.
Quais são os documentos necessários para importar?
Os principais documentos necessários para importar como MEI são essenciais para garantir que a importação ocorra de forma legal e organizada. Esses documentos ajudam a comprovar a transação e a origem dos produtos, além de serem exigidos pelas autoridades aduaneiras para o desembaraço da mercadoria. São eles:
1. Packing list
O Packing List, ou romaneio de carga, é muito mais do que uma simples lista; ele é uma ferramenta detalhada e indispensável para a logística da sua importação. Este documento descreve exaustivamente como as mercadorias estão embaladas, item por item.
Ele inclui informações precisas sobre as dimensões de cada caixa, o peso líquido e bruto, a quantidade exata de itens por volume e o tipo de embalagem utilizada. A precisão dessas informações é fundamental para que as autoridades aduaneiras e os transportadores possam identificar e manusear a carga corretamente.
2. Certificado de origem
O Certificado de Origem é um documento de extrema importância no comércio internacional, pois atesta oficialmente o país onde a mercadoria foi produzida ou processada. Emitido geralmente pelo próprio vendedor ou por uma câmara de comércio no país de exportação.
Este certificado garante a procedência do produto e também pode ser a chave para que sua importação se beneficie de acordos comerciais ou regimes preferenciais de tarifas.
Muitos blocos econômicos e acordos bilaterais oferecem reduções ou isenções de impostos de importação para produtos originários de determinados países, e o Certificado de Origem é a prova legal necessária para ter acesso a esses benefícios, representando uma economia significativa nos custos totais da importação.
3. Documentos aduaneiros
Os Documentos Aduaneiros são o coração do processo de nacionalização da sua mercadoria, sendo a Declaração de Importação (DI) o mais proeminente deles. A DI é um formulário eletrônico preenchido no sistema Siscomex da Receita Federal e funciona como a “carteira de identidade” da sua carga para as autoridades brasileiras.
Nela, são detalhadas todas as características da mercadoria — como sua Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), quantidade e valor —, além de especificar as alíquotas de impostos incidentes (Imposto de Importação, IPI, PIS/Cofins Importação, etc.), o regime tributário e as informações do importador.
4. Documentos de registro e comércio exterior
Além da Declaração de Importação, outros Documentos de Registro e Comércio Exterior podem ser exigidos, dependendo da natureza da mercadoria, do país de origem e da legislação específica. Um exemplo comum é o Registro de Importação (RI), que em alguns casos precisa ser obtido antes do embarque da mercadoria, servindo como uma autorização prévia para a operação.
Pode haver também a necessidade de licenças especiais emitidas por órgãos anuentes como a ANVISA (para produtos de saúde), o INMETRO (para produtos que exigem certificação de segurança) ou o Ministério da Agricultura (para produtos de origem animal ou vegetal).
5. Documentos de seguro
Os Documentos de Seguro, especialmente a apólice de seguro da carga, são essenciais para proteger seu investimento durante todo o percurso da importação. Embora nem sempre sejam exigidos para o desembaraço aduaneiro em si, ter uma apólice de seguro válida é uma salvaguarda financeira crucial para o importador.
Este documento atesta que sua mercadoria está protegida contra diversos riscos que podem ocorrer durante o transporte internacional — como roubo, avaria, extravio, acidentes ou desastres naturais. Em caso de sinistro, a apólice de seguro garante a cobertura dos prejuízos, minimizando perdas financeiras e conferindo segurança à operação.
Além de proteger a mercadoria, uma apólice também pode servir como comprovante de um custo adicional relevante para a Receita Federal.
6. Nota fiscal eletrônica
A emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NFS-e) de entrada para a mercadoria importada é uma exigência legal que permite registrar a operação corretamente. Isso é importante para a transparência das transações comerciais e para que o MEI possa comprovar a origem dos produtos, além de facilitar a apuração de impostos.
7. Licenças e certificados específicos
Certificados e licenças exigidos para alguns tipos de produtos, como químicos, dispositivos médicos e alimentos, determinados por órgãos reguladores.
A importação para o MEI pode ser uma ótima opção para você, desde que você siga os procedimentos corretos. O sucesso do seu MEI vai além da importação, abrangendo uma gestão fiscal e financeira impecável. Buscar apoio e se manter informado sobre todas as obrigações e oportunidades é o segredo para um empreendimento próspero e duradouro.
Esperamos que este conteúdo tenha esclarecido as vantagens e regras da importação para MEI e se você ainda não é MEI e deseja empreender, ou já é MEI, mas sua empresa está inativa e você precisa regularizá-la, conheça o programa Acredita. Até a próxima!