Depois de abrir um negócio, aprendizados surgem todos os dias. Entre eles, estão entender alguns conceitos contábeis que, à primeira vista, podem parecer complicados, mas que são indispensáveis para quem deseja que a empresa prospere. Entre esses conhecimentos estão ativo e passivo, dois elementos que fazem parte do Balanço Patrimonial e que ajudam a visualizar como anda a saúde financeira de um negócio.
Muitos microempreendedores e empresas de pequeno porte acabam sentindo dificuldade em diferenciar esses dois termos, pois, entre organizar fluxo de caixa, negociar com fornecedores e cuidar das vendas, sobra pouco tempo para se aprofundar em assuntos contábeis.
Porém, deixar isso de lado pode trazer riscos: um entendimento superficial sobre ativos e passivos pode causar decisões financeiras menos estratégicas. Por isso, nós da Serasa Experian vamos explicar o que significa cada um desses conceitos e como eles se relacionam com o dia a dia da sua empresa! Confira mais detalhes a seguir:
Neste conteúdo você vai ler (Clique no conteúdo para seguir)
- O que é e o que significa passivo?
- Qual é a diferença entre ativo e passivo?
- 1. Ativos circulantes
- 2. Ativos não circulantes
- Quais são os passivos de uma empresa?
- Quais são os tipos de passivos e ativos?
- O que é passivo circulante de uma empresa?
- Qual é a importância do passivo circulante?
- O que é passivo não circulante?
- Como funciona o passivo circulante e o passivo não circulante?
- O que são passivos circulantes operacionais e o que são passivos circulantes financeiros?
- O que é o Balanço Patrimonial?
- Para que serve o Balanço Patrimonial?
O que é e o que significa passivo?
O passivo representa todas as obrigações financeiras que uma empresa precisa quitar. Em outras palavras, são as contas, dívidas e compromissos assumidos com pessoas físicas ou jurídicas: aqui, entram pagamentos de salários, impostos, fornecedores, empréstimos, tributos e outros valores que devem ser pagos dentro de prazos determinados.
Dentro do Balanço Patrimonial, o passivo é aquilo que reduz os lucros e o valor patrimonial de uma empresa. Isso significa que, quanto maior for o passivo, menor tende a ser a rentabilidade e a capacidade de investimento do negócio. Ter clareza sobre ele ajuda a visualizar o peso das dívidas e a organizar estratégias para equilibrar entradas e saídas de recursos.
Qual é a diferença entre ativo e passivo?
Para entender o passivo, é preciso olhar também para o ativo. Se o passivo é formado pelos gastos e compromissos financeiros, o ativo reúne os recursos e bens que pertencem à empresa. Isso inclui tudo o que gera valor econômico, como contas a receber, estoque de mercadorias, imóveis, equipamentos, veículos, aplicações financeiras, entre outros.
Ou seja, enquanto o passivo mostra o que a empresa precisa pagar, o ativo mostra o que ela tem ou pode receber. No Balanço Patrimonial, os ativos são organizados em duas categorias principais: ativos circulantes e ativos não circulantes. Entenda abaixo os tipos de ativos:
1. Ativos circulantes
Os ativos circulantes são aqueles que podem ser convertidos em dinheiro em curto prazo, normalmente dentro de até 12 meses. Exemplos: o dinheiro em caixa, valores disponíveis em contas bancárias, contas a receber, tributos a recuperar, aplicações financeiras de resgate rápido e estoques prontos para venda.
Esses ativos são de alta liquidez, pois ajudam a manter a operação do negócio funcionando no dia a dia, uma vez que cobrem despesas e possibilitam novas movimentações financeiras de forma imediata.
2. Ativos não circulantes
Já os ativos não circulantes representam bens e direitos que só podem ser transformados em valores no médio ou longo prazo, geralmente em prazos superiores a um ano! Entram nesse grupo imóveis, máquinas, veículos, móveis e outros bens tangíveis, ou seja, que possuem presença física.
Além deles, também existem os ativos intangíveis, que não têm forma física, porém ainda assim geram retorno econômico para o negócio. É o caso de marcas registradas, patentes e direitos autorais. Apesar de não estarem disponíveis de imediato para cobrir despesas, esses ativos são importantes porque fortalecem a capacidade de crescimento e expansão da empresa.
