Entenda como o varejo pode transformar seus dados em produtos de crédito próprios e fortalecer o negócio principal com autonomia e inteligência analítica.
Varejistas possuem um ativo que instituições financeiras gastam milhões para tentar replicar: dados reais de comportamento de compra, histórico de relacionamento e compreensão profunda dos hábitos de consumo dos seus clientes. Mesmo assim, grande parte do setor ainda opera sob um modelo que delega a terceiros a decisão sobre quem pode ou não comprar, em que condições e com qual limite. Essa terceirização, além de transferir receita, desconsidera a capacidade que o varejo tem de mitigar risco e personalizar a oferta de crédito.
A transição para produtos de crédito proprietários não é apenas uma oportunidade de diversificação de receita, é uma estratégia de fortalecimento do negócio principal. Com soluções de Credit as a Service (CaaS), o varejista ganha autonomia para criar meios de pagamento alinhados às necessidades reais dos clientes, reduzir fricções no checkout e aumentar conversão de vendas.
O resultado não vem só da taxa cobrada pelo crédito, mas da eficiência operacional e do impacto direto nas métricas do core business. Para gestores de crédito, isso não é uma tendência, mas uma realidade que já está transformando o setor.
A vantagem que o varejo ainda não monetiza
O banco tradicional trabalha com dados fragmentados: score de crédito, histórico de relacionamento bancário, consultas a bureaus e informações declaradas pelo cliente. O varejista, por outro lado, possui um conjunto de dados comportamentais que nenhuma instituição financeira consegue acessar com a mesma profundidade.
Ticket médio por categoria, sazonalidade de compra, preferência por canais, sensibilidade a promoções, frequência de visita, taxa de devolução, comportamento em programas de fidelidade, entre outras informações. Essas são variáveis que definem o perfil de risco de forma muito mais precisa e aumentam o potencial de assertividade.
Esse patrimônio informacional permite ao varejista desenvolver políticas de crédito orientadas pela real necessidade do cliente, não pela lógica padronizada de produtos bancários. Quando o varejo conhece o ciclo de compra do consumidor, consegue antecipar demandas, oferecer crédito no momento certo e estruturar produtos que conversam diretamente com o comportamento observado.
A decisão de crédito deixa de ser uma caixa-preta operada por terceiros e passa a ser uma extensão da estratégia comercial.
Além disso, o varejista tem a vantagem do relacionamento contínuo. Enquanto o banco interage com o cliente em momentos pontuais, o varejo está presente em toda a jornada de consumo, o que reduz assimetria informacional e aumenta a capacidade de identificar sinais de inadimplência antes que se materializem.
Esse diferencial é uma vantagem competitiva que se traduz em menor custo de risco e maior eficiência na concessão. Mas ter os dados é apenas o primeiro passo. O que realmente transforma essa vantagem em resultado financeiro é a forma como o crédito se integra ao ecossistema do negócio.
Sinergia operacional: quando o crédito potencializa o negócio principal
A receita gerada por um produto de crédito proprietário não se limita às taxas de juros ou encargos financeiros. O impacto mais relevante está na melhoria dos indicadores do negócio principal. Ao oferecer crédito próprio, o varejista aumenta a conversão no checkout, reduz o abandono de carrinho, amplia o ticket médio e estimula a recompra. Essas melhorias operacionais geram valor incremental que vai muito além da margem financeira direta.
Quando o cliente utiliza um meio de pagamento próprio do varejista, a experiência de compra se torna mais fluida. Não há necessidade de aprovação por terceiros, não há fricção causada por políticas de crédito desalinhadas com o perfil do consumidor e não há perda de controle sobre a jornada. O varejista define as condições, personaliza a oferta conforme o histórico do cliente e mantém a propriedade da relação comercial do início ao fim.
Essa sinergia também se reflete na capacidade de utilizar o crédito como alavanca para outras áreas do negócio. Programas de fidelidade, campanhas de retenção, estratégias de cross-sell, upsell... todos esses movimentos ganham uma ferramenta poderosa quando o varejista controla o produto financeiro.
A oferta de crédito deixa de ser um custo operacional terceirizado e passa a ser um ativo estratégico que apoia vendas, marketing, logística e gestão de estoque.
