Se você está em busca da ampliação para seu negócio, precisa colocá-lo na internet. Afinal, a aceleração da transformação digital, vivenciada até por pequenas e médias empresas, em aspectos distintos, é acompanhada pela expansão das vendas online.

Para se ter uma ideia, o e-commerce brasileiro superou a marca de R$53 bilhões de faturamento, só no primeiro semestre de 2021. Em um comparativo com o ano anterior, o número registra um crescimento de 31%.

Vale destacar que o ano de 2020 foi totalmente favorável ao comércio eletrônico devido ao distanciamento social provocado pela chegada do novo coronavírus. O aumento das vendas no período seguinte, já caracterizado por boas perspectivas pós-Covid-19, revela que ainda há um enorme potencial a ser explorado.

Você não vai perder essa chance de impulsionar os resultados do seu negócio, certo? Então, vem com a gente conferir o guia completo que preparamos sobre como começar a vender pela internet!

Importância de vender online

Nós já vamos mostrar o passo a passo de como comercializar seus produtos ou serviços via internet. Antes, apenas para ressaltar a importância de consolidar sua marca no ambiente digital, permita-nos trazer mais alguns números interessantes.

De acordo com um levantamento feito recentemente pela empresa de consultoria Newzoo, o Brasil já ocupa o quinto lugar no ranking de celulares. O estudo comprova que, ao todo, já são aproximadamente 110 milhões de dispositivos entre os brasileiros.

Por que isso é importante? Pelo fato de que, apenas no segundo trimestre de 2021, no Brasil, o total de compras digitais concluídas via tela de algum smartphone se aproximou de 60%. O dado, divulgado pela Ebanx, representa um crescimento de 15% em comparação com o mesmo período de 2019.

Além da maior quantidade de celulares em circulação pelo país, os novos resultados expressivos das vendas digitais têm ligação com a introdução de novas formas de pagamento em ambiente online. Além do Pix, o consumidor brasileiro já pode recorrer ao WhatsApp Pay, o qual, por enquanto, não está disponível em todas as instituições financeiras.

Nesse contexto, é igualmente válido salientar o peso da mudança de comportamento do consumidor ao longo dos últimos anos. De modo geral, as pessoas estão acostumadas a se manter plenamente conectadas quase o tempo todo.

Além de navegar constantemente pelas redes sociais à procura de novidades, o público também se habituou a acessar QR Codes durante programas de televisão. Enfim, a dinâmica é outra e não se limita às pessoas da nova geração, ou seja, nascida por volta dos anos 2000.

As vendas online no Brasil

Com relação aos diferentes segmentos da economia brasileira, muitos deles só têm a comemorar. É o caso do setor de comercialização de artigos esportivos, que aumentou o faturamento em cerca de 50%. Não muito atrás, as lojas de departamentos registraram crescimento de aproximadamente 38%.

Os dados se referem aos resultados conquistados na metade inicial de 2021, fase em que o grande destaque ficou com os ramos de decoração e pet shop. Enquanto o primeiro atingiu a incrível marca de 155% de elevação do faturamento, o segundo exibiu uma alta de 56%.

Em termos regionais, o Sudeste segue forte, com pouco mais de 50% do montante faturado. Observe, entretanto, que a onda de expansão do comércio eletrônico também mostra força em outras áreas. Esse é o caso do Sul, com subida de 57% das vendas online, e do Norte, com aumento de 52%.

Como vender online

Como evidenciamos há pouco, o cenário é completamente favorável para quem deseja realizar excelentes negócios no meio digital. Então, chegou a hora de conhecer as etapas indispensáveis para que as vendas pela internet sejam um grande sucesso.

Determine um nicho

Por mais que você já tenha sido levado a empreender por conta das circunstâncias, tornando-se MEI (Microempreendedor Individual), é preciso enxergar as vendas online de forma ampla. Será que a atividade que você pratica atualmente, com uma divulgação simplificada via Instagram, por exemplo, é a mais interessante para usufruir de todo o potencial do e-commerce? Essa é, antes de tudo, uma boa pergunta a se fazer.

Veja bem: as possíveis respostas não necessariamente indicarão um recomeço do zero. Na verdade, o raciocínio serve, inclusive, para pensar em possibilidades de incrementar seu modelo de negócio. O ponto central se refere à chance, talvez, de maximizar o retorno obtido até então.

De modo geral, tenha em mente que o público alcançado por meio de uma estrutura online completa será muito maior do que é hoje. Assim, antes de montá-la, é fundamental avaliar possíveis ajustes ou, quem sabe, trocar de nicho.

