Vivemos um momento único: o Plano Safra 2024/25 disponibilizou R$ 475,5 bilhões para crédito rural. Esse volume impressionante mostra como processos transparentes e seguros são importantes para a análise das operações de financiamento no agronegócio.
Para quem trabalha com crédito, ESG ou governança na agroindústria, cooperativas, instituições financeiras ou seguradoras no âmbito rural, surge a pergunta: como garantir que esses bilhões cheguem a produtores que vêm atualizando seu Cadastro Ambiental Rural (CAR)?
A resposta está em manter o CAR sempre em dia e, assim, encontrar oportunidades de financiamentos ainda mais atrativas dos credores. Neste post, vamos mostrar como o CAR impacta a concessão de crédito e por que ele virou um critério indispensável para financiamentos sustentáveis! Confira o conteúdo abaixo:
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- O Cadastro Ambiental Rural (CAR) na concessão de crédito
- Impacto do CAR na análise de riscos em 2025
- Exigências regulatórias e compliance
- Como o volume de crédito e o endividamento afetam a análise de risco?
- Benefícios de integrar dados do CAR às políticas de crédito rural
- Apoie suas validações de CARs com nossas soluções!
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) na concessão de crédito
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico, de âmbito nacional, que reúne dados sobre características ambientais de imóveis rurais — como APPs, Reserva Legal e áreas consolidadas. Desde a sua criação em 2012, a partir da Lei nº 12.651, passou a ser condição obrigatória para concessão de crédito agrícola — ou seja, instituições não podem analisar operações sem que o imóvel esteja inscrito no CAR.
Além disso, o CAR atualiza permanentemente o mapa da conformidade ambiental dos imóveis e isso permite que credores distingam em tempo real se a propriedade cumpre as exigências legais, se está respeitando áreas protegidas e se há pendências ambientais.
Impacto do CAR na análise de riscos em 2025
Quando as empresas mantêm o CAR atualizado, a análise de risco em si é mais precisa. Dados do Climate Policy Initiative e da Universidade Católica do Rio de Janeiro (CPI/PUC‑Rio), que analisaram os tipos de crédito rural subsidiados entre 2020 e 2024, mostram que 36% do volume de crédito foi destinado a propriedades com desmatamento pós‑2009.
Ou seja, sem atualização constante, credores não capturam em tempo real eventuais alterações ambientais. Já com o CAR em dia, o risco legal cai, a due diligence fica mais ágil e os critérios de ESG se retificam à estratégia do financiador — o que reduz a inadimplência.
Em 2025, isso virou critério de elegibilidade nos programas de crédito rural: sem um CAR atualizado, o agricultor pode ficar de fora de linhas que privilegiam práticas responsáveis, como desmatamento, redução do carbono e outros.
Exigências regulatórias e compliance
Na revista Exame, foi divulgado que o estado de São Paulo conta, no ano de 2025, com 437 mil CARs ativos e outros 130 mil validados. Então, a partir do mesmo ano, novas normativas reforçarão que somente imóveis com CAR válido poderão receber crédito rural e consolidar a obrigatoriedade do compliance ambiental.
Ademais, regulamentações federais — como decretos do Código Florestal e instruções do Ministério do Meio Ambiente — estipularão prazos para adesão e atualização do CAR. Em resumo, não basta só ter o CAR. A atualização contínua passou a integrar os critérios de avaliação de risco e liberação de crédito das instituições, e o compliance ficou mais rigoroso neste ano.
Como o volume de crédito e o endividamento afetam a análise de risco?
A análise de risco de crédito rural pede mais do que somente a avaliação da situação do imóvel via CAR. Um bom credor deve observar o momento macroeconômico de crédito no país — principalmente os indicadores que envolvem empresas e famílias que acessam recursos para produção agropecuária.
De acordo com estatísticas colhidas pelo Banco Central do Brasil, em maio, o crédito ampliado às empresas atingiu R$ 6,7 trilhões, o que representa 54,8% do PIB, com crescimento de 0,8% no mês e 13,7% em doze meses. Esse avanço aconteceu em consequência de três fatores:
· Títulos de dívida (+21,4%);
· Empréstimos externos (+9,8%);
· Empréstimos junto ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) (+9,3%).
Do lado das famílias, o crédito chegou a R$ 4,4 trilhões (36,4% do PIB), com alta de 0,5% no mês e de 12,3% em doze meses, puxada principalmente pelos empréstimos do SFN. Isso é relevante porque grande parte dos produtores rurais brasileiros se cadastra como pessoa física no sistema bancário — o que faz com que o comportamento do crédito familiar afete diretamente a análise de risco rural.
Benefícios de integrar dados do CAR às políticas de crédito rural
Integrar os dados do CAR aos sistemas de crédito rural aumenta a confiança nas concessões e antecipa riscos com base em evidências ambientais concretas. Integrar informações do Cadastro Ambiental Rural aos sistemas de crédito traz vantagens em vários níveis, como:
· Plataforma integrada para capturar imagens via satélite e dados geoespaciais atualizados para, assim, antecipar cenários de risco — como eventos climáticos adversos ou mudança de uso da terra;
· Consultas ao CAR para reduzir litígios e minimizar respaldo legal, além de evitar surpresas posteriores à concessão do crédito;
· Instituições como a Serasa Experian oferecem análises em massa com foco em ESG, o que torna o compliance socioambiental mais eficiente;
· Com o CAR integrado, é possível modelar linhas de crédito específicas — como o famoso Crédito Verde — e limitadas a produtores com CAR em conformidade.
Para complementar, dados do Governo Federal mostram que, em 2021, o Brasil alcançou 6,48 milhões de cadastros, o que contempla 616,3 milhões de hectares, inclusive imóveis rurais, assentamentos e territórios indígenas.
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Nós, da Serasa Experian, oferecemos tecnologia de ponta para análise e validação de CARs, com soluções como Smart ESG e Agro Score, que cruzam dados do Cadastro Ambiental Rural com informações direcionadas, como pontuar os bons e maus pagadores e indicar a probabilidade de inadimplência dos produtores rurais. Ambas as soluções permitem:
· Reduzir riscos socioambientais com dados atualizados diariamente;
· Coletar dados centralizados de forma rápida no Mapa exploratório, Dashboard ESG e análise regional;
· Visualizar de forma clara a probabilidade de inadimplência do produtor rural;
· Ganhar segurança e escalabilidade para realizar análise de crédito.
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A integração do CAR aos modelos de crédito, ao usar inteligência analítica, resulta em decisões mais acuradas, com menor risco e maior eficiência operacional.
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