Ver notícias sobre o possível fim do saque-aniversário do FGTS gera dúvidas e insegurança, especialmente para quem está no mercado de trabalho ou busca recolocação. Saber como funciona essa modalidade, o que mudou recentemente e o que pode mudar ajuda a tomar decisões mais conscientes sobre o uso desse recurso.

O saque-aniversário, implementado em 2019, permite que trabalhadores retirem anualmente uma parte do saldo do FGTS no mês de seu aniversário. No entanto, essa opção limita o acesso ao saldo total em caso de demissão sem justa causa, o que tem gerado discussões sobre sua eficácia e impacto na proteção ao trabalhador.

Neste artigo, abordaremos as principais informações sobre o saque-aniversário, incluindo seu funcionamento, as recentes discussões sobre seu possível fim e as implicações para colaboradores. Acompanhe para entender como essas mudanças podem afetar quem está trabalhando ou procurando emprego e quais medidas podem ser adotadas para se adaptar a possíveis alterações na legislação.

Como funciona o saque-aniversário do FGTS e o que muda com o possível fim da modalidade

O saque-aniversário do FGTS é uma alternativa disponível ao trabalhador com carteira assinada, permitindo a retirada de parte do saldo da conta vinculada a cada ano, no mês de seu aniversário. Criada por meio da Medida Provisória nº 889/2019, convertida na Lei nº 13.932/2019, essa modalidade passou a fazer parte da estratégia de muitos brasileiros que buscam reforço no orçamento ao longo do ano.

A lógica da modalidade segue uma tabela progressiva: quanto menor o saldo da conta, maior a porcentagem liberada. Além da alíquota, há também um valor adicional fixo, conforme determinado por faixas de saldo. A adesão é voluntária e pode ser feita diretamente nos canais oficiais da Caixa Econômica Federal.

Contudo, ao optar pelo saque-aniversário, o trabalhador perde o direito de sacar o valor total do FGTS no caso de uma demissão sem justa causa — recebendo somente a multa de 40% sobre o saldo. Essa condição tem gerado debates sobre a segurança financeira do trabalhador demitido e motivado discussões recentes sobre o possível fim dessa alternativa.

Com isso, surgiram discussões sobre a real função do saque-aniversário: ele ajuda no orçamento anual, mas pode reduzir a reserva para situações imprevistas, como uma demissão. E mesmo que o governo tenha desistido de acabar com a modalidade, entender como ela funciona e pensar se realmente faz sentido para o seu perfil profissional e financeiro é importante para quem está trabalhando ou buscando recolocação no mercado.

Diferença entre saque-aniversário e saque-rescisão

Enquanto o saque-aniversário permite retiradas anuais de parte do saldo do FGTS no mês de nascimento do trabalhador, o saque-rescisão mantém o modelo tradicional: o trabalhador pode sacar o valor integral do FGTS caso seja demitido sem justa causa.

A principal diferença está na consequência da escolha: quem adere ao saque-aniversário não pode sacar o saldo total do fundo em caso de demissão, o que pode afetar o planejamento financeiro em situações de desligamento.

Isso significa que alguns trabalhadores podem enfrentar maior vulnerabilidade em momentos de transição, o que pode influenciar negociações, acordos ou até mesmo demandas por adiantamentos salariais ou empréstimos.

Vantagens e desvantagens para o trabalhador

Entre os benefícios para o trabalhador, está a possibilidade de receber uma quantia extra anual, o que pode ser útil para resolver pendências financeiras ou fazer investimentos pessoais. Em muitos casos, esse valor é visto como uma alternativa rápida ao crédito.

No entanto, a principal desvantagem é a perda do acesso ao valor total do fundo em caso de demissão sem justa causa, o que reduz a segurança em momentos de transição profissional. Nesse caso, o trabalhador só recebe a multa rescisória de 40%, mas fica sem acesso ao restante do saldo, que poderia servir como uma reserva importante até conseguir um novo emprego.