Tudo depende das tendências de consumo reveladas pela realização de um estudo de mercado aprofundado. Talvez ele indique caminhos mais promissores sob os pontos de vista do investimento inicial e de tempo mínimo para recuperação do capital alocado.

Defina para quem vender

As pesquisas anteriores caminham lado a lado com o público consumidor almejado. Antes de pensar no perfil de cliente ideal, entretanto, você deve se preocupar com a definição do grupo principal ao qual ele pertence. No caso, estamos nos referindo ao e-commerce B2C e ao B2B.

Além de revisitar o bem de valor a ser comercializado via web e apps, você precisa decidir se o foco do negócio será voltado ao consumidor final ou a outras organizações. Para quem já efetua transações como MEI, é o momento de considerar a possibilidade de expansão por intermédio de vendas B2B.

Trata-se de um divisor de águas que não pode ficar para depois. Afinal, ele direciona tanto a identidade visual da empresa quanto o método de vendas e a infraestrutura logística. Quando as entregas são feitas para empresas, a cadeia logística exige a formação de parcerias mais consolidadas.

A própria política de precificação muda, já que o foco passa a ser o comércio feito no atacado, lógica que prioriza vendas em grande quantidade a preços competitivos. Já no B2C, praticam-se margens de lucro maiores para a venda de cada item.

Ambas as transações podem ser bem-sucedidas. Estudar a viabilidade de implantar um modelo B2B é válido por conta de oportunidades de crescimento exclusivas, conforme o nicho.

Organize o plano de negócios no Canvas

Hoje em dia, todo mundo que deseja ter o próprio negócio físico e online sabe, minimamente, que precisa de um bom plano de negócios. O problema é que a forma convencional de montagem do documento é burocrática e, para os padrões recentes, um tanto inadequada.

Documentar detalhes é essencial, o que aponta a necessidade de um material integral complementar. No entanto, o dinamismo operacional de nossa época exige algo mais direto, objetivo e conciso. Você encontra essas características no chamado Business Model Canvas — Modelo de Negócios Canvas, em português.

Nele, é possível visualizar todo o negócio em uma única página, dividida em nove blocos. Cada um deles, por sua vez, representa uma área vital para a manutenção e a expansão da empresa. Assim, tanto você quanto seus colaboradores ou eventuais investidores têm acesso pleno ao resumo estratégico contido em departamentos distintos.

Existe, por exemplo, um campo que exibe qual é o perfil segmentado do público considerado ideal. O Canvas também facilita a visualização dos recursos usados e as atividades-chave do negócio, bem como as parcerias elementares para que tudo funcione como o planejado.

Ao mesmo tempo, enxergar as inter-relações existentes entre a oferta de valor e o relacionamento com os clientes passa a ser algo extremamente rápido e intuitivo. Outra vantagem consiste no encadeamento de múltiplos canais de divulgação, comunicação e distribuição de produtos.

No Canvas, você tem uma visão simultânea e panorâmica desses e outros aspectos preponderantes para praticar uma gestão profissional do seu negócio.

Escolha uma plataforma para e-commerce

Depois de criar toda a base que fundamentará o processo de decisão da sua organização, é o momento de escolher uma plataforma para praticar o e-commerce. Em outras palavras, você necessita de um meio de contato principal, pelo qual consumidores e potenciais clientes concretizarão as compras das soluções disponibilizadas.

Em um primeiro momento, talvez a opção de contar com um marketplace seja interessante. Mais uma vez, essa é uma deliberação que envolve o perfil consumidor e os demais fatores que comentamos anteriormente — entre outros aspectos.

Como principal vantagem, o marketplace oferece um site com infraestrutura pronta para usar. Como desvantagem relevante, ele não permite a personalização da página web, já que a gestão e eventuais alterações são conduzidas pela marca detentora da plataforma.

De qualquer forma, saiba que montar sua própria loja virtual não é exatamente caro. Na verdade, existem alternativas que contemplam a maior parte das funcionalidades esperadas em um site de e-commerce. Entre as opções mais populares, o destaque fica com:

  • Shopify;
  • WooCommerce;
  • Magento.

Porém, basta uma breve pesquisa para descobrir muitas outras plataformas. Justamente por isso, é preciso tomar todo o cuidado ao escolher aquela que esteja realmente alinhada ao planejamento e ao modelo de negócio idealizado.

Durante a análise, visite sites de empresas concorrentes e verifique quais são as funções disponíveis. Basicamente, imagine quais delas farão falta na sua página e quais não são tão importantes assim.

Para ampliar o embasamento da sua resolução, é igualmente recomendável dar uma olhada quanto ao que outras pessoas têm a dizer sobre cada plataforma. Apenas tenha a cautela de atestar os critérios e argumentos utilizados nas resenhas de usuários. Na prática, muitos comentários não fazem o menor sentido e, portanto, não se sustentam.