Quais são os passivos de uma empresa?
Quando o assunto é o passivo, nos referimos a todos os compromissos que a empresa assumiu e que precisarão ser quitados em algum momento. Ou seja, entram aqui as despesas fixas mensais e tudo o que a organização deve pagar, independentemente do prazo. Se existe a obrigação de pagamento, isso será registrado como passivo no Balanço Patrimonial. Entre os principais exemplos de passivos em uma empresa, estão:
· Contas recorrentes, como energia elétrica, água, telefone, internet, aluguel ou prestação de imóveis;
· Obrigações trabalhistas, como salários, férias, 13º, recolhimento de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e contribuições ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social);
· Pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços;
· Empréstimos e financiamentos contratados;
· Tributos e impostos federais, estaduais e municipais, como IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e IPTU (Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana).
Percebe como o passivo reúne desde os compromissos de curto prazo até dívidas mais longas? É justamente esse controle que mostra a real dimensão das obrigações financeiras da empresa. Interessante, não é?
Quais são os tipos de passivos e ativos?
Depois de entender a diferença entre ativo e passivo, é bom observar como cada um é classificado dentro da contabilidade. Essa divisão ajuda a organizar o Balanço Patrimonial e também facilita a análise de como está a situação financeira da empresa. Entenda:
· Ativos circulantes: são aqueles que podem ser convertidos em dinheiro ou consumidos em até 12 meses. Incluem caixa, contas a receber, estoque e aplicações de curto prazo;
· Ativos não circulantes: permanecem no negócio por mais tempo, geralmente acima de um ano. Exemplos são imóveis, equipamentos, investimentos de longo prazo e softwares;
· Passivos circulantes: representam obrigações que devem ser pagas em até 12 meses. É o caso de tributos, dívidas com fornecedores e empréstimos de curto prazo;
· Passivos não circulantes: são obrigações de longo prazo, com vencimento superior a um ano. Aqui entram títulos de dívida, financiamentos longos, benefícios trabalhistas futuros e provisões diversas.
Essa organização entre ativos e passivos dá clareza sobre o que a empresa possui e o que precisa pagar em diferentes períodos e, assim, fica mais fácil tomar decisões financeiras equilibradas e direcionar recursos para onde realmente fazem diferença no crescimento do negócio.
O que é passivo circulante de uma empresa?
O passivo circulante também é conhecido como "passivo exigível em curto prazo". Esse termo é usado porque ele é capaz de reunir todas as dívidas e obrigações que a empresa precisa quitar dentro de até 12 meses — período que corresponde ao exercício social.
Ou seja, o ideal é que o pagamento do passivo circulante seja feito com o uso de recursos do ativo circulante. Isso significa, por exemplo, usar o dinheiro das vendas realizadas ou valores em caixa para cumprir as contas que vencem no curto prazo.
Você sabia que manter esse controle atualizado é um dos pilares de um bom planejamento financeiro? Sim, pois, ao prever o montante do passivo circulante, a pessoa empreendedora consegue visualizar com clareza o valor mínimo necessário para manter as obrigações do mês em dia.
Qual é a importância do passivo circulante?
O passivo circulante ocupa um espaço dentro do planejamento financeiro empresarial porque representa as contas que precisam ser pagas em curto prazo. É aqui que muitas empresas encontram dificuldades: quando o volume de obrigações cresce além da capacidade de pagamento, o risco de endividamento aumenta.
No Balanço Patrimonial, se os passivos circulantes estão maiores do que os ativos circulantes, isso indica que os compromissos de curto prazo superam os recursos disponíveis. Nesse caso, então, é preciso reavaliar os gastos, renegociar dívidas ou até revisar o modelo de operação.
O objetivo de qualquer negócio é gerar lucro e expandir sua atuação, porém, se a empresa recorre a novas dívidas para pagar contas antigas, isso compromete o futuro financeiro. Por isso, é indispensável que você, empreendedor, entenda o peso do passivo circulante e se empenhe para equilibrá-lo com o ativo circulante para a estabilidade do seu negócio.
O que é passivo não circulante?