Quem está em um trabalho mais estável pode ver vantagem em receber uma quantia anual; quem está em fase de transição de carreira ou em setores com mais rotatividade pode preferir manter a possibilidade de sacar tudo em caso de demissão. Entender essas diferenças ajuda a planejar melhor o futuro financeiro e a enfrentar períodos de transição com mais tranquilidade.

Discussões sobre o fim do saque-aniversário

Recentemente, surgiram debates sobre a possibilidade de extinguir o saque-aniversário do FGTS. Em fevereiro de 2025, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o governo desistiu de acabar com essa modalidade, reconhecendo que não há consenso no Congresso Nacional para sua extinção.

A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados também discutiu o tema, destacando a importância de avaliar os impactos dessa modalidade tanto para os trabalhadores quanto para a economia. O governo, por sua vez, adiou a discussão sobre o fim do saque-aniversário, indicando que a decisão requer mais estudos e debates com os diversos setores envolvidos.

Propostas do governo Lula

O governo federal chegou a considerar a extinção do saque-aniversário como parte de uma revisão mais ampla das regras do FGTS. A proposta visava retomar a função original do fundo: atuar como uma reserva para momentos de desemprego e instabilidade.

O foco principal estava na proteção ao trabalhador demitido sem justa causa, que, ao optar pelo saque-aniversário, perde acesso ao valor integral do FGTS nesse tipo de situação. Para o governo, essa limitação representa um enfraquecimento da finalidade do fundo.

Argumentos favoráveis ao fim da modalidade

Entre os críticos do saque-aniversário do FGTS, destaca-se a preocupação de que essa modalidade compromete a função original do fundo como uma reserva financeira para momentos de desemprego. Ao permitir saques anuais de parte do saldo, o trabalhador pode se ver sem recursos suficientes quando mais precisa, especialmente em casos de demissão sem justa causa.

Além disso, a utilização desses recursos para consumo imediato pode agravar a vulnerabilidade financeira, levando a situações de inadimplência e dificultando o acesso a financiamentos habitacionais, como os oferecidos pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

Entre os defensores do fim do saque-aniversário, está a ideia de que a modalidade enfraquece o papel do FGTS como suporte financeiro em momentos de desligamento. O saque parcial anual, embora ofereça liquidez, pode deixar o trabalhador com poucos recursos quando mais precisa. Ainda, a utilização desses recursos para consumo imediato pode agravar a vulnerabilidade financeira, levando a situações de inadimplência.

Há também preocupações com a sustentabilidade do fundo no longo prazo. Alguns especialistas apontam que retiradas recorrentes, mesmo em valores menores, podem afetar o saldo das contas e a capacidade do FGTS de financiar habitação, infraestrutura e saneamento, áreas nas quais os recursos do fundo são aplicados.

Críticas à descontinuação do saque-aniversário

Do outro lado, há quem defenda a permanência da modalidade como alternativa válida para o trabalhador. Para muitos, o saque-aniversário representa uma forma prática de acessar o próprio dinheiro de forma planejada, sem depender de empréstimos ou crédito com juros altos.

Por isso, quem apoia a manutenção da modalidade costuma destacar justamente a liberdade de escolha: cada trabalhador decide se quer receber essa quantia todo ano ou manter o direito ao saldo total em caso de demissão. Essa flexibilidade acaba sendo vista como algo positivo, pois permite adaptar a decisão ao momento de vida e à realidade profissional de cada pessoa.

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O governo desistiu de acabar com o saque-aniversário

Após meses de discussão, o governo federal decidiu manter o saque-aniversário do FGTS. A confirmação veio por meio do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que reconheceu a ausência de consenso no Congresso Nacional para avançar com a proposta de extinção.

A decisão veio acompanhada do compromisso de aprofundar o debate com representantes de trabalhadores, empregadores e instituições financeiras, considerando os impactos econômicos e sociais envolvidos.

