À medida que o mundo avança em direção a um futuro mais sustentável, questões como a redução das emissões de carbono e a implementação de ações para atenuar os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais no centro das discussões globais.

Por isso, o mercado de carbono passou a ser muito valorizado entre organizações de todo o mundo. Afinal, foi possível perceber a gravidade da situação da poluição atmosférica e, com essa abordagem, é factível impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono.

Mas, muito além dele, existem outras ações realizadas mundialmente para evitar os impactos do aquecimento global e garantir um futuro mais sustentável para todos, como a COP28. Essa conferência foi realizada em 2023 e trouxe à tona diversas discussões importantes para o agronegócio.

Mas o que exatamente é o mercado de carbono, e como ele se relaciona com a próxima Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28? Neste artigo, exploraremos esses conceitos e entenderemos a relação entre esse mercado e os esforços globais para combater as mudanças climáticas. Continue sua leitura e fique por dentro de tudo!

O que é mercado de carbono?

O mercado de carbono é um sistema projetado para diminuir as emissões de gases de efeito estufa através da negociação de créditos de carbono. Este sistema funciona como um mecanismo de incentivo econômico para reduzir a poluição, estabelecendo limites para as emissões de gases poluentes e permitindo que empresas comprem e vendam créditos.

As empresas que conseguem reduzir a emissão de carbono em suas operações ganham um crédito de carbono, que pode ser vendido para outras organizações que não conseguiram atingir essa meta ou que emitem gases poluentes demais. As transações comerciais geradas a partir do crédito de carbono criam um mercado específico para isso — o que hoje conhecemos como mercado de carbono.

Essa abordagem impulsiona a inovação e a eficiência energética, proporcionando às empresas um estímulo financeiro para diminuir suas emissões.

Os créditos de carbono representam a quantidade de dióxido de carbono (CO2) ou equivalentes de outros gases de efeito estufa que uma empresa evita, remove ou compensa. O mercado de carbono pode ser estabelecido em níveis regionais, nacionais ou internacionais, e existem diferentes regimes e protocolos para sua operação, como o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris.

É válido ressaltar que os créditos são obtidos por meio da implantação de atividades mais sustentáveis na operação das organizações. Por exemplo, a agricultura regenerativa pode ser aplicada nos agronegócios para ajudar a revitalizar ecossistemas.

Como esse mercado funciona?

Agora que você já sabe o que é o mercado de carbono e seu funcionamento de uma forma breve, podemos aprofundar no assunto para compreender com mais clareza a utilização desse mercado.

No mercado de carbono, as empresas recebem uma quantidade limitada de permissões para emitir carbono, conhecidas como "cotas de emissão". A cada tonelada de carbono não emitida, a organização recebe um crédito que pode ser vendido para aqueles que excedem suas cotas.

Para obter esses benefícios, é necessário implementar uma variedade de projetos que visem reduzir a emissão de carbono, como iniciativas ESG no agronegócio, melhorias em eficiência energética, programas de reflorestamento e muito mais. Lembre-se que esses projetos são certificados e verificados por autoridades competentes para assegurar sua eficácia na redução das emissões.

Outro aspecto que vale ser ressaltado é que as organizações que não conseguem gerar o crédito de carbono por meio da não-emissão dos gases podem adquirir os créditos das demais que geraram o valor com ações sustentáveis. Essa transação comercial é a responsável por estabelecer um mercado de carbono.

Por que regulamentar o mercado de carbono?

Para garantir o bom funcionamento de uma atividade, independente da área de atuação ou setor, é fundamental que existam regulamentações que garantam a transparência, eficiência e equidade nas ações. O mesmo vale para o mercado de carbono, que deve ser regido por normas que garantam padrões de contabilização, verificação e certificação dos créditos.

Além disso, vale destacar que, sem uma regulamentação criada de forma adequada, o mercado de carbono pode sofrer várias fraudes e manipulações que afetam sua credibilidade. Tomar esses cuidados é necessário para garantir uma estrutura legal e a implementação de atividades que realmente façam a diferença no meio-ambiente e na sociedade.

A regulamentação não apenas define as regras e limites do mercado de carbono, mas também desempenha um papel crucial na promoção da integridade e inclusão social durante a transição para uma economia de baixo carbono.

Ela pode incluir mecanismos específicos para lidar com questões de distribuição de custos e benefícios, garantindo que os encargos e os ganhos sejam compartilhados de forma justa entre os diferentes setores da sociedade.

Esses mecanismos podem envolver a implementação de políticas de compensação para comunidades afetadas pela transição, garantindo que não sejam desproporcionalmente prejudicadas pelos esforços de mitigação das mudanças climáticas.

Além disso, a regulamentação pode incluir incentivos financeiros e programas de apoio para ajudar as comunidades mais vulneráveis a se adaptarem às mudanças necessárias em suas atividades econômicas e modos de vida.

O que é a COP28?

A COP (Conference of the Parties, em inglês) é a denominação do fórum de países integrantes da comissão sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU). Suas reuniões anuais são consideradas o espaço mais importante do mundo para tratar sobre questões ambientais. A edição de 2023 foi a de número 28 e aconteceu no em Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Os encontros reúnem líderes do governo, cientistas e fundações para debater acordos globais que buscam reduzir os efeitos de problemas ambientais, como a emissão de gases de efeito estufa, e alinhar as metas de cada país na preservação do meio ambiente.