O passivo não circulante é composto pelas obrigações financeiras que têm prazo de pagamento superior a 12 meses. Ele se diferencia do circulante justamente pelo tempo mais longo para quitação, porém isso não interfere e nem diminui sua relevância.
Gerenciar bem o passivo não circulante é tão importante quanto cuidar das dívidas de curto prazo, pois esses compromissos de longo prazo, como financiamentos e títulos de dívida, impactam diretamente a estratégia de crescimento, gestão estratégica e os investimentos da empresa.
Quando a gestão de ativo e passivo é feita eficientemente — tanto no curto quanto no longo prazo —, o Balanço Patrimonial fica mais equilibrado. Isso dá mais segurança para a tomada de decisões e contribui para a continuidade saudável do negócio.
Como funciona o passivo circulante e o passivo não circulante?
Quando observamos o passivo não circulante, estamos observando compromissos que ultrapassam o prazo de um ano para serem quitados. Alguns exemplos são: empréstimos bancários de longo prazo, aportes financeiros feitos por sócios ou investidores com previsão de resgate acima de 12 meses, debêntures (que funcionam como títulos de crédito) e compras parceladas com prazo de pagamento superior a um exercício social.
Tanto o passivo circulante quanto o não circulante têm a mesma função dentro do Balanço Patrimonial: representar as obrigações da empresa. Por isso, ambos são apresentados no lado direito desse relatório, junto com o Patrimônio Líquido, que expressa os recursos próprios da organização.
O Patrimônio Líquido é formado por itens como capital social, reservas de lucro, prejuízos acumulados e investimentos realizados pelos sócios. Ou seja, ele mostra qual foi o retorno financeiro obtido pelos empreendedores em determinado período. Na contabilidade, essa relação entre ativo e passivo é organizada por meio da equação abaixo:
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
O que são passivos circulantes operacionais e o que são passivos circulantes financeiros?
Dentro da contabilidade, ao estudar o conceito de passivo, você provavelmente encontrará duas classificações importantes: passivos circulantes operacionais e passivos circulantes financeiros. Ambos estão ligados ao cálculo da necessidade de capital de giro, mas se referem a compromissos diferentes.
O passivo circulante operacional corresponde às obrigações que fazem parte da rotina da empresa, como salários, pagamentos a fornecedores e tributos mensais. Já o passivo circulante financeiro está relacionado a empréstimos, duplicatas e outros compromissos monetários de curto prazo, que exigem desembolso financeiro fora da operação direta.
O que é o Balanço Patrimonial?
Durante toda a explicação sobre passivo, passivo circulante e passivo não circulante, mencionamos o Balanço Patrimonial. Esse relatório, também chamado de Balanço Contábil, é a demonstração oficial da situação financeira de uma empresa.
Embora ele possa ser elaborado em diferentes momentos, costuma ser preparado anualmente, ao final do exercício social de 12 meses. Inclusive, segundo o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, todas as empresas devem apresentar demonstrativos financeiros nesse período, sendo o Balanço Patrimonial uma das principais exigências legais.
Por esse motivo, além de ser um documento de gestão, o Balanço Patrimonial também serve para atender às obrigações contábeis e legais de qualquer negócio.
Se interessou por esse tema? Então, acesse o nosso vídeo e entenda por que o Balanço Patrimonial é tão importante! Confira:
Para que serve o Balanço Patrimonial?
O Balanço Patrimonial é uma das principais ferramentas para avaliar a realidade econômica e contábil de uma empresa, pois, além de mostrar de forma estruturada a relação entre ativo e passivo, ele ajuda a entender como os recursos estão sendo aplicados, quais são as obrigações financeiras no curto e no longo prazo e de que maneira essas informações podem orientar as próximas decisões estratégicas do negócio. A partir dele, é possível:
· Acompanhar de perto como está o comportamento financeiro;
· Servir de base para o desenvolvimento de um planejamento estratégico mais eficiente;
· Apresentar resultados de forma clara para sócios e potenciais investidores;
· Apoiar decisões importantes relacionadas a investimentos e despesas.
Esse relatório conecta os números de ativo e passivo e deixa mais clara a estrutura financeira completa de um negócio, além de ajudar o empreendedor a enxergar onde estão as maiores oportunidades e riscos.
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