Do ponto de vista de gestão de risco, a operação própria permite ajustes rápidos nas políticas de crédito conforme o desempenho do portfólio. O varejista não depende de revisões contratuais com parceiros financeiros nem fica limitado a modelos pré-estabelecidos. A capacidade de testar, medir e ajustar em tempo real é um diferencial competitivo que só se viabiliza quando há controle total sobre a operação.
Mas para que essa sinergia funcione na prática, é fundamental entender como estruturar a operação sem comprometer recursos ou enfrentar barreiras regulatórias, e é exatamente aí que entra o modelo de Credit as a Service.
Credit as a Service: infraestrutura pronta para operação de crédito proprietário
O conceito de Credit as a Service (CaaS) resolve o principal obstáculo que impedia varejistas de internalizar a operação de crédito: a complexidade técnica e regulatória. Tradicionalmente, criar um produto de crédito exigia investimentos pesados em tecnologia, compliance, integração financeira, modelagem estatística e gestão de risco. O CaaS elimina essas barreiras ao oferecer uma infraestrutura completa, modular e pronta para uso.
Com CaaS, o varejista não precisa construir uma operação financeira do zero. A solução fornece todas as camadas necessárias: análise de crédito automatizada, validação de identidade, integração com meios de pagamento, gestão de compliance regulatório, cobrança e acompanhamento de portfólio. O modelo é white label, o que significa que a marca do varejista permanece no centro da experiência, sem que o cliente perceba a presença de terceiros na operação.
A integração é feita via API, permitindo que o produto de crédito seja incorporado ao checkout de forma nativa, sem quebras de jornada. A análise de crédito ocorre em tempo real, com aprovação automatizada baseada em dados qualificados e políticas customizadas. O varejista define os parâmetros de risco, escolhe as modalidades de crédito que deseja oferecer, como Buy Now Pay Later e Crédito do Trabalhador, e ajusta as condições conforme a estratégia comercial.
Outro ponto relevante é o acesso à inteligência analítica. Soluções de CaaS contam com recursos de modelagem estatística, dados enriquecidos e suporte de datatechs especializadas. Isso significa que o varejista não apenas ganha a infraestrutura tecnológica, mas também a capacidade de tomar decisões informadas, baseadas em análises preditivas e benchmarks de mercado.
O modelo CaaS também permite escalabilidade. O varejista pode começar com uma operação enxuta, testar diferentes abordagens e expandir conforme os resultados. Não há necessidade de comprometer grandes volumes de capital antecipadamente nem de assumir riscos operacionais antes de validar a viabilidade do produto. Essa flexibilidade é fundamental para empresas que querem entrar no mercado de crédito de forma segura e estruturada.
Com a infraestrutura resolvida, a questão passa a ser: como o varejista transforma essa capacidade técnica em produtos que realmente fazem diferença para o cliente e para o negócio?
Esteiras de crédito completas de forma simples, ágil e segura
Sua empresa pode criar produtos de crédito próprios em tempo recorde. Neste vídeo listamos algumas das principais linhas de crédito que empresas não bancárias já oferecem para seus clientes e fornecedores.
Produtos de crédito orientados pela necessidade, não pela concorrência
A lógica de desenvolvimento de produtos financeiros no varejo deve ser fundamentalmente diferente da lógica bancária. Enquanto instituições financeiras criam produtos padronizados e os oferecem para o mercado, o varejista tem a oportunidade de desenhar soluções a partir do comportamento observado. Isso significa que a oferta de crédito não precisa replicar modelos tradicionais. O verdadeiro potencial está na construção de produtos construídos para resolver fricções específicas da jornada de compra.
Um exemplo claro é o parcelamento estendido sem juros. O varejista conhece o perfil de compra do cliente, sabe em quais categorias ele gasta mais, qual o intervalo entre compras e qual o limite de valor que ele costuma atingir. Com essas informações, é possível oferecer condições personalizadas de acordo com o comportamento real que aumentam a conversão sem comprometer a rentabilidade.
