A cada ano, mais jovens brasileiros decidem seguir o próprio caminho no mercado de trabalho. Para muitos, empreender não é mais um objetivo distante e se tornou uma necessidade urgente diante da dificuldade em conseguir uma vaga com carteira assinada. De acordo com dados do IBGE de 2022, 19,3% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam desempregados — um índice bem acima da média mundial, que ficou em 14,9% no mesmo período.
A verdade é que, agora, o empreendedorismo jovem é a realidade de muitas famílias, pois a vontade de ter um negócio próprio revela o desejo pela autonomia. Ao longo dos anos, vários jovens começaram vendendo doces na escola, criando marcas no Instagram ou prestando serviços digitais com o celular na mão — e que, com planejamento e inteligência, viraram cases de sucesso.
Se você é dono de uma PME ou é microempreendedor, essa movimentação é importante, porque o crescimento do empreendedorismo jovem faz parte das transformações do mercado, na chegada de novas formas de consumo, de comunicação e até de gestão. Neste post da Serasa Experian, você vai entender como esse comportamento pode ser uma inspiração para adaptar sua empresa, melhorar seus processos e se manter competitivo! Confira:
Neste conteúdo você vai ler (Clique no conteúdo para seguir)
- O que é empreendedorismo jovem?
- Perfil dos jovens empreendedores: o que move essa geração?
- Principais desafios enfrentados por jovens empreendedores
- Oportunidades e caminhos de fortalecimento
- Como as PMEs podem se beneficiar dessa tendência?
- O futuro do empreendedorismo jovem no Brasil
O que é empreendedorismo jovem?
O termo "empreendedorismo jovem" refere-se à criação e desenvolvimento de negócios por pessoas com idade até 29 anos. Mas não é só isso: ele tem uma carga geracional importante, marcada por agilidade, criatividade, pensamento digital e capacidade de se adaptar às transformações do mercado.
Dados recentes apontam esse crescimento como consistente. Segundo o IBGE, mais de 24% dos jovens das classes A, B e C já são empreendedores, enquanto 60% desejam ter um negócio próprio no futuro. E o mais interessante é que a maioria começou por oportunidade e não por necessidade, o que mostra a postura visionária dessa geração.
Muitos desses jovens já nascem dentro do universo online, então conseguem transformar redes sociais em vitrines, aplicativos em canais de venda e plataformas gratuitas em centros de gestão. Essa estratégia barateia custos e acelera resultados — algo que empresas mais tradicionais também podem incorporar ao seu dia a dia.
Perfil dos jovens empreendedores: o que move essa geração?
A juventude empreendedora no Brasil não é homogênea. Embora muitos iniciem seus negócios por vocação e identificação com o produto ou serviço, outros o fazem por ausência de oportunidades no mercado formal. Em 2022, por exemplo, mais de 4,7 milhões de jovens não procuraram emprego e afirmaram não querer trabalhar. Entre eles, cerca de 2 milhões eram mulheres que se dedicavam a afazeres domésticos ou ao cuidado de parentes, segundo o IBGE.
Esse recorte de gênero é relevante, pois pesquisas mostram que, entre os jovens empreendedores, a parcela do empreendedorismo feminino enfrenta barreiras maiores para acessar crédito, equilibrar maternidade e negócios e conquistar reconhecimento. Ainda assim, lideram com criatividade e constroem redes de apoio que fortalecem o ecossistema! Outro ponto importante é que esses empreendedores valorizam causas sociais, ambientais e comunitárias.
Principais desafios enfrentados por jovens empreendedores
Mesmo com o crescimento, o caminho de quem começa cedo no mundo dos negócios não é simples. A ausência de capital inicial é uma das barreiras mais aparentes: muitos jovens têm boas ideias, mas não conseguem recursos para colocá-las em prática — por falta de garantias, histórico de crédito ou acesso a programas de incentivo.
A burocracia é outro entrave. Abrir CNPJ, lidar com tributos e entender a contabilidade são conhecimentos que nem sempre foram oferecidos na escola. Ou seja, essa lacuna de formação também influencia na gestão financeira, na estratégia de marketing e na tomada de decisões.
Além disso, muitos empresários mais velhos desconfiam da capacidade de jovens empreenderem com responsabilidade. Isso dificulta parcerias e pode isolar novos empreendedores.
Oportunidades e caminhos de fortalecimento
Apesar dos obstáculos, os jovens empreendedores têm buscado formas de fortalecer seus negócios e superar as limitações. Um dos caminhos mais promissores é a participação em redes de apoio e programas de capacitação.
Outro recurso poderoso são as aceleradoras e incubadoras, que conectam jovens a investidores e ajudam a profissionalizar suas ideias. Há ainda editais públicos voltados a startups, especialmente nas áreas de tecnologia e sustentabilidade, dois temas muito presentes no empreendedorismo jovem.
Vale destacar também a relevância da educação empreendedora nas escolas. A Junior Achievement Brasil, por exemplo, é uma das organizações que vêm atuando com esse foco para aproximar o universo dos negócios do ambiente escolar.
Como as PMEs podem se beneficiar dessa tendência?
Empresas já estabelecidas podem olhar com atenção para o movimento do empreendedorismo jovem, pois ele não é uma "onda passageira", mas uma das transformações que o mercado está enfrentando. E isso pode ser uma chance valiosa para repensar processos, testar formatos e construir parcerias.
Às vezes, para inovar, basta incorporar hábitos dessa nova geração: usar redes sociais de forma mais estratégica, testar modelos de negócio enxutos, validar ideias antes de investir pesado. É possível até mesmo abrir espaço para jovens talentos dentro da sua PME — com estágios, mentorias ou parcerias com microempreendedores locais.
O futuro do empreendedorismo jovem no Brasil
A renda média dos jovens empreendedores ainda é 31% menor que a dos adultos, porém vem crescendo de forma acelerada. Em 2024, os jovens DN registraram rendimento médio de R$ 2.567 — o maior desde o início da série histórica —, de acordo com o IBGE.
Nos últimos três anos, esse valor teve um avanço de 25,4%, acima do aumento da média nacional, que ficou em 22,9%. Para fins de comparação, a média de rendimento dos donos de negócios no país foi de R$ 3.477 em 2024, valor 26,2% superior ao dos jovens empreendedores.
Apesar da distância ainda expressiva, a tendência de alta e os ganhos progressivos indicam boas perspectivas para o futuro — sobretudo se houver continuidade no apoio à formalização e à qualificação por meio de políticas públicas aos jovens empreendedores do nosso país.
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