Por exemplo, algumas das lições da COP 27 envolveram a neutralização da emissão de carbono e a produção de alimentos de forma sustentável.

Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países-membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.

Seu impacto para o agronegócio se dá nos desdobramentos de seus acordos, que influenciam de forma positiva os protocolos de compliance ambiental de cada país. Também há a expectativa de avanços nos acordos de financiamento entre países europeus e nações em desenvolvimento para projetos que contribuam para alcançar as metas estabelecidas.

Esses projetos afetam, primordialmente, a agricultura, já que as mudanças climáticas modificam a capacidade de produção de cada país. Além disso, o agronegócio brasileiro tem papel importante para o atingimento de metas ambientais do Brasil, com o país comprometendo-se a reduzir sua emissão de gases de efeito estufa em 37% até 2025 e zerar o desmatamento ilegal até 2028, conforme alguns dos objetivos assumidos pelo governo brasileiro em acordos anteriores.

Entenda mais sobre a COP28

Existem diversos fatos curiosos que nos ajudam a compreender melhor o funcionamento da COP28 e sua importância para o mercado de carbono e o agronegócio no geral. Por exemplo, essa reunião possui suas origens no Brasil, por ser o resultado direto da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro e que ficou popularmente conhecida como Eco-92.

A cada ano a cúpula escolhe uma cidade para ser a sua sede. Em 2023 aconteceu em Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, de 6 a 17 de novembro. Ela conta com delegações de mais de 190 países signatários de acordos climáticos, empresas globais e representantes da sociedade civil.

O slogan da COP28 é “A Terra pertence aos nossos filhos” e deve cobrar maior empenho dos países reunidos para que as metas nacionais e globais sejam alcançadas. Além disso, a conferência realizou o debate de muitos assuntos importantes, como o mercado de carbono, uso de energias renováveis, fim da utilização de combustíveis fósseis e o compliance socioambiental.

Qual é a relação entre o mercado de carbono e a COP28?

Compreender os conceitos de mercado de carbono e COP28 é fácil, mas afinal, qual é a relação entre ambos? Considerando o contexto das negociações climáticas, ambos estão muito interligados com os esforços para reduzir as mudanças climáticas e criar um mundo melhor para todos, conforme diz o slogan da conferência de 2023: “A Terra pertence aos nossos filhos”.

A COP é a reunião anual dos países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), onde são discutidas e negociadas questões relacionadas ao clima.

O mercado de carbono muitas vezes é um tema central nas discussões da COP, pois é um instrumento importante para ajudar os países a atingirem suas metas de redução de emissões. Em muitos casos, os acordos e protocolos estabelecidos fornecem o contexto político e jurídico para o desenvolvimento e implementação de sistemas de mercado de carbono.

Por exemplo, o Acordo de Paris, adotado durante a COP21 em 2015, incentivou os países a desenvolverem e implementarem políticas e medidas de mitigação das mudanças climáticas, incluindo o uso de mecanismos de mercado de carbono.

Durante as COPs subsequentes, como a COP26 e a COP28, os países continuam a negociar e aprimorar os detalhes de como implementar e cumprir os compromissos estabelecidos no Acordo de Paris. Por exemplo, foi defendido o investimento em tecnologias com zero ou baixa emissão de carbono para fazer a transição energética, citando, entre elas, a captura de carbono.

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Por que é importante monitorar a regularidade das propriedades?

As propriedades rurais desempenham um papel importante nas emissões de gases de efeito estufa, especialmente devido ao desmatamento, mudança no uso da terra e práticas agrícolas inadequadas.

Tendo isso em mente, é possível compreender a importância de monitorar sua regularidade para garantir que essas áreas estejam adequadas com as metas de redução de emissões estabelecidas durante a COP28 e nos compromissos nacionais (NDCs) sob o Acordo de Paris.

Além disso, os agronegócios podem adotar práticas de manejo sustentável da terra ou projetos que se certificam da conformidade com a COP28, como a implementação de ações pensadas no ESG.

Mas, compreender a regularidade das propriedades vai muito além disso! As empresas financeiras que concedem crédito para os produtores rurais precisam se certificar que o agronegócio segue os regulamentos para conseguir aumentar a produção dos grãos mantendo boas condições ambientais.

Compreender esses aspectos e aplicar o monitoramento agrícola ajuda a prever e gerenciar riscos agrícolas, como secas, pragas e doenças que podem afetar uma propriedade e, consequentemente, ocasionar um risco para a instituição fornecedora de crédito.

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Tendo essas informações em mente, nada melhor do que contar com uma ferramenta especializada no assunto para manter um monitoramento contínuo e próximo da regularidade das propriedades rurais nas quais você concede crédito, não é mesmo?

Por isso, conheça o Smart ESG — uma solução da Serasa Experian criada para te ajudar a reduzir os riscos socioambientais com dados atualizados diariamente. Com essa ferramenta, você consegue monitorar os produtores e propriedades rurais que você concede crédito para evitar riscos variados relacionados à ESG.

As informações são atualizadas diariamente e centralizadas em um lugar só! Além disso, a plataforma permite que você configure e visualize as regras socioambientais estabelecidas para a tomada de decisão. Assim, pode se certificar da regularidade com as definições da COP, bem como investir em negócios sustentáveis que geram crédito no mercado de carbono.

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