Outra modalidade relevante é o crédito rotativo vinculado a programas de fidelidade. O varejista pode estruturar produtos que incentivam a recompra, oferecem cashback em crédito para futuras compras e criam ciclos de consumo recorrente. Esse tipo de solução não apenas gera receita financeira, mas também aumenta a frequência de visita e fortalece o relacionamento com o cliente.
A flexibilidade para criar produtos híbridos também é uma vantagem. O varejo pode combinar crédito tradicional com benefícios de fidelidade, descontos progressivos, ofertas sazonais e condições diferenciadas para clientes premium. Essa capacidade de personalização é impossível em modelos terceirizados, onde o varejista fica limitado às condições do parceiro financeiro.
A oferta orientada pela necessidade também reduz o risco de inadimplência. Quando o produto é desenhado com base no comportamento real do cliente, a probabilidade de desalinhamento entre capacidade de pagamento e condições de crédito diminui significativamente, já que opera com dados de primeira mão sobre a relação do cliente com a marca.
Mas para que esses produtos gerem os resultados esperados, é preciso garantir que a operação seja executada com excelência e isso exige uma combinação de tecnologia, dados e capacidade analítica.
MOVA, a solução Credit as a Service da Serasa Experian para varejistas
A MOVA é a solução de Credit as a Service da Serasa Experian desenvolvida especificamente para permitir que varejistas criem e operem produtos de crédito proprietários de forma simples, ágil e segura. A plataforma reúne em um único ecossistema toda a infraestrutura necessária para que empresas não bancárias entrem no mercado de crédito com autonomia e eficiência operacional.
Tecnologia pronta para uso: a integração pode ser feita via API ou em modelo white label, garantindo a identidade visual e a experiência da marca. O cliente final interage diretamente com o varejista, sem perceber a presença de intermediários, o que fortalece o posicionamento da empresa e mantém a propriedade da relação comercial.
Infraestrutura completa: a MOVA oferece gestão de compliance regulatório, validação de identidade e integração financeira simplificada. Isso significa que o varejista não precisa se preocupar com a complexidade operacional nem com os requisitos legais. Tudo está estruturado e em conformidade com as regulamentações vigentes.
Plataforma digital: a solicitação e análise de crédito são 100% online e automatizadas. A decisão ocorre em tempo real, permitindo que o cliente finalize a compra sem fricções. Esse modelo elimina a burocracia tradicional, reduz o tempo de aprovação e melhora significativamente a experiência no checkout.
Inteligência analítica: a MOVA conta com acesso a dados qualificados, recursos de modelagem estatística, políticas de crédito customizáveis e o suporte da maior datatech do país. Quando combinado com bases próprios, o varejista ganha muito mais segurança na tomada de decisão sem abrir mão da rentabilidade.
Com a MOVA, o varejista conquista autonomia para criar seus próprios meios de pagamento, oferecer modalidades de crédito alternativo e utilizar os dados do checkout para aumentar vendas, reduzir risco e gerar novas fontes de receita. A solução transforma a oferta de crédito em uma extensão natural do negócio, com impacto direto na rentabilidade e na competitividade.
O momento de agir é agora
A digitalização dos serviços financeiros acelerou a convergência entre varejo e crédito. O que antes era território exclusivo de bancos e instituições financeiras tornou-se acessível para empresas de todos os portes. Varejistas que internalizam a operação de crédito ganham controle sobre a experiência do cliente, conquistam rentabilidade de banco, reduzem dependência de terceiros e fortalecem o negócio principal.
A vantagem informacional que o varejo possui não é uma oportunidade futura, mas uma realidade presente que precisa ser monetizada. O mercado já está se movendo, e os varejistas que estruturarem suas operações primeiro terão uma vantagem difícil de ser alcançada. Ou seja, quem começar antes, sai na frente.
Com soluções de Credit as a Service como a MOVA, a complexidade técnica e regulatória deixa de ser uma barreira. A infraestrutura está pronta, a tecnologia é acessível e o conhecimento sobre o cliente já existe dentro da empresa. Tudo o que a sua empresa precisa fazer é tomar a decisão estratégica de transformar dados e relacionamento em produtos de crédito que geram valor real.
A pergunta não é mais se o varejo deve ter produtos de crédito próprios, mas quando sua empresa vai começar a operar essa realidade.