Manter o saque-aniversário também significa que cada trabalhador pode avaliar qual opção faz mais sentido para sua realidade, receber uma parte do saldo anualmente ou preservar o direito de sacar tudo em caso de demissão sem justa causa.

Medida provisória libera saldo retido para trabalhadores demitidos

Em fevereiro de 2025, o governo federal publicou uma Medida Provisória (MP 1.290/25) que permite a liberação do saldo retido do FGTS para trabalhadores demitidos sem justa causa que optaram pelo saque-aniversário. Antes da mudança, esse valor permanecia bloqueado até o fim do período de carência de dois anos após o desligamento.

A MP foi recebida como uma forma de equilibrar os efeitos da adesão à modalidade com o direito de acesso ao fundo em situações de desemprego. O novo formato busca corrigir uma das principais críticas feitas ao saque-aniversário: a limitação de recursos justamente no momento de maior vulnerabilidade financeira.

Regras para acesso ao saldo retido

Para acessar o saldo retido, foi publicada a Medida Provisória nº 1.290/2025. O trabalhador deve atender aos seguintes critérios:

  • Ter sido demitido sem justa causa entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2025.
  • Ter optado pela modalidade saque-aniversário.
  • Não ter comprometido o saldo com empréstimos bancários.

Os pagamentos serão realizados em duas etapas: a primeira, de até R$ 3 mil, será paga a partir de 6 de março de 2025; a segunda, para valores superiores, será paga em junho de 2025.

E ainda, a Medida Provisória foi prorrogada por 60 dias pelo Senado Federal em abril de 2025, estendendo sua validade até 27 de junho de 2025.

O que o saque-aniversário pode significar para quem busca emprego ou quer mais segurança financeira

A possibilidade de receber parte do FGTS todo ano, no mês do aniversário, pode ajudar quem está no mercado de trabalho ou procurando emprego a ter um respiro extra no orçamento. Esse valor pode servir para investir em qualificação, pagar dívidas ou lidar com imprevistos, sem recorrer a empréstimos com juros altos.

Por outro lado, quem opta pelo saque-aniversário abre mão de sacar todo o saldo do FGTS se for demitido sem justa causa, ficando limitado a receber só a multa rescisória. Essa escolha precisa ser pensada com cuidado, já que o acesso ao fundo completo faz diferença num momento de transição profissional.

Manter-se informado sobre as regras é importante para tomar decisões que ajudem a proteger seu planejamento financeiro. Entender como o FGTS funciona, inclusive em situações de demissão ou necessidade de crédito consignado, contribui para evitar surpresas.

Outra dica é refletir sobre como usar esse dinheiro, reservar parte para cursos, montar uma reserva de emergência ou investir em algo que aumente as chances de recolocação no mercado. Mesmo que pareça pouco, usar o saque-aniversário de forma estratégica pode ajudar a passar por períodos de mudança com mais tranquilidade e segurança.

Alternativas e planejamento financeiro

Diante das discussões sobre o saque-aniversário, é prudente que empresas e trabalhadores considerem alternativas para o planejamento financeiro. A criação de reservas de emergência, investimentos em educação financeira e o uso consciente dos recursos disponíveis são estratégias que podem contribuir para a estabilidade econômica, independentemente das mudanças na legislação do FGTS.

Além disso, é importante acompanhar as atualizações sobre o tema, mantendo-se informado sobre possíveis alterações nas regras do saque-aniversário e suas implicações práticas. A proatividade na busca por informações e na adaptação às mudanças é uma característica valiosa no ambiente empresarial atual.

O saque-aniversário do FGTS continua sendo uma opção válida para os trabalhadores brasileiros, e sua manutenção ou extinção depende de decisões políticas e econômicas em constante evolução. E ainda, entender as mudanças no FGTS é fundamental, mas é igualmente importante estar atualizado sobre outras ferramentas que impactam a vida profissional.

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