Por Cleber Genero*

O ano mal tinha começado, as pessoas ainda faziam planos e as empresas traçavam suas metas. De repente, como num susto, a pandemia causada pelo novo coronavírus chegou e impôs um isolamento social, fazendo com que as pessoas repensassem suas atitudes e as empresas agissem rapidamente para sobreviverem a essa nova realidade.

Nesse novo cenário, comércio e indústria tiveram que parar, funcionários foram colocados em isolamento ou trabalhando em home office e o temor de não conseguir dar continuidade ao negócio e da falta de caixa, principalmente por inadimplