Em entrevista ao Rally da Safra, César Vieira Jr aborda questões essenciais para o agro.
As perspectivas para o mercado de grãos, o momento do crédito rural no Brasil e os impactos das recentes quebras de safra e sua relação com a necessidade de os produtores buscarem novos modelos de seguros foram abordados pelo Gerente Executivo de Agronegócio da Serasa Experian, César Vieira Jr , em entrevista ao rally da Safra. Confira alguns highlights:
Como está o crédito para o agronegócio brasileiro neste momento?
“A gente está vendo um cenário superpositivo, mas há também uma volatilidade que causa um pouco de insegurança”.
Em termos da produção de soja e milho, como avalia o cenário atual?
“A gente vê que tem dois cenários no Brasil. Um deles é o que sofreu com dois impactos seguidos – na safrinha e agora no verão – com problemas climáticos. E aí descapitaliza, mesmo. Não tem o que fazer. Por mais que os últimos dois anos tenham sido muito bons, a gente enxerga que essa condição é um ponto de atenção. E para o outro Brasil, que foi muito bem, tem a preocupação da empolgação de expandir demais – com muita alavancagem, muito arrendamento ou ainda áreas não tão propícias ou mais arenosas, por exemplo”.
E para o investidor ou credor, quais devem ser os pontos de atenção?
“Nesse cenário de volatilidade e de empolgação, quem concede crédito precisa estar atento a esses pontos. E a Serasa Experian trabalha exatamente com as informações, com os dados, sejam eles por meio da plataforma que integra diversos dados, públicos ou dos nossos scores – com informações e ferramentas integradas com nossos clientes. Do ponto de vista dos financiadores, a preocupação é essa. Tem empolgação, tem dinheiro, tem tudo. Mas é preciso estar atento, porque é importante que o produtor aproveite esse momento. Trave as suas relações de troca e, de fato, realize bons negócios e boas margens”.
E em termos de seguro para safras, qual é a sua avaliação?
“Do ponto de vista das seguradoras, a gente se preocupa. São dois ciclos seguidos com problemas climáticos e nós sabemos que o seguro agrícola é muito concentrado na região Sul. Ou seja, acaba machucando bastante. E aí, nos preocupa qual seria o apetite deles para esse próximo ciclo, também. Então, é muito bom que a maioria ali tenha seguro”.