O jeito de vender mudou muito recentemente. Os canais tradicionais perderam a popularidade para plataformas digitais, os consumidores se tornaram mais exigentes e as empresas — principalmente as menores — tentam buscar alternativas mais enxutas para manter a operação rodando. É aí que um modelo ganhou destaque: o D2C, ou Direct to Consumer.
A eMarketer já prevê que esse modelo será responsável por 14,9% de todas as vendas do e-commerce no varejo até 2025. Isso não acontece por acaso: para quem é empreendedor e enfrenta as problemáticas de equilibrar custo, margem e relacionamento com o cliente, o D2C pode ser um caminho mais direto, mais barato e mais estratégico para crescer.
Se você é dono de uma pequena ou média empresa ou até um microempreendedor tentando entender como vender mais com menos dependência de intermediários, a oportunidade chegou. Neste post da Serasa Experian, vamos explicar sobre o D2C e como colocar esse modelo em prática com inteligência! Confira a seguir:
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O que é D2C (Direct to Consumer)?
Com certeza, você já deve ter ouvido falar em B2B ou B2C. O primeiro diz respeito à venda de empresa para empresa (business to business). Já o segundo trata da venda direta para o consumidor final (business to consumer). Agora, quando falamos de D2C, nos referimos a negócios que, tradicionalmente intermediados por varejistas ou distribuidores, decidem comercializar diretamente com o público final — principalmente pela internet.
Assim, isso significa que uma marca ou fabricante vende seus produtos sem passar por uma loja parceira, supermercado ou representante comercial. Quem produz é quem vende. E quem compra faz isso direto na fonte. O modelo ficou forte com a digitalização das vendas e com a popularização de plataformas que facilitaram o acesso a ferramentas de e-commerce, meios de pagamento e gestão logística.
Esse formato não é exclusivo de grandes empresas. Pelo contrário, PMEs testemunham no D2C uma chance de ganhar mercado sem depender de negociações com o varejo físico, além de aumentar a lucratividade e o controle sobre a jornada de compra. Na era digital de hoje, com influenciadores e relacionamento mais próximo com o público, o D2C tem sido uma ótima estratégia para quem quer crescer. Para exemplificar melhor, confira nossa tabela:
Característica |
D2C |
B2C |
B2B |
---|---|---|---|
Público-alvo |
Consumidor final |
Consumidor final |
Outras empresas |
Intermediários |
Nenhum, venda direta da marca |
Envolve varejistas, marketplaces e revendedores |
Pode ou não ter intermediários como distribuidores |
Canais de venda |
Loja virtual própria, redes sociais, marketplaces |
Loja física, e-commerce e marketplaces |
Plataformas B2B e e-commerce próprio |
Relacionamento |
Direto e próximo com o cliente |
Foco em alcance amplo |
Relacionamento de longo prazo com empresas |
Padrão de vendas |
Alto volume com frequência de recompra |
Alto volume, mas com pouca recorrência |
Menor volume, mas ticket médio mais alto |
Personalização |
Alta, na experiência e comunicação |
Possível, mas mais padronizada |
Voltada às necessidades da empresa cliente |
Margem de lucro |
Mais alta por não ter intermediários |
Varia conforme o canal |
Depende do setor e da negociação |
Exemplos |
Marca que vende direto em seu e-commerce |
Supermercado, loja de eletrônicos, app de delivery |
Fornecedor de matéria-prima, fabricante de componentes industriais |
Quais são os benefícios do D2C para pequenos negócios?
Adotar o D2C é um pouco desafiador no início, porém os benefícios para micro, pequenas e médias empresas são palpáveis e, muitas vezes, imediatos. Quando você vende de maneira direta, tem liberdade para definir seus próprios preços, controlar o estoque e, o mais importante: falar diretamente com quem compra de você.
Outro ponto positivo é a previsibilidade. Sem depender de grandes redes varejistas ou distribuidores para escoar seus produtos, o empreendedor consegue entender melhor o comportamento do consumidor, ajustar a produção conforme a demanda real e evitar prejuízos com encalhe ou descontos.
Além disso, a experiência de compra é mais personalizada, pois você pode adaptar sua comunicação, seu pós-venda, seus canais de atendimento e até seus brindes ou embalagens — e isso fortalece a identidade da marca e fideliza o cliente. E se a fidelização parece distante para negócios pequenos, saiba que no D2C ela é muito mais acessível.
Como aplicar o modelo D2C no seu negócio?
Antes de pensar em vender, é preciso planejar. O D2C exige estrutura, ainda que básica, para que tudo funcione sem atropelos. Isso inclui um site próprio, uma plataforma de pagamento segura, uma boa logística para envio dos pedidos e uma estratégia de divulgação. Aqui vão alguns pontos-chave para você colocar esse modelo em prática:
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Escolha os canais certos: o seu e-commerce precisa ser funcional, intuitivo e seguro. Se for usar marketplaces como apoio, que seja com controle sobre branding e relacionamento com o cliente;
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Organize sua logística: tanto a entrega quanto a troca ou devolução fazem parte da experiência. Ter um processo claro e confiável vai evitar eventos indesejados e aumentar a credibilidade da sua marca;
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Invista em marketing direto: redes sociais, e-mail marketing e influenciadores de nicho são canais poderosos para atrair e manter clientes. E, diferentemente de campanhas tradicionais, aqui você tem controle total;
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Conheça o seu cliente: com vendas diretas, você tem acesso a dados preciosos — o que compram, com que frequência, como se comportam no site. Use essas informações para melhorar seu atendimento e lançar novos produtos;
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Aposte em tecnologia acessível: hoje, há ferramentas acessíveis e intuitivas para controlar pedidos, gerenciar estoque e automatizar o atendimento. Você não precisa de uma equipe gigante para operar com eficiência.
Quando faz sentido adotar o D2C?
Nem todo negócio está pronto para adotar o D2C imediatamente. Se você já tem uma base de clientes fiéis, um produto validado no mercado e sente que a dependência dos canais tradicionais está limitando seu crescimento, talvez seja a hora de testar o D2C.
Comece pequeno, com um canal de vendas direto em paralelo à operação principal. Observe os resultados, ouça seu cliente e vá ajustando a rota conforme necessário. O modelo D2C não exige ruptura imediata, mas uma transição bem pensada. Para quem gosta de controle, mais margem e mais proximidade com quem compra, o D2C é um caminho interessante — especialmente para quem quer crescer de forma independente, com criatividade e visão estratégica.
Agora que você entende mais sobre D2C, não deixe de ler outros conteúdos imperdíveis do nosso blog, como 17 tipos de modelos de negócios! Conferir aqui na Serasa Experian, a primeira e maior Datatech do país, e até a próxima.