O setor do agronegócio é uma das maiores fontes de receita para a economia mundial — mais especificamente US$ 1,3 trilhão em alimentos anualmente, segundo o site WWF — mas, para que ele funcione de forma sustentável, o credor deve fornecer crédito a um financiado que esteja comprometido a seguir o compliance socioambiental. Isto é, ele precisa ter certeza de que os processos do custeado seguem as diretrizes nacionais e internacionais de segurança ambiental.
Ou seja, instituições que concedem crédito no agro têm uma responsabilidade estratégica, pois o risco ambiental é um problema real e passou a influenciar as condições de financiamento, as exigências regulatórias e a reputação das instituições envolvidas. É aí que surge a taxonomia verde desenvolvida pela FEBRABAN — um sistema que promete transformar a forma como o crédito rural é classificado, avaliado e estruturado.
Neste post da Serasa Experian, você vai entender como o framework sustentável proposto pela federação FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) atua sobre o risco do crédito rural, suas classificações e como nós podemos ajudar os credores a monitorar produtores e propriedades rurais! Confira a seguir:
Neste conteúdo você vai ler (Clique no conteúdo para seguir)
- O que é taxonomia verde e qual é o seu impacto no setor financeiro?
- Particularidades da nova taxonomia da FEBRABAN
- 1. Inclusão de linhas federais de financiamento
- 2. Segmento de atividade mais preciso
- 3. Normas nacionais e internacionais
- 4. Taxonomia verde mais atual
- 5. Redefinição do conceito de risco ambiental
- Modalidades de classificação da FEBRABAN
- Finalidade das taxonomias de acordo com o usuário
- Conte com a Serasa Experian e faça um bom monitoramento!
O que é taxonomia verde e qual é o seu impacto no setor financeiro?
Taxonomia verde é um sistema de classificação que define critérios objetivos para identificar quais atividades econômicas podem ser consideradas ambientalmente sustentáveis. Na prática, ela identifica e categoriza atividades econômicas e combate o chamado greenwashing.
Ao definir o que é "verde" com base em ciência e dados, a taxonomia ajuda credores a avaliar se determinada operação agroindustrial cumpre ou não as metas climáticas e ambientais estabelecidas. No setor financeiro, esse modelo é indispensável para a avaliação de risco, especialmente quando o assunto são operações de crédito rural.
Com a taxonomia, as instituições financeiras qualificam operações segundo critérios sustentáveis, além do crédito rural. E essa área não é um nicho pequeno: de acordo com o Governo Federal, os valores concedidos aos produtores em todas as finalidades (custeio, investimento, comercialização e industrialização) foram, de modo respectivo, de R$ 50 bilhões no Pronaf e de R$ 44 bilhões no Pronamp.
Outro impacto da taxonomia é a padronização dos relatórios: ao obrigar as instituições a reportarem o quanto de sua carteira está ordenada com os critérios verdes, o sistema pressiona o setor a evoluir em compliance, auditoria e tecnologia — o que se liga diretamente à governança.
Sugiro um vídeo que explique o que é taxonomia verde e como ela colabora para uma boa análise de risco sobre o crédito para os produtores.
Particularidades da nova taxonomia da FEBRABAN
Com a atualização da taxonomia, a FEBRABAN ofereceu mudanças para aumentar a precisão, a transparência e a aplicabilidade do modelo no Brasil. As atualizações favorecem o combate ao risco de crédito e a estruturação de produtos sustentáveis em instituições financeiras. Entenda a seguir:
1. Inclusão de linhas federais de financiamento
Um dos principais avanços da nova taxonomia é a identificação de 41 linhas de financiamento federais, sendo 34 voltadas ao setor agropecuário, classificadas como de "alta contribuição" à economia verde. Isso inclui programas como:
- PRONAF (Agroecologia, Floresta, Bioeconomia, entre outros);
- ABC (Programa de Agricultura de Baixo Carbono);
- FCO, FNE e FNO (Fundos Constitucionais regionais);
- BNDES Finem (Recuperação de passivos ambientais).
2. Segmento de atividade mais preciso
Houve um avanço importante na granularidade da modalidade "exposição às mudanças climáticas". Agora, a análise se baseia nas subclasses do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), para permitir a distinção com mais exatidão do perfil de risco climático em cada setor ou cadeia produtiva.
3. Normas nacionais e internacionais
A FEBRABAN organizou um método de classificação para conectar as exigências ambientais brasileiras aos padrões globais, como o Plano ABC e os ODS. Isso ajuda a que os critérios adotados dialoguem com o contexto local sem perder a parceria com compromissos internacionais.
4. Taxonomia verde mais atual
A estrutura incorporou diretrizes que são muito usadas pelo setor financeiro global, como a TCFD, a Taxonomia da União Europeia, os Climate Bonds Standards e os Social Bond Principles: o objetivo é padronizar processos e facilitar o acesso ao financiamento sustentável e, portanto, lucrativo — inclusive, uma pesquisa da própria Climate Bonds Initiative contabilizou um valor de mercado para os "produtos verdes" de US$ 670,9 bilhões no ano de 2024.
5. Redefinição do conceito de risco ambiental
A FEBRABAN revisou a nomenclatura anterior para evitar interpretações ambíguas. O termo "Atividades potencialmente causadoras de impactos ambientais significativos" foi substituído por "Exposição ao risco ambiental" para deixar mais claro que o foco está em apoiar a gestão de risco das instituições financeiras.
Modalidades de classificação da FEBRABAN
A FEBRABAN, em sua agenda de inovação e sustentabilidade, criou uma taxonomia voltada à realidade brasileira ao incorporar parâmetros internacionais e diretrizes nacionais como o Plano Safra — que teve uma receita de R$ 400,59 bilhões em crédito rural em 2025 —, o Código Florestal e os ODS da ONU.
A proposta é apoiar o mercado financeiro com uma estrutura técnica. O objetivo é avaliar operações agro sob a ótica da sustentabilidade ambiental, climática e social. Confira um resumo da finalidade de cada modalidade de classificação:
- Economia verde: monitorar o potencial de impacto positivo para a sociedade/meio ambiente;
- Exposição às mudanças climáticas: foco prudencial em monitorar a exposição das carteiras ao risco climático;
- Exposição ao risco ambiental: foco prudencial em monitorar a exposição das carteiras ao risco ambiental.
Finalidade das taxonomias de acordo com o usuário
A finalidade de uma taxonomia depende primordialmente de seus usuários. Isso significa que a forma como ela será aplicada, interpretada e até mesmo aprimorada varia conforme o papel de quem a utiliza no ecossistema financeiro e produtivo. Entenda a seguir:
Usuário |
Finalidades da taxonomia verde |
Bancos e demais instituições financeiras |
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Agências reguladoras |
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Investidores |
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Conte com a Serasa Experian e faça um bom monitoramento!
Monitorar riscos de ESG no agro é um dos principais entraves para quem concede crédito, porque será isso o que irá definir se o produtor segue práticas sustentáveis, se está regular com os órgãos ambientais e se a operação representa risco reputacional ou financeiro para quem financia.
Mas você não precisa resolver isso tudo sozinha — com a nossa solução Smart ESG, é possível automatizar grande parte desse processo com dados consistentes e profundidade analítica, além da agilidade. Entre as principais vantagens da plataforma, estão:
- Acesso via plataforma web e API;
- Verificação de conformidade com a EUDR;
- Mapa exploratório interativo;
- Monitoramento diário de embargos ambientais, áreas com desmatamento detectado (Deter) e nomes na lista do trabalho análogo à escravidão.
Assista ao vídeo e confira como a tecnologia pode transformar sua análise de risco no agro! Entenda:
Como você pôde conferir, a taxonomia diminui drasticamente o risco no crédito rural, pois exige monitoramento e boas práticas ESG. Agora, que tal conferir nosso post sobre a FEBRABAN Tech 2025 e o destaque do futuro do crédito verde e a conformidade ESG? Acesse e até lá!