A cultura da soja no Brasil é muito valorizada, uma vez que nosso país é considerado o maior produtor do grão no mundo. Segundo os dados divulgados no Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil exportou 2,55 milhões de toneladas embarcadas de soja durante a safra 2023/2024.

Por isso, é importante entender alguns termos relacionados à cultura da soja, como a safra e entressafra. Compreender esse aspecto ajuda os credores a se prepararem para o período e oferecerem crédito para produtores rurais com potencial. Continue sua leitura e entenda melhor sobre o assunto!

O que é safra e entressafra?

Não é segredo nenhum que a safra e a entressafra são conceitos relacionados à produção agrícola. Apesar disso, é normal ter dúvidas sobre esses termos, uma vez que são semelhantes e relacionados aos períodos de cultivo e colheita dos mais variados grãos, incluindo a cultura da soja.

1. Conceito de safra

Primeiramente, a safra se inicia com o período de plantio do grão e inclui os processos de crescimento da plantação e de colheita. Ou seja, é o ciclo anual de produção de uma cultura agrícola.

É nesse período que os agricultores preparam o solo, plantam sementes, cuidam do crescimento das plantas e, finalmente, realizam a colheita. O momento exato da safra pode variar dependendo da cultura, da região geográfica e das condições climáticas.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, aproveite e confira nosso material sobre o plano safra!

2. Conceito de entressafra

Por outro lado, a entressafra é o período entre o término da colheita de uma safra e o início do plantio da próxima. Durante esse intervalo, não há cultivo ou grandes colheitas, uma vez que esse é um período de repouso agrícola que pode variar em duração, dependendo do tipo de cultura, da região geográfica e das práticas agrícolas locais.

Durante a entressafra, os agricultores podem realizar diversas atividades, como o preparo do solo, a manutenção de equipamentos, a aplicação de práticas de conservação do solo e da água e até mesmo o cultivo de plantas de cobertura.

O cultivo de plantas de cobertura é comum durante a entressafra, pois elas ajudam a proteger e a enriquecer o solo, melhorar sua estrutura e contribuir para a sustentabilidade agrícola.

Quando ocorre a safra e entressafra de soja?

O período da safra e da entressafra de soja no Brasil pode variar conforme a localização da plantação. Primeiramente, veja a tabela que preparamos com as datas da safra nos estados produtores do grão:

 

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Além disso, no geral, a entressafra de soja acontece nos meses de janeiro, maio, junho, julho, agosto e setembro. Apesar disso, é válido ressaltar que esse período pode ser alterado conforme a região e o período de safra.

Outro fator que pode impactar diretamente as datas de plantio e colheita da soja é o vazio sanitário. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), esse conceito se relaciona com um período em que é proibido cultivar, manter ou permitir plantas vivas em determinada região.

Isso é feito para reduzir a ferrugem-asiática (uma espécie de fungo) durante o período de entressafra. Assim, é possível evitar a ocorrência da doença durante o período de crescimento das plantas.

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Diferenças entre safra e entressafra de soja

A safra corresponde à fase de plantio inicial, geralmente ela é realizada durante a estação chuvosa, entre outubro e dezembro, quando as condições climáticas favorecem a semeadura. Esse é o momento de maior potencial produtivo, pois gera retornos financeiros mais expressivos para os agricultores.

Em seguida, vem a safrinha — termo popular que reflete a escala reduzida dessa colheita, já que ocorre em condições menos ideais, com menor luminosidade e variações de temperatura que limitam o crescimento das plantas. Por fim, o intervalo entre o fim de uma cultura e o início de outra é definido como entressafra, período significativo para o preparo do solo e planejamento agrícola.

Esses conceitos estão ligados ao ciclo produtivo e às expectativas de rendimento. Isso porque algumas culturas têm ciclos de crescimento curtos, que dependem de janelas específicas no ano para se desenvolverem. Entender esses períodos ajuda a otimizar o planejamento agrícola e a tomar decisões estratégicas, tanto para produtores quanto para credores que financiam a atividade rural.

5 dicas para planejar a safra e entressafra

Agora que você já entendeu o que é entressafra e as diferenças entre os períodos agrícolas, confira 5 dicas para organizar essa fase, melhorar sua gestão de crédito para propriedades rurais e garantir resultados mais eficientes na próxima safra! Entenda a seguir:

1. Entenda o uso de recursos naturais

Há décadas, diversas comunidades agrícolas cultivam a terra com base no aproveitamento inteligente dos recursos disponíveis em suas propriedades. Materiais orgânicos, como esterco, resíduos de cultivos anteriores e compostagem, são bons exemplos que contribuem para a fertilidade do solo e o aumento da produtividade das plantações.

A entressafra é a fase perfeita para adotar uma visão estratégica da propriedade rural. Reorganizar espaços, preparar áreas de cultivo e reaproveitar insumos que seriam descartados são práticas que fortalecem a saúde do solo e impulsionam os resultados da próxima safra. Caso você esteja analisando um agronegócio visando conceder crédito para investimentos na propriedade, é importante entender como o negócio utiliza os recursos naturais e se segue as melhores práticas ESG.

2. Investigue riscos de pragas e doenças

Conhecer as ameaças que podem impactar a lavoura do seu beneficiário, como pragas e doenças específicas, e ter um histórico detalhado da área cultivada são decisões fundamentais para planejar ações preventivas durante a entressafra. Essas informações definem estratégias de controle de riscos mais eficientes, que também serão aplicadas na próxima safra para minimizar danos, garantir a produtividade e reduzir as chances de inadimplência.

Por isso, é muito importante que o produtor mantenha registros organizados das ocorrências em sua propriedade. Documentar problemas anteriores, tratamentos usados e resultados obtidos se transforma em uma ferramenta valiosa para antecipar desafios e tomar decisões embasadas, o que garante maior segurança para o cultivo e para os credores que acompanham o desempenho da operação.

3. Planeje estrategicamente os custos

Fique atento a aspectos estratégicos do cultivo, especialmente os custos mais relevantes da operação. É essencial que o agricultor defina com precisão a quantidade de defensivos agrícolas e fertilizantes necessários para a próxima safra, garantindo que os recursos sejam alocados de forma inteligente e sem desperdícios.

Um planejamento detalhado evita gastos excessivos, que podem comprometer a margem de lucro na hora de comercializar a produção, afetando, consequentemente, o lucro das empresas que fazem parte do mercado de crédito rural.

Para isso, uma dica valiosa para as propriedades rurais é adotar tecnologias de gestão: sistemas digitais ajudam a registrar e monitorar dados da propriedade rural, otimizando processos e permitindo decisões mais coerentes para todas as partes.

4. Priorize a manutenção dos equipamentos

Quem investe em máquinas e implementos agrícolas conhece o alto custo envolvido nessa aquisição e a importância de mantê-los funcionando corretamente. Esses equipamentos são essenciais em todas as etapas — desde o preparo do solo até o plantio e a colheita —, por isso, cuidar deles é garantir que tudo funcione perfeitamente.

É importante garantir que as propriedades rurais nas quais você concede crédito sigam as melhores práticas de manutenção preventiva.

5. Invista em inovação

A agricultura moderna é tecnológica e de especialização constante. Se você quer se destacar no mercado e manter a competitividade, dedique tempo ao aprendizado e à capacitação de sua equipe — para dominar novas técnicas e entender as tendências que estão transformando o campo e podem ser lucrativas para a sua empresa.

Aproveite a entressafra para analisar a fundo as propriedades beneficiárias: identifique pontos de melhoria, explore oportunidades e fortaleça estratégias e equipamentos.

Além disso, mantenha-se atualizado sobre as novas tecnologias para o agronegócio. Entenda como ferramentas digitais, sistemas de monitoramento e práticas sustentáveis podem elevar a produtividade das lavouras, reduzir custos e garantir uma gestão mais inteligente e conectada com a competitividade do mercado. Invista nesses negócios, pois são eles que possuem melhores chances de resultados positivos.

Quais são as dificuldades da cultura da soja no Brasil?

A cultura da soja no Brasil enfrenta várias dificuldades que afetam a produção e a sustentabilidade dessa importante commodity agrícola. Ficar atento a esses fatores é extremamente necessário, principalmente para os produtores rurais e para os credores que concedem crédito aos agricultores e precisam monitorar o desempenho das plantações.

A soja é suscetível a várias pragas e doenças, como lagartas, percevejos, nematoides e fungos. O controle desses organismos pode exigir o uso de pesticidas e de outros produtos químicos, sendo possível ter impactos ambientais e econômicos.

Além disso, assim como nos demais tipos de plantações, a cultura da soja deve acontecer de forma que as regulamentações sejam cumpridas. Assim, é possível garantir que a propriedade rural não esteja impactando negativamente o meio ambiente. Para isso, é necessário conhecer os pilares do ESG no agronegócio e monitorá-los nas plantações.

Por último, e não menos importante, a soja é sensível às condições climáticas adversas. Por exemplo, mudanças súbitas no clima, como secas ou chuvas excessivas, podem afetar a produção.

Principais culturas para entressafra

Segundo a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o milho segunda safra é a principal cultura cultivada após a colheita da soja, geralmente entre fevereiro e julho. Com ciclo de crescimento rápido, ele aproveita a estrutura do solo enriquecida pela soja, o que gera produtividade e facilita o uso da terra.

Para regiões de clima mais frio — como áreas subtropicais de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e sul do Mato Grosso do Sul —, as culturas de inverno (trigo, aveia e cevada) são excelentes alternativas. Além de diversificar a produção, elas atuam como aliadas estratégicas: protegem o solo contra erosão, reduzem a incidência de pragas e doenças e mantêm a terra fértil para a próxima safra de soja.

Como se preparar para o período de safra e entressafra da soja?

O período de safra exige muita preparação por parte do produtor. É nessa época que os credores precisam monitorar com atenção as atividades realizadas pelo agricultor, uma vez que a falta de cumprimento das exigências legais ou das situações adversas pode afetar o desempenho das propriedades rurais.

Para um credor que precisa monitorar o desempenho das plantações de um produtor rural como forma de garantia, a avaliação da preparação para o período de safra e entressafra é fundamental para atestar a segurança do investimento. Veja as dicas que preparamos:

1. Faça uma análise dos riscos

Antes mesmo do início da safra, conduza uma análise de riscos para identificar potenciais ameaças ao desempenho da plantação, como condições climáticas adversas, pragas ou doenças.

Também aproveite esse período para examinar o plano de plantio do agricultor, incluindo a escolha das sementes, práticas de preparo do solo e outras estratégias de manejo. Certifique-se de que essas escolhas estejam alinhadas com as boas práticas agrícolas.

2. Estabeleça um sistema de monitoramento contínuo

O período de desenvolvimento da cultura de soja ou de outro grão é igualmente importante. Nesse momento, é necessário acompanhar o andamento da lavoura ao longo da safra, visando compreender os desafios que estão sendo enfrentados e possíveis perdas relacionadas a eventos climáticos e outros imprevistos.

Além disso, aproveite para monitorar alguns indicadores-chave para a propriedade, como produtividade por hectare, qualidade dos grãos e outros dados relevantes. Para isso, estabeleça um sistema de monitoramento contínuo. Atualmente, existem tecnologias no agronegócio que auxiliam nesse processo, como drones, sensores agrícolas e mais.

3. Estude o plano de entressafra

A safra e a entressafra de soja e outros grãos exigem muito cuidado e atenção. Esse segundo período merece uma atenção especial, uma vez que é responsável pela preparação para as próximas safras.

Por isso, avalie o plano para a entressafra, incluindo práticas de conservação do solo, manutenção de equipamentos e medidas para preservar a sustentabilidade da operação de um negócio rural.

Os credores também devem se certificar de que as garantias associadas ao empréstimo ou ao crédito estejam sendo mantidas durante esse período. Por exemplo, caso uma das condições para a concessão de crédito seja manter um seguro agrícola, isso deve ser feito durante a época de entressafra também.

4. Conte com o Land ID da Serasa Experian!

O Land ID é uma solução de inteligência de mercado para o agronegócio que identifica oportunidades de investimento e expansão dos negócios por meio do mapeamento de regiões de produção agrícola e da coleta de dados estratégicos.

Apesar disso, os estudos realizados podem ter objetivos diferentes a depender da finalidade dos dados: inteligência de mercado e análise de crédito. A primeira opção é ideal para identificar as características de cada propriedade e região, sendo usada para desenhar novas estratégias para o negócio.

Já a segunda opção é perfeita para conseguir relatórios que trazem leads qualificados. Legal, não é? Acesse o site e conheça melhor essa ferramenta para garantir uma safra e entressafra do cultivo de soja mais eficiente e segura.

Pronto para garantir uma safra e uma entressafra de soja mais eficiente? Esperamos que esse texto tenha ajudado a compreender melhor essa época tão importante, bem como entender as dificuldades da cultura da soja e como se preparar para o período. Continue nos acompanhando para mais conteúdos imperdíveis!