Gerenciar as finanças de uma empresa não é simples, principalmente para quem atua em PMEs ou mesmo como microempreendedor individual: lidar com entradas e saídas de valores pode gerar confusão, especialmente quando o fluxo financeiro é intenso. Então, entender o regime de caixa e o regime de competência ajuda a transformar números soltos em informações úteis para a tomada de decisão.
A escolha entre esses dois modelos de registro contábil influencia a forma como você enxerga os resultados do seu negócio. Um deles justifica a movimentação do dinheiro no momento em que entra ou sai, enquanto o outro mostra a realidade das operações, mesmo que o pagamento ainda não tenha ocorrido.
É por isso que entender bem cada regime é tão importante. Neste conteúdo, vamos mostrar como cada modelo funciona, quais são suas vantagens, limitações e em quais situações eles se aplicam melhor e, assim, você terá mais clareza para decidir qual caminho adotar e como isso pode simplificar a gestão do seu negócio! Entenda a seguir:
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O que é regime de caixa?
O regime de caixa é um método em que todas as movimentações financeiras são registradas no momento em que o dinheiro entra ou sai da conta da empresa. Em outras palavras, só há lançamento quando ocorre o pagamento ou o recebimento. Essa forma de registro funciona como um extrato bancário: você visualiza exatamente o que entrou e o que saiu naquele período.
Esse modelo é muito usado por microempreendedores e negócios de menor porte por oferecer um panorama detalhado da disponibilidade de recursos. Ao observar os registros, fica mais simples identificar quanto a empresa realmente possui em caixa para honrar compromissos, sem depender de projeções ou cálculos complexos.
Além disso, como a tributação ocorre apenas quando o valor é efetivamente recebido, empresas de serviços, por exemplo, encontram vantagens nesse método.
O regime de caixa é considerado menos burocrático por refletir a realidade financeira de forma imediata. Ele ajuda na gestão do dia a dia, já que permite acompanhar de perto se há saldo suficiente para despesas e investimentos. Porém, por mostrar somente o presente, esse regime não traz uma visão clara sobre receitas e despesas futuras.
O que é regime de competência?
Diferentemente do anterior, o regime de competência registra as operações na data em que o evento acontece, mesmo que o dinheiro ainda não tenha sido pago ou recebido. Isso significa que, se uma venda foi realizada em março com pagamento previsto apenas para abril, a receita já é registrada em março, quando a transação ocorreu.
Nessa estratégia, o importante não é o fluxo de caixa imediato, mas o momento em que o direito de receber ou a obrigação de pagar foi gerado. Por isso, esse regime é obrigatório para empresas de maior porte, que precisam de relatórios mais completos para atender às exigências legais, inclusive para a declaração do imposto de renda.
O regime de competência ajuda a identificar com mais precisão a performance do negócio em determinado período, já que considera todas as receitas e despesas, mesmo que ainda não tenham impacto no caixa. Isso ajuda a planejar melhor o futuro, prever necessidades financeiras e avaliar a real rentabilidade da empresa — embora mais detalhado, exige maior controle contábil e disciplina na gestão dos registros.
Qual a diferença entre o regime de caixa e o regime de competência?
A diferença entre o regime de caixa e o regime de competência está no momento em que a empresa faz o registro das operações. Enquanto o regime de competência antecipa o lançamento contábil, ao registrar receitas e despesas na data em que o evento acontece, o regime de caixa só contabiliza quando há movimentação de dinheiro.
Isso significa que o regime de competência organiza a contabilidade de forma completa, sendo, inclusive, a forma obrigatória de registro para grandes empresas. Já o regime de caixa traz a realidade do fluxo financeiro, como um espelho da conta bancária, o que o torna bastante prático para pequenas empresas. Confira mais detalhes abaixo:
Aspecto |
Regime de caixa |
Regime de competência |
---|---|---|
Momento do registro |
Quando há pagamento ou recebimento |
Na data em que a operação ocorre |
Utilização |
Mais comum em micro e pequenas empresas |
Obrigatório para grandes empresas |
Relação com o caixa |
Mostra a realidade imediata do saldo disponível |
Pode indicar receitas e despesas futuras |
Tributação |
Apenas sobre valores já recebidos |
Sobre o faturamento, mesmo sem recebimento |
Gestão |
Facilita o controle do fluxo financeiro |
Favorece o planejamento contábil e fiscal |
Vantagens e desvantagens do regime de caixa
Para o empreendedor, um grande impasse é lidar com a cobrança de impostos antes mesmo de receber o pagamento do cliente. Para algumas empresas, o regime de caixa ajuda a contornar essa situação, já que os tributos só incidem sobre valores efetivamente recebidos. No Brasil, existem quatro regimes tributários principais:
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Simples Nacional;
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Lucro Presumido;
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Lucro Real;
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Lucro Arbitrado.
Entre eles, apenas quem está no Simples Nacional ou no Lucro Presumido pode optar entre o regime de caixa e o de competência. Isso significa que, nesses casos, a empresa só paga tributos quando o dinheiro realmente entra em caixa.
Por exemplo: se uma venda foi parcelada em três meses, a tributação ocorrerá em cada mês proporcionalmente ao que foi recebido e não sobre o valor total no momento da venda.
Desvantagens do regime de caixa
Apesar de ser mais simples, o regime de caixa também tem suas limitações, principalmente por exigir um controle detalhado do contas a receber e de toda a movimentação financeira, já que cada entrada precisa ser acompanhada de perto. Confira outros dois pontos de desvantagem:
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Não está disponível para empresas enquadradas no Lucro Real ou no Lucro Arbitrado;
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Para negócios com recebimentos constantes e regulares, o modelo não oferece grandes benefícios no fluxo de caixa, já que os resultados não diferem muito do regime de competência.
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