O lançamento do Pix, em novembro de 2020, ressaltou a importância de as empresas seguirem as boas práticas de KYC (Know Your Customer) para mitigar riscos nas operações financeiras, principalmente com um sistema de pagamento digital que se tornou popular em pouco tempo.

Reunimos as principais dúvidas sobre KYC para esclarecer o assunto, que é relevante para que instituições protejam seus clientes e mantenham seus processos seguros quando se trata de envio e recebimento de dinheiro.

O que é o Know Your Customer (KYC)?

A tradução livre de Know Your Customer é “Conheça seu cliente”. O KYC, sigla referente às iniciais do termo em inglês, se trata de um conjunto de ações que precisam ser cumpridas no mercado financeiro para verificar se um usuário, seja pessoa física ou jurídica, é realmente quem ele diz ser.

Isso é necessário para evitar riscos em operações em bancos, instituições financeiras, seguradoras, empresas de concessão de crédito, entre outras. O KYC também deve ser aplicado por outros tipos de negócios, mas cada um deve seguir as regras referentes ao seu segmento.

Quais são os processos essenciais para a realização do KYC?

As empresas precisam cumprir algumas etapas, como analisar informações do usuário, consultar fontes confiáveis e seguir regulamentações específicas. Tudo isso é cruzado para autenticar o usuário, classificar o nível de seu perfil de risco (baixo, médio, alto) e monitorá-lo. Dependendo do risco apresentado, a instituição pode vetar o relacionamento com aquele usuário.

O que é a política Know Your Customer (KYC)?

O KYC faz parte da política de compliance e deve ser realizado continuamente.

É necessário seguir a Lei de Prevenção de Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/98), normas do Bacen (Banco Central), da CMN (Conselho Monetário Nacional), da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entre outras previstas na legislação para evitar fraudes.

Também devem ser realizadas consultas em fontes de dados, como na OFAC (Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA), no Banco Nacional de Mandado de Prisão, na Serasa Experian, no Portal da Transparência, na Receita Federal, no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) e no cadastro de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à de escravo (Lista Suja). Devem ser consultados ainda tribunais estaduais e federais e protestos em cartórios.

É preciso checar se há sinalização de que o usuário se trata de uma PEP (Pessoa Exposta Politicamente) no COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), com o objetivo de prevenção à lavagem de dinheiro.

A PEP se refere a quem tem ou teve cargos ou funções públicas relevantes nos últimos 5 anos no Brasil ou em outros países. Também são consideradas PEPs os representantes dos agentes públicos, seus familiares e outras pessoas com quem se relaciona. Em novembro de 2021, o COAF publicou uma atualização da lista de cargos e funções de PEP para alinhá-la com as já adotadas por outros órgãos.

Para que serve o KYC?

O KYC ajuda a prevenir fraudes de identidade, lavagem de dinheiro, crime organizado e financiamento ao terrorismo. A prática é necessária para validar a identidade do usuário, checar se as transações financeiras correspondem ao seu perfil e monitorar se a origem dos recursos é legítima.

As estratégias de KYC ajudam empresas de diversos segmentos a evitar perdas financeiras e riscos de reputação. Além disso, ao conhecer o cliente, é possível oferecer uma melhor experiência durante a jornada de cadastro, login e transação, bem como personalizar ofertas e serviços.

Qual é a importância da implementação de KYC em uma instituição?

Um fraudador pode usar dados de terceiros para criar um cadastro e se beneficiar para receber pagamentos fraudulentos ou enviar dinheiro obtido de forma suspeita para outras pessoas.

Com as estratégias de KYC, é possível saber, por exemplo, se os dados inseridos pelo usuário durante uma operação têm alguma propensão à fraude.

Quais os Benefícios do KYC para as empresas e instituições financeiras?

Os principais benefícios são a autenticação de clientes e a prevenção à fraude. A verificação de identidade do usuário evita a invasão de contas e o cadastro falso.

Ao cruzar todas as informações para identificar o usuário se evita riscos em operações. O onboarding do cliente também fica mais ágil, eficiente, seguro, oferecendo uma melhor experiência digital ao consumidor.

KYC e Pix

Como o Pix se trata de um método de envio e recebimento de dinheiro, os processos de KYC se aplicam desde a abertura de conta do cliente até o encerramento. O Pix requer que empresas de serviços financeiros tenham ferramentas mais completas de segurança, assim como em outras modalidades de pagamento.

As empresas precisam ter uma estrutura pensada em todas as etapas, principalmente na transacional que necessita de tecnologia para avaliar o comportamento do dispositivo (device) e os riscos de uma transação, garantindo assim um processo automatizado.

Não é uma questão somente de analisar se os dados pessoais estão corretos. A verificação de identidade mostra se há risco ou não em determinada situação, já que as informações podem estar corretas, mas ainda é preciso checar se quem está fazendo o uso dos dados não é um possível fraudador.

Uma vez que foi realizado o onboarding do cliente e houve a validação de dados cadastrais e de dispositivos, é o momento de validar se quem acessa é o usuário mesmo. Isso é possível com uma tecnologia de identificação de dispositivos e de comportamentos.

A identificação do dispositivo usado é muito importante, pois é possível saber se um determinado smartphone é utilizado com frequência pelo usuário ou mesmo se ele tem sinais de malware, por exemplo.

Automatização de KYC

Os processos de KYC também podem ser automatizados com a utilização de ferramentas para todo o ciclo do cliente, do cadastramento até os acessos ao aplicativo ou site. Para isso é necessário contar com uma estratégia de Autenticação e Prevenção à Fraude.

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