Por falar nisso, separamos alguns pontos que merecem sua atenção sobre a escolha da plataforma de vendas. De maneira ampla, confirme se:

  • impõe restrições a futuras customizações;
  • é adaptável à marca da sua empresa;
  • concede uma gestão simplificada;
  • prevê otimização de buscas;
  • proporciona sistema integrado com o chat de atendimento e os métodos de pagamento.

Além desses elementos, outros merecem um olhar minucioso e serão devidamente abordados, abaixo.

Segurança

Devido a alguns eventos envolvendo vazamento de dados, nunca se falou tanto no aprimoramento das medidas de segurança online. Demonstrar que seu site é um ambiente seguro é vital para conquistar a confiança de consumidores, convertê-los em clientes e, por fim, sustentar bons índices de fidelização.

A boa notícia é que toda a tecnologia de segurança em questão já é providenciada pelos provedores das plataformas de e-commerce. Com certificados e plugins específicos, os dados sensíveis dos seus clientes estarão protegidos. No mais, a rede de proteção também serve para preservar sua empresa de tentativas de fraudes online.

Domínio

Com ou sem uma boa estratégia de anúncio, o nome do seu site faz diferença no efeito que ele causa no público-alvo. Logo, selecione um endereço eletrônico que seja criativo, breve, conectado à sua marca e que, se possível, seja de fácil memorização.

Serviços de hospedagem

Certificar-se de que a hospedagem contratada é suficiente para suprir o fluxo de dados da sua empresa é tão fundamental quanto os demais cuidados apresentados até aqui. Muitas vezes, a ausência de um serviço robusto é a causa do afastamento de clientes, já que, conforme o caso, a página mal consegue ficar no ar.

Esses fatores explicam por que a hospedagem voltada a landing pages ou sites institucionais não é o bastante para atender à demanda de lojas virtuais. Além de rodar scripts e plugins, o sistema também precisa acessar gerenciadores de bancos de dados com desenvoltura e rapidez.

Na dúvida sobre qual o plano que oferece todos os recursos necessários para evitar transtornos, converse com o suporte da empresa responsável pelo serviço. Outra solução é contatar diretamente um desenvolvedor web.

Desenvolva um site voltado ao usuário

Criar uma loja virtual pensada no usuário significa assegurar que tanto as cores quanto a navegação sejam agradáveis. Esses fatores influenciam o tempo de permanência no site e, consequentemente, a média de gastos dos visitantes.

O ideal é que todas as pessoas que entrem na sua loja encontrem o que precisam sem grandes dificuldades. Assim, é importante que os itens estejam organizados por categorias, para facilitar a busca pelos filtros. Soma-se a isso a transição entre as múltiplas partes do site, algo que deve ser finalizado o mais rapidamente possível.

Além de se preocupar com a qualidade da linguagem visual, tenha atenção a esses detalhes adicionais:

  • simplicidade para acrescentar itens no carrinho de compras;
  • espaço destinado para produtos de destaque, como lançamentos, ou promoções;
  • acionamento de um chatbot para oferecer ajuda;
  • inclusão de um botão visível para o link de perguntas frequentes.

Outro ponto de cuidado é a otimização do site para dispositivos móveis. Logo, teste você mesmo, a fim de confirmar se o acesso é responsivo e adaptável a qualquer display.

Quando isso não acontece, o carregamento não só tende a demorar mais do que o normal, como a exibição corre o risco de ficar distorcida. Em ambas as situações, as chances de o usuário desistir da navegação são altas.

Ainda com relação aos elementos constituintes de um site, também vale a pena caprichar no conteúdo. Aqui, é fundamental avaliar todo texto que possa chegar aos clientes. Dito de outro modo, até mesmo a pequena frase de um simples botão faz diferença na qualidade da interação das pessoas com a interface.

Com o propósito de aprimorar o conteúdo oferecido, a sugestão reside em investir na redação dedicada à experiência do usuário. O termo técnico é UX writing, que, como fica evidente, está relacionada ao famoso UX design.

A partir do perfil do público-alvo, a linguagem trabalhada pode ser mais ou menos informal, além de receber outros toques especiais. Essas características, presentes nos materiais publicados no blog da sua empresa, por exemplo, também podem ser incorporadas à estratégia de comunicação da plataforma de compras.

Imagine que, ocasionalmente, mesmo com a melhor infraestrutura disponível, os servidores falhem. Em tais circunstâncias, uma página elaborada com base nos princípios da UX não exibirá um aviso de erro padronizado.

