À medida que evoluem as regulações mercadológicas globais sobre a exportação de café e os produtores precisam apresentar garantias de seus compromissos com a sustentabilidade socioambiental, Cecafé aposta na nossa tecnologia para fortalecer a confiança nos exportadores brasileiros.

O café é o queridinho do brasileiro. Ao acordar, depois do almoço ou naquela pausa do trabalho, ele está lá. É um dos produtos que mais movimenta a economia, gerando empregos na lavoura, na indústria e no comércio.

E no resto do mundo não é diferente. Presente na cultura de diversos países, o café se tornou um dos itens de grande procura e destaque no setor exportador do Brasil. Atualmente, a Europa lidera o ranking de importação do café brasileiro, representando mais da metade dos embarques cafeeiros.

Mas novas regulamentações mercadológicas têm surgido em razão dos critérios de boas práticas socioambientais e de governança, assim se faz necessário que exportadores, do Brasil e do mundo, estejam alinhados a essas novas diretrizes.

Quer saber mais? Continue a leitura e entenda como essas novas regras impactam o setor exportador de café brasileiro.

Novas regras mercadológicas globais 

Nos últimos anos, a Europa estabeleceu regras que buscam mensurar e mitigar os impactos ambientais dentro da sua cadeia produtiva.

Assim, o bloco europeu negociou e implementou o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, em inglês), uma nova diretriz que proíbe, desde 30 de dezembro de 2020, a importação e o comércio de produtos derivados de commodities provenientes de áreas florestais desmatadas.

E, como o EUDR, outros debates também têm ganhado espaço no Reino Unido e na União Europeia.

Em legislação aprovada na Alemanha desde 2021, aplicada neste ano e tratada com mais rigor a partir de 2024, a Lei de Due Diligence da Cadeia de Abastecimento prevê requisitos mínimos para uma gestão responsável das cadeias produtivas de abastecimento, fazendo com que empresas evitem ao máximo o risco de violações dos direitos humanos e de degradação ambiental.

Esse debate também já acontece em legislaturas americanas e suíças, apresentando-se assim como uma nova tendência do comércio global para a determinação de novas regras mercadológicas que visem reduzir o impacto socioambiental no mundo.

Quais são os reflexos dessas novas diretrizes para o agronegócio brasileiro? 

A agricultura brasileira vem evoluindo com a implementação de novas soluções e tecnologias, e já é uma das cadeias produtivas mais sustentáveis do mundo.

Mas, em tempos de alta demanda para produtos ecológica e socialmente corretos no comércio global, possuir sistemas que comprovem essa sustentabilidade é fundamental para que o país permaneça entre os principais exportadores do mundo.

Segundo a pesquisa "A percepção do agro brasileiro na Europa", 57% dos europeus desconhecem o agronegócio brasileiro, enquanto apenas 11,2% o conhecem bem. O estudo foi realizado nos países Alemanha, França, Reino Unido e República Tcheca, com 590 mil cidadãos, jornalistas e distribuidores do tema, por meio de uma iniciativa da OnStrategy, coordenada pela Biomarketing e patrocinada pela Serasa Experian com o apoio da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).

Por isso, o maior desafio está na comunicação com o exterior, no diálogo com consumidores e principais agentes públicos e privados do continente europeu, de maneira que, nesse ambiente competitivo, o Brasil conquiste o reconhecimento dos esforços, progressos e resultados socioambientais alcançados.

Mas e o café? 

Ainda de acordo com o estudo, foi percebido que o café é o produto brasileiro de maior percepção entre os europeus, apresentando índice geral acima de 70 pontos em reputação positiva.

E para garantir que esse produto esteja alinhado às novas diretrizes, o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), junto com seus associados, vem realizando debates e ações a respeito das preocupações regulatórias apresentadas pelos principais compradores do café brasileiro, como a Europa.

Neste momento, gerar confiança, transparência e credibilidade se tornou fundamental para melhorar a competitividade do café brasileiro no mercado internacional.

Cecafé e Serasa Experian 

O Cecafé é o representante da cafeicultura brasileira nos fóruns globais e promove o setor nos âmbitos nacional e internacional.

Por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, e projetos de cidadania e responsabilidade socioambiental, a entidade dá suporte a 120 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas.

E foi pensando em um sistema que impulsione a imagem positiva do produto no mercado global que o Cecafé contratou, na Serasa Experian, o desenvolvimento de uma plataforma que comprova que exportadores comercializam cafés de origem monitorada, que estejam em conformidade com os mais rígidos critérios socioambientais.

A plataforma de Rastreabilidade de Cafés do Brasil 

A plataforma, como dito anteriormente, surgiu para fortalecer a marca “Cafés do Brasil”, ampliando a visibilidade positiva do segmento e contribuindo para o reconhecimento do agronegócio brasileiro na Europa.

Com ela, o Cecafé e a Serasa Experian buscam trazer mais transparência para a cafeicultura brasileira e abrir portas para o desenvolvimento de um protocolo de sustentabilidade para o setor.

Para Marco Matos, diretor-geral do Cecafé, "a plataforma de rastreabilidade, desenvolvida pela Serasa Experian para o Cecafé, abre caminho para que o setor adote conceitos e ferramentas inovadoras, reduzindo, em última análise, custos operacionais, agilizando a checagem de conformidade socioambiental e simplificando a verificação e a demonstração de conformidade com as regulamentações do setor. Isso gera confiança, transparência e credibilidade nas parcerias comerciais dos cafés do Brasil com o mundo inteiro".

Nesse primeiro estágio, a ferramenta conta com a participação de mais de 40 associados da entidade, entre empresas nacionais e internacionais, e está em fase de adaptação e implementação, com a realização de discussões tecnológicas sobre meios de acesso e o uso de dados da cadeia produtiva.

Como ela funciona? 

A plataforma de Rastreabilidade de Cafés do Brasil viabiliza o monitoramento diário da conformidade socioambiental das áreas de produção, reunindo informações de inúmeras bases de dados públicas e oficiais, que avaliam e monitoram questões socioambientais.

Um dos pilares da ferramenta, que trabalha com dados georreferenciados e obtidos por satélite, é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), uma obrigação legal a todos os produtores de café, estabelecida pelo Código Florestal Brasileiro.

Protocolos personalizáveis 

A ferramenta também é auditável, com protocolos personalizáveis a diferentes diretrizes de conformidade social e ambiental definidas por empresas, governos e outras partes interessadas.

Com a possibilidade da emissão de alarmes em resposta a quaisquer alterações das áreas de produção, o monitoramento é uma importante função para atender aos rigorosos requisitos das leis e aos padrões daqueles que compram o café brasileiro.

Em tempos nos quais produtos ecológica e socialmente corretos são muito mais demandados pelo comércio global, possuir sistemas que comprovem a sustentabilidade das cadeias produtivas é de fundamental importância para o país se manter como o principal player do mercado mundial.

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