A conta laranja é um tipo de fraude em que são utilizados dados bancários de uma pessoa real para realizar movimentações financeiras e adquirir produtos e serviços. Este tipo de conta é criada de diversas maneiras e para finalidades distintas, podendo ocorrer na fase do cadastro, login e na etapa transacional.

Há casos em que a pessoa fornece seus próprios dados para que um amigo ou familiar crie uma conta bancária e a movimente. Se trata de laranja também a conta usada para receber dinheiro em nome de uma pessoa e transferir para terceiros, sem saber a origem do valor. Os fraudadores também usam dados vazados ou roubados para criar uma conta laranja, além de invadirem contas com objetivo de fraudes bancárias.

Na maioria dos cenários, a conta laranja tem como objetivos a lavagem de dinheiro ou esconder enriquecimento ilícito. Todos estes exemplos são crimes e possuem diferentes penalidades.

Atualmente, há novos personagens que transformaram a abertura de contas bancárias em um negócio ilegal, principalmente com a praticidade oferecida pela desburocratização das contas digitais e pelo Pix. Neste conteúdo, explicamos como as novidades no sistema de pagamentos têm impulsionado este cenário e como se prevenir deste tipo de fraude.

Como as contas laranjas são usadas para crimes?

A conta laranja deixou de ser um tipo de golpe em que o fraudador só atua tentando obter dados de um usuário verdadeiro para criar uma conta e virou um esquema robusto que movimenta uma rede de pessoas comuns dispostas a ter lucro por meio dos seus dados bancários e aluguel de contas ativas.

Há perfis nas redes sociais que oferecem ganhos atrativos para correntistas que possuem contas em determinados bancos. A parceria com os criminosos ocorre das seguintes formas:

  • Abertura de nova conta: o usuário “empresta” ou vende os dados para o fraudador criar uma conta.
  • Conta existente: o usuário aluga ou faz a gestão da conta.

A movimentação financeira pode ser realizada pelo usuário ou pelo fraudador. Ou seja, neste tipo de fraude nem sempre o cliente da instituição financeira é a vítima, pois ele pode estar envolvido no crime.

A conta laranja também é utilizada para emitir cartões de crédito, fazer compras, solicitar empréstimos e para transferências de dinheiro de origem ilícita via Pix.

Pix e Contas laranjas

O Pix tem sido muito utilizado como um mecanismo de lavagem de dinheiro no esquema de contas laranjas, pois o fraudador consegue realizar múltiplas transferências de valores para diferentes instituições financeiras em pouco tempo, o que torna difícil rastrear os montantes.

Está cada vez mais comum ouvir notícias sobre o “sequestro do Pix”, em que criminosos capturam as vítimas e enquanto elas estão sob suas posses usam os seus celulares para criar contas laranjas em bancos digitais para receber dinheiro com Pix. Durante a ação, eles também acabam transferindo valores para contas laranjas e depois fazem o saque do dinheiro.

De acordo com o Banco Central, cresceu 11 vezes o registro de transferências criminosas em 1 ano. Segundo a instituição, 1 em cada 10 mil transações via Pix é considerada crime. Os crimes envolvendo Pix também aumentaram 30 vezes só no primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em agosto de 2022, houve uma operação da Polícia Federal com apoio da Febraban, chamada “Não seja um laranja”, focada na busca e apreensão de pessoas envolvidas com contas laranjas, previstas na lei 14.555. A operação foi deflagrada em 13 estados e no Distrito Federal e cumpriu 43 mandatos. Estima-se que o valor das fraudes bancárias investigadas é de R$ 18,2 milhões. Com o apoio das polícias civis do Distrito Federal e de São Paulo foram apreendidos bens de pessoas que “emprestaram” suas contas para movimentação de valores obtidos com fraudes bancárias em troca de dinheiro.

Os fraudadores inovam seus métodos de acordo com as evoluções tecnológicas e o Pix tem sido usado como um instrumento relevante para golpes dada à popularidade, praticidade e à agilidade deste sistema de pagamento. Por isso, é importante que empresas, consumidores e organizações atuem juntos para combater à fraude.

Como a prática de KYC ajuda a prevenir contas laranjas?

Os processos de KYC (Know Your Costumer) se aplicam desde a abertura de conta do cliente até o encerramento. O método deve ser realizado continuamente, pois ajuda a prevenir fraudes de identidade, lavagem de dinheiro, crime organizado e financiamento ao terrorismo. A prática é necessária para validar a identidade do usuário, checar se as transações financeiras correspondem ao real titular e monitorar se a origem dos recursos é legítima.

Na estratégias de KYC, as empresas precisam cumprir algumas etapas, como analisar informações do usuário, consultar fontes confiáveis e seguir regulamentações específicas. Essas e outras variáveis são analisadas para autenticar o usuário, classificar o nível de seu perfil de risco e monitorá-lo. Dependendo do risco apresentado, a instituição pode rever se deseja manter o relacionamento com aquele usuário.

Quais os prejuízos das contas laranjas para as instituições financeiras?

A conta laranja não ocorre só no onboarding (cadastro) do cliente, mas também no login e na transação. Ainda pode impactar a gestão de carteiras, pois uma conta que está na base pode estar sendo usada de forma ilícita ou ter se tornado uma conta laranja.

Se para as vítimas os prejuízos ficam no campo material, as instituições financeiras têm que lidar com os impactos financeiros e o risco reputacional que esse tipo de fraude pode trazer, já que abala a confiança dos clientes e do mercado sobre a segurança que as companhias oferecem.

Além disso, o Bacen (Banco Central) informou que pretende responsabilizar os bancos por contas laranjas usadas para golpes com Pix, para reduzir esse tipo de ação.

Por todos esses fatores, é importante que as instituições financeiras tenham uma estratégia de autenticação contínua para identificar perfis de risco.

A Serasa Experian oferece a única solução analítica do mercado para detecção de perfil laranja. Entendemos as dores e necessidades dos bancos, financeiras e fintechs que querem prevenir fraudes por meio da identificação de potenciais consumidores laranja. Desde a abertura de conta, gestão de carteiras ou transação, promovemos maior proteção financeira e reputacional para as empresas e melhor experiência e segurança aos seus clientes.

 

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