Em vez disso, ela será composta por uma mensagem amigável, como “ops”, geralmente, acompanhada de uma imagem ou ilustração que desperte uma ligação emocional com as pessoas — exemplo: um cachorro ou gato triste. Isso, por si só, não resolve o problema, mas com certeza, já diminui instantaneamente a frustração do outro lado da tela.

Monte um catálogo online atrativo

Tudo o que foi abordado até o momento seria em vão sem a montagem de um catálogo online, que cumpre o papel de ser uma vitrine virtual de uma loja. Isso, é claro, com o diferencial de se tornar muito mais completo e, portanto, contribuir para uma experiência de compra marcante.

Primeiramente, você deve definir o que exibir em destaque e, em seguida, pensar no modo de exibição em si. A seleção dos itens tende a variar conforme as datas comemorativas do período e as estratégias de vendas da empresa. Chegar a uma lista pronta para brilhar e encantar os clientes depende da coleta de certos dados, gerados por:

  • interações em redes sociais;
  • índice de acesso a determinada linha de produtos;
  • pedidos de itens indisponíveis.

Com base nas informações extraídas desses conjuntos de dados, você tem uma ideia mais nítida quanto ao que deve priorizar na criação do catálogo. A julgar pela análise, é possível até pensar em formas de surpreender os clientes, demonstrando que a marca está atenta aos pedidos e comentários.

Naturalmente, o resultado final está intimamente ligado à exposição do catálogo. Assim, além de proporcionar uma ampla variedade de ângulos, é imprescindível que a loja publique fotos dos produtos com boa resolução. Lembre-se de que as fotos são elementos de atração e, simultaneamente, ajudam o usuário a visualizar o item desejado em diferentes nuances.

Quanto mais detalhes os clientes obtiverem sobre o produto buscado, mais chances sua loja tem de melhorar os números das vendas online. Isso inclui a adição de especificações técnicas detalhadas dos itens comercializados — não deixe de fechar um bom negócio devido à falta de informações.

Faça a prospecção de clientes

Com tudo preparado para receber visitas, resta convidar as pessoas certas, ou seja, aquelas que reúnem as características dos clientes em potencial do seu negócio. Para encontrá-las, você terá que criar uma base de contatos para prospecção.

A fim de maximizar a qualificação da lista de compradores realmente interessados na sua loja, vale a pena investir em boas práticas de marketing digital. Nesse sentido, considere o lançamento e a alimentação frequente de um blog com conteúdos relevantes (guias, tutoriais, white papers etc.) para sua audiência.

Ao mesmo tempo, invista em meios de captar dados de contato (não só, mas principalmente, e-mails), como a criação de landing pages ou de ofertas de brindes. A ideia é condicionar a entrega de algum material, como o download de um e-book, ao preenchimento de um formulário simples.

À medida que sua lista de clientes em potencial cresça, é necessário segmentar os contatos de acordo com seus estilos, gostos, preferências, produtos consumidos na sua loja etc. Dessa maneira, você poderá desenvolver campanhas de marketing customizadas e, portanto, bem mais valorizadas pelas pessoas propensas a serem fidelizadas pela sua empresa.

Estruture a logística

Por falar em fidelização, ela só acontece, de fato, quando todas as peças do quebra-cabeça apresentado no decorrer deste guia se encaixam harmoniosamente. Como último fator, resta falar um pouco a respeito da organização logística.

O assunto é delicado. Isso porque experiências ruins atreladas a preços de frete e atrasos nas entregas comprometem, até mesmo, aqueles planejamentos meticulosos. A razão se traduz pela quebra de expectativa dos clientes, algo que pode afetar o relacionamento entre eles e a marca do seu negócio.

Para evitar transtornos, acompanhe de perto o gerenciamento do estoque. Assim, você garante uma reposição adequada dos itens armazenados, diminuindo a possibilidade de alguém adquirir um produto que, na verdade, não está disponível à pronta-entrega.

Outra ação fundamental consiste em efetuar processos meticulosos antes de firmar parcerias com empresas transportadoras. Certifique-se de que elas tenham as ferramentas tecnológicas apropriadas para gerir o fluxo de entregas. Tanto a manutenção regular dos caminhões quanto o monitoramento constante das condições do tráfego de vias urbanas e de rodovias são decisivos na missão de cumprir os prazos acordados com os clientes.

Essas são as principais etapas para participar do movimento promissor de vendas online no Brasil. Acredite: ao seguir nossas dicas e ajustá-las à realidade do seu negócio digital, você reduzirá bastante o tempo exigido para conquistar o sucesso no e-commerce.

Por fim, vale a pena fazer aquele checklist para preparar o planejamento e começar o ano com o pé direito!