Salário Mínimo 2025: valor líquido e previsão 2026

O salário mínimo 2025 é um dos pilares da política econômica e social do Brasil. Ele influencia diretamente a renda de trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais. Em 2025, o valor foi reajustado para R$ 1.518, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior.

Mas o que isso significa na prática? Neste artigo, você vai entender em profundidade como esse valor é calculado, quais são os descontos aplicados, as projeções para os próximos anos e os impactos reais no seu dia a dia.

Quando entra em vigor o novo salário mínimo?

O novo salário mínimo 2025 de R$ 1.518 entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2025, com pagamento efetivo a partir de fevereiro. Esse reajuste foi calculado com base na política de valorização do salário mínimo, que considera dois fatores principais: a inflação acumulada no ano anterior, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), e o crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Em 2024, a inflação foi de 4,84%, e o PIB de 2023 cresceu 2,5%, que é o teto permitido por lei para o ganho real.

Essa fórmula busca garantir que o salário mínimo não apenas acompanhe o aumento do custo de vida, mas também proporcione uma melhoria no poder de compra do trabalhador. 

Quanto você realmente recebe?

Embora o valor bruto do salário mínimo seja R$ 1.518, o trabalhador não recebe esse montante integralmente. O principal desconto obrigatório é a contribuição ao INSS, que para quem ganha um salário mínimo é de 7,5%, resultando em um desconto de R$ 113,85.

Com isso, o valor líquido recebido é de R$ 1.404,15. Para quem recebe dois salários mínimos (R$ 3.036), a alíquota sobe para 12%, com desconto de R$ 257,73, resultando em um salário líquido de R$ 2.778,27.

Esses valores podem ser ainda menores caso haja outros descontos, como vale-transporte, plano de saúde, pensão alimentícia ou empréstimos consignados. A legislação determina que os descontos totais não podem ultrapassar 70% do salário, garantindo ao trabalhador pelo menos 30% do valor bruto.

Qual é a projeção para 2026?

O governo, por meio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para o próximo ano, projeta que o salário mínimo em 2026 será de R$ 1.630, o que representa um aumento de 7,37% em relação ao valor de 2025.  

Como o salário mínimo afeta benefícios e obrigações?

O reajuste do salário mínimo tem um efeito cascata sobre diversos benefícios sociais e obrigações trabalhistas. Aposentadorias e pensões do INSS que estão vinculadas ao piso nacional são automaticamente reajustadas.

O mesmo acontece com o valor mínimo do seguro-desemprego, que acompanha o novo salário mínimo. O abono salarial do PIS/Pasep também é recalculado com base nesse valor. Além disso, pensões alimentícias que têm como referência o salário mínimo são atualizadas.

No caso de trabalhadores domésticos, o empregador deve atualizar manualmente o valor no sistema eSocial, garantindo que o novo piso seja respeitado. Essa atualização deve ser feita antes do fechamento da folha de pagamento do mês ou após o retorno de férias do empregado, se for o caso.

Quem recebe um salário mínimo tem direito ao Auxílio Brasil/Bolsa Família?

A resposta para essa pergunta é: depende. Afinal, ter acesso ao Auxílio Brasil/Bolsa família depende do número de pessoas na família, já que esses benefícios sociais são direcionados à famílias em situação de vulnerabilidade econômica, conforme os seguintes critérios:

• Extrema pobreza: famílias com renda familiar per capita mensal de até R$ 105,01.
• Pobreza: famílias com renda familiar per capita mensal entre R$ 105,01 e R$ 210, desde que incluam gestantes, crianças ou adolescentes entre seus integrantes.

Portanto, se você recebe um salário mínimo de R$ 1.518 e sua família tem menos de seis integrantes, a renda per capita ultrapassará o limite para se enquadrar como família em extrema pobreza ou pobreza.

Por exemplo, com cinco integrantes, a renda per capita seria de R$ 303,60, acima do critério estabelecido. Esses benefícios foram criados para garantir um apoio financeiro às famílias mais necessitadas, promovendo o acesso a direitos básicos como alimentação, saúde e educação.

É importante avaliar a composição familiar e a renda para saber se você atende aos requisitos para o programa.  

Jovem aprendiz pode receber menos que o salário mínimo?

Sim, e isso é totalmente legal. O contrato de jovem aprendiz é uma modalidade especial de trabalho, regulamentada pela Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000). Nesse modelo, o salário é calculado com base no salário mínimo-hora, proporcional à carga horária semanal, que geralmente varia entre 20 e 30 horas.

Isso significa que o valor mensal recebido pode ser inferior ao salário mínimo nacional, desde que respeite o valor por hora. Além disso, o jovem aprendiz tem direito a benefícios como vale-transporte, férias proporcionais, FGTS com alíquota reduzida (2%), entre outros. Confira o manual da aprendizagem do Ministério do Trabalho.  

Evolução do salário mínimo

Desde sua criação em 1940, o salário mínimo brasileiro passou por profundas transformações, refletindo os desafios econômicos e sociais de cada época. Confira a evolução do salário mínimo de acordo com os dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Salário mínimo regional: o que muda por estado? Além do salário mínimo nacional, alguns estados adotam pisos regionais mais altos, levando em conta o custo de vida local e a realidade econômica de cada região.

Em São Paulo, por exemplo, o salário mínimo 2025 será reajustado para R$ 1.804 a partir de julho de 2025, sem divisão por faixas. No Paraná, os valores variam entre R$ 1.856,94 e R$ 2.134,88, dependendo da categoria profissional.

O Rio Grande do Sul adota faixas entre R$ 1.656,52 e R$ 2.099,27, enquanto Santa Catarina mantém valores entre R$ 1.612,26 e R$ 1.844,40. Já o Rio de Janeiro não atualiza seu piso desde 2019, com faixas que vão de R$ 1.238,11 a R$ 3.158,96 Confira nossa tabela:

  Esses pisos regionais são obrigatórios para categorias não cobertas por convenções coletivas ou leis federais e refletem as diferenças de produtividade e custo de vida entre os estados.  

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