A economia brasileira encerra 2025 com sinais claros de moderação. O PIB avançou somente 0,1% no terceiro trimestre, refletindo os efeitos prolongados da política monetária restritiva e do crédito ainda caro. Embora o mercado de trabalho continue aquecido, com desemprego em 5,4%, o menor nível da série histórica, a expansão da atividade perde fôlego em meio a juros elevados, consumo enfraquecido e maior seletividade nas concessões.
No varejo, o setor registrou alta de 0,2% em novembro, impulsionado pela Black Friday e pela primeira parcela do 13º salário. Apesar disso, o movimento não sinaliza retomada consistente: o acumulado em 12 meses caiu para 3,4%, o menor de 2025, e segmentos dependentes de financiamento, como veículos, seguem pressionados pelo endividamento das famílias e pelo custo elevado do crédito.
A indústria também mostra perda de tração. A produção cresceu apenas 0,1% em outubro, permanecendo estável após oscilação no mês anterior. Mesmo com avanços em bens de capital e duráveis, o setor segue 14,8% abaixo do pico histórico, indicando um ambiente ainda frágil para investimentos, influenciado pela Selic elevada e pelo cenário global instável.
Em contraste, o setor de serviços mantém protagonismo e cresceu 0,3% em outubro, completando nove meses consecutivos de alta. Transportes continuam puxando o desempenho, impulsionados pelo e-commerce e pelo aumento do fluxo aéreo. Serviços ligados à tecnologia e informação também sustentam a expansão, embora com ritmo mais moderado.
A inflação permanece sob controle, com o IPCA subindo 0,18% em novembro e acumulando 4,46% em 12 meses, dentro da tolerância do Banco Central. A valorização do real e a queda das commodities têm contribuído para aliviar pressões, especialmente em alimentação e combustíveis. Para 2025, a Serasa Experian projeta inflação de 4,8%, ainda acima da meta oficial.
O câmbio encerrou novembro em R$ 5,33, oscilando ao longo do mês devido às incertezas fiscais e ao ciclo de juros nos Estados Unidos. A expectativa da Serasa Experian é que o dólar termine 2025 próximo de R$ 5,40, com maior volatilidade à medida que o país se aproxima do ano eleitoral.
A inadimplência, porém, segue como principal ponto de atenção. Em outubro, 80,4 milhões de consumidores estavam negativados, totalizando R$ 509,2 bilhões em dívidas. Entre empresas, 8,7 milhões de CNPJs permanecem inadimplentes, recorde histórico e alta de 24,3% em um ano. Esse cenário pressiona a oferta de crédito, que somou R$ 690,8 bilhões no mês, mas deve crescer de forma mais moderada em 2026, segundo projeções da Serasa Experian.
As perspectivas apontam para um ambiente econômico de transição: crescimento mais lento, juros ainda elevados, inadimplência persistente e decisões de consumo e investimento fortemente condicionadas pela política monetária e pelo quadro fiscal.
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