Para que um negócio seja bem-sucedido, é fundamental cuidar da sua saúde financeira. Entre outras coisas, isso envolve ficar por dentro de todos os aspectos que interferem no desenvolvimento da empresa. Nesse contexto, existe um componente que nem sempre recebe a atenção que deveria: a taxa de juros.

Seja na hora de tomar crédito emprestado, seja no momento de usufruir da rentabilidade gerada por alguma aplicação financeira no mercado, lá estão os juros. Assim, fica fácil constatar que eles exercem um papel de destaque na trajetória traçada por qualquer organização.

Isso vale tanto para quem ainda lida com as típicas obrigações e burocracia do MEI quanto para quem já administra uma PME (pequena e média empresa). Mas, afinal, como as diferentes taxas de juros impactam o seu negócio? Venha descobrir isso com a gente!

O que é taxa de juros?

Essa taxa nada mais é do que um índice que determina o valor do dinheiro ao longo do tempo. Existem vários tipos e todos variam de acordo com diversos fatores, como o contexto socioeconômico.

As características do mercado financeiro, por sua vez, motivam alterações da política monetária do Copom (Comitê de Política Monetária). Esse é o órgão encarregado de gerir a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

Sempre é bom frisar que as demais taxas de juros seguem o ritmo adotado pela Selic. Dessa maneira, ficar de olho na estratégia adotada pelo Copom é totalmente necessário — principalmente, para quem tem um negócio e está pensando em pedir dinheiro emprestado. Explicamos isso, com mais detalhes, logo abaixo.

Como isso funciona?

Em resumo, as taxas de juros são, normalmente, usadas como ferramentas de compensação financeira. Nos casos que envolvem a concessão de crédito, o índice é aplicado como uma condição para a liberação do valor solicitado.

Se a alta da Selic desestimula a realização de empréstimos e financiamentos, na outra ponta, os percentuais multiplicadores elevados são comemorados. Afinal, o aumento proporciona uma melhora da rentabilidade dos investimentos, essencialmente, aqueles indexados à taxa básica de juros.

Além dos casos mencionados acima, as taxas de juros também marcam presença nos preços do mercado, uma vez que elas mantêm uma estreita relação com a inflação. Na prática, a subida da Selic retrai o consumo, já que o valor do dinheiro aumenta.

Vale lembrar que a concretização de determinados parcelamentos também costuma conter alguma porcentagem de juros embutida sobre o montante inicial. Assim, o total a ser pago é recalculado para cima — em escala progressiva e conforme a quantidade de parcelas acordada.

Quais são os principais tipos de taxa de juros?

Embora a gente esteja acostumado a generalizar, fato é que há certa variedade de juros no mercado. Vamos conhecer as particularidades das principais vertentes, a partir de agora.

Juros simples

Esses juros são classificados como simples porque são aplicados exclusivamente sobre o montante inicial (investido ou emprestado), e não sofrem modificações no decorrer do tempo.

Apesar de serem praticamente inexistentes em empréstimos, os juros simples aparecem em algumas opções de aplicações financeiras. Por sinal, esse é um dos motivos de se avaliar bem a rentabilidade de um ativo antes de incluí-lo na sua carteira de investimentos.

Juros compostos

Se você é Microempreendedor Individual e bem informado, sabe quais impostos um MEI precisa pagar, correto? O baixo valor da contribuição mensal é um grande incentivo à realização de aplicações mais robustas no negócio.

A carga tributária mais amena até cria um ambiente favorável para alçar voos mais arrojados, como aqueles proporcionados pela renda variável. Aqui, os principais pontos de avaliação e tomada de decisão estão ligados às análises fundamentalista e gráfica.

Em termos de renda fixa, entretanto, você deve verificar se a base de remuneração são os juros compostos, que recaem sobre o total devidamente atualizado ao término de cada período.

A descrição explica por que eles são igualmente chamados de juros sobre juros. Note que o valor cresce, com o passar dos meses, em qualquer operação financeira que utilize essa metodologia.

Desse modo, atrasos nos pagamentos de empréstimos requerem atenção redobrada. Tenha em mente que os juros compostos potencializam o risco de formação do temível efeito “bola de neve”, caracterizado pelo aumento sucessivo e incontrolável da dívida.

Juros nominais

Basta ler com atenção alguns contratos ou materiais publicitários de instituições que trabalham com oferta de crédito para se deparar com a expressão juros nominais. Eles servem para apontar qual é a taxa vinculada à operação financeira, conforme o índice inflacionário do período em questão.

Para compreender melhor como isso funciona, é preciso conhecer as características dos juros reais. Enquanto os juros nominais equivalem à soma da taxa real com a inflação, os juros reais representam a porcentagem usada sem o indicador inflacionário.

Considere, por exemplo, uma taxa nominal de 7% e uma inflação na casa dos 3%. Nesse cenário, os juros reais seriam de 4% (7 – 3). Temos, consequentemente, a adoção de um fator indispensável à correção monetária.

Juros rotativos

Com sua fama atrelada aos cartões de crédito e ao cheque especial, os juros rotativos são calculados sobre o saldo restante de uma dívida, paga parcialmente pelo usuário.

Como as taxas de juros impactam sua empresa?

Empresas são criadas para gerar lucro. Porém, o sucesso da atividade econômica desempenhada depende de uma gestão financeira minuciosa. Para que seja completo, o planejamento das finanças deve comportar duas estratégias.

A primeira delas se refere à criação e alimentação regular de uma reserva de emergência. A segunda está associada ao volume destinado aos reinvestimentos, destinados à ampliação contínua do negócio.

Ambas são decisivas para a manutenção e o desenvolvimento da organização nas mais variadas conjunturas econômicas — como os eventuais tempos de crise. Portanto, devem ser elaboradas de acordo com uma análise cuidadosa das taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras parceiras da empresa.

O objetivo é evitar possíveis prejuízos decorrentes das deliberações relacionadas a cada movimento do seu negócio no mercado financeiro. Esse feito é conquistado a partir de uma avaliação detalhada dos juros adotados na hora de solicitar novo crédito, efetuar um refinanciamento ou aproveitar uma ótima oportunidade de negócio.

Enquanto pensa a respeito das características de cada taxa de juros, fica nossa dica final para não se esquecer das suas obrigações como Microempreendedor Individual. Nesse sentido, aproveite para conferir como fazer sua declaração MEI do jeito certo!