Com o anúncio do Plano Safra 2025/2026 em julho de 2025, o cenário do crédito rural ficou mais complexo devido ao maior rigor em garantias, juros e conformidade regulatória. Apresentando um volume recorde de R$ 605 bilhões em recursos, o programa injeta uma liquidez sem precedentes no campo, prometendo impulsionar a produção.
No entanto, essa expansão substancial vem acompanhada de um conjunto de novas exigências e riscos que prometem redefinir a dinâmica da concessão e gestão do crédito rural. Nesse cenário de crescente complexidade, o Manual de Crédito Rural (MCR) do Banco Central transcende sua função de mera compilação de normas, emergindo como um guia estratégico vital que, agora mais do que nunca, exige uma abordagem baseada em inteligência e tecnologia.
Neste conteúdo você vai ler (Clique no conteúdo para seguir)
O novo ritmo do crédito rural
A Safra 2025/2026 se inicia com desafios claros para todos os elos da cadeia do agronegócio, especialmente para as instituições financeiras e os próprios produtores.
- Taxas de juros em ascensão: pressão e precisão
Um dos pontos de maior atenção é o aumento de até 2 pontos percentuais nas taxas de juros na maioria das linhas de crédito. Médios produtores podem arcar com taxas em torno de 10% ao ano, enquanto grandes produtores podem chegar a 14%. Isso pressiona diretamente as margens de lucro no campo e, consequentemente, eleva o risco de inadimplência nas carteiras agro.
O crédito subsidiado, que antes ancorava uma lógica de ampla equalização, é hoje um recurso mais seletivo. Essa nova dinâmica evidencia um ponto-chave: a capacidade de pagamento e a gestão do risco passaram a ser protagonistas absolutas na análise de crédito. Em um ambiente onde o crédito seletivo é a norma, o "bom pagador" rural será cada vez mais identificado por dados concretos e preditivos, indo muito além do histórico de relacionamento bancário.
- A gestão ambiental no centro do crédito: o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e as novas exigências
Se, no passado, a análise financeira era suficiente para balizar uma decisão de crédito, hoje a variável ambiental é igualmente, ou até mais, determinante. Essa transformação — impulsionada por pressões regulatórias, climáticas e reputacionais — ganha forma concreta no Plano Safra 2025/2026.
ZARC obrigatório acima de R$200 mil: um exemplo prático e de grande impacto é a obrigatoriedade do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). A partir desta safra, todas as operações de custeio agrícola acima de R$ 200 mil só poderão ser contratadas se estiverem em conformidade com o ZARC. A medida busca aumentar a segurança agroclimática da produção, mitigando perdas em ambientes extremos e, assim, protegendo tanto o produtor quanto o agente financeiro.
Incentivos sustentáveis: há juros reduzidos e crédito especial para práticas sustentáveis, incluindo produções agroecológicas e orgânicas, além de projetos de recuperação ambiental apoiados pelo RenovAgro. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) aprovado e ativo também se tornou um critério de elegibilidade para o crédito rural.
Novas regulamentações: essa tendência é reforçada por regulamentações como a Resolução CMN nº 5.193/2024, que entra em vigor em janeiro de 2026. Ela exige que as instituições financeiras verifiquem, por meio de consulta ao sistema PRODES (Inpe), se houve supressão de vegetação nativa após 31 de julho de 2019 no imóvel rural onde o empreendimento será conduzido, como condição para a concessão de crédito.
Esse novo contexto exige uma postura mais integrada do setor financeiro. Não basta apenas avaliar o histórico de pagamento ou a liquidez da propriedade. É fundamental verificar se a área plantada respeita o calendário do ZARC, se o uso do solo está regular e se o produtor demonstra compromisso contínuo com a responsabilidade ambiental.
- Outras novidades e os desafios latentes
O Plano Safra 2025/26 ainda traz outras novidades e reforça desafios:
Flexibilidade no financiamento: permite financiar rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes do crédito, além de sementes/mudas florestais e insumos para cobertura de solo na entressafra.
Renegociação de dívidas: medidas para facilitar a reorganização de passivos para produtores em dificuldades.
Modernização: unificação de Moderagro e Inovagro, e limite do PCA (armazenagem) dobrado para 12 mil toneladas.
Pronamp: limite de renda ampliado de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões.
Todos esses pontos, somados ao aumento dos pedidos de Recuperação Judicial (RJ) no setor e ao maior rigor na exigência de garantias reais, adicionam camadas de complexidade à operação de crédito rural. A tensão entre a demanda por recursos e as limitações orçamentárias se intensifica, e a cobrança por mais clareza, previsibilidade e agilidade na operacionalização dos recursos é constante.
Leia também: Farm Check: concessão de crédito rural seguro e eficiente https://www.serasaexperian.com.br/conteudos/agronegocio/farm-check-concessao-de-credito-rural-seguro-e-eficiente/
Inteligência analítica como pilar estratégico: Serasa Experian e o MCR
Nesse cenário de transformação, a gestão eficiente do crédito rural e a estrita conformidade com o MCR não são apenas uma tendência, mas uma necessidade premente. A inteligência analítica se destaca como um instrumento valioso para otimizar os processos de análise e concessão de crédito rural, e é aqui que as soluções da Serasa Experian se posicionam como um diferencial estratégico.
A Serasa Experian acompanha de perto as nuances do mercado e reconhece o MCR como um catalisador para o avanço da produção, o fomento da inovação e a busca por maior transparência nas operações. Nossas soluções de inteligência analítica e monitoramento oferecem uma resposta integrada e robusta para os desafios do Plano Safra 2025/2026, transformando exigências em vantagens competitivas para instituições financeiras, cooperativas de crédito, gestores de fundos privados e a agroindústria.
Como as soluções Serasa Experian atendem às exigências do Plano Safra e do MCR:
- Conformidade inovadora com o ZARC e MCR 2.7 (Sensoriamento Remoto):
- Utilizam imagens de satélite e algoritmos de sensoriamento remoto para ir além. Não apenas confirmam o início do plantio e acompanham o desenvolvimento da lavoura, mas identificam com precisão se o cultivo ocorreu dentro ou fora da janela recomendada pelo ZARC.
- Essa capacidade de cruzar dados do plantio com as datas do zoneamento climático permite alertar rapidamente sobre possíveis não conformidades, mitigando riscos operacionais e regulatórios.
- Todas as análises e informações são registradas e rastreáveis, atendendo plenamente às exigências do MCR 2.7 para um monitoramento remoto, contínuo e inteligente. Isso é essencial para evitar a liberação de crédito para áreas com plantio fora dos períodos indicados.
- Mitigação inteligente de riscos e análise preditiva:
- O Agro Score e outras ferramentas de avaliação de risco da Serasa Experian fornecem uma indicação preditiva do risco de crédito do produtor, baseada na integração de diferentes camadas de inteligência.
- Isso inclui dados territoriais (uso e valor da terra), informações cadastrais, socioambientais e climáticas. Essa visão holística capacita os credores a identificar áreas de menor risco e antecipar sinais de deterioração da carteira, incluindo o risco de reestruturações e RJs.
- O monitoramento contínuo e a geração de alertas permitem a detecção precoce de problemas, reduzindo a exposição a riscos futuros e protegendo os credores de passivos socioambientais.
- Otimização e agilidade operacional:
- A automação do monitoramento e fiscalização via sensoriamento remoto elimina a necessidade de visitas presenciais, gerando redução de custos operacionais e de tempo em larga escala.
- Soluções como o Farm Check agilizam a valoração de terra/imóvel rural e otimizam processos de pré-aprovação e screening, permitindo uma concessão de crédito mais eficiente, segura e escalável.
- A padronização e o registro do monitoramento garantem maior segurança e rastreabilidade para as instituições.
- Suporte Robusto ao mercado de capitais (FIAGROs):
- Para que instrumentos como os FIAGROs ganhem escala com segurança, a qualidade da informação sobre os ativos e os riscos envolvidos é fundamental.
- As ferramentas da Serasa Experian agregam robustez técnica à originação e estruturação de operações de crédito rural, oferecendo:
- Análise aderente ao MCR, com validação da destinação dos recursos e conformidade socioambiental da área financiada.
- Valoração automatizada e precisa de imóveis rurais, baseada em dados geoespaciais e históricos de uso da terra e produtividade.
- Avaliação da capacidade de pagamento do tomador, com foco em resiliência e compliance frente às novas exigências.
- Esses elementos reduzem assimetrias de informação, mitigam riscos estruturais e aumentam a confiança dos investidores, permitindo estruturações mais seguras e transparentes com potencial para reduzir spreads de risco e ampliar o acesso a funding.
Futuro do crédito rural: inovação, colaboração e sustentabilidade
O cenário do crédito rural exige uma postura integrada do setor financeiro. A Serasa Experian, por meio de suas soluções de inteligência para as dimensões de crédito, monitoramento e ESG, atua como um parceiro estratégico para instituições financeiras, cooperativas e gestores de fundos. A expertise em inteligência artificial, big data e sensoriamento remoto aumenta a transparência, otimiza a análise de risco e gera valor para todos os elos da cadeia produtiva do agronegócio.
A flexibilidade para adaptar as soluções às necessidades de diferentes instituições, desde grandes bancos a fintechs, é necessária para a democratização do acesso a dados relevantes e o estabelecimento de mecanismos seguros para a troca de informações.
Em suma, aprimorar a gestão do crédito rural com tecnologia e análise inteligente de dados não é apenas uma tendência do Plano Safra 2025/2026 é uma necessidade para assegurar a sustentabilidade, o crescimento robusto do agronegócio brasileiro e a estrita conformidade com as diretrizes do Manual de Crédito Rural.
Quer entender em profundidade como as soluções da Serasa Experian podem otimizar suas operações de crédito rural e garantir sua conformidade no novo cenário do Plano Safra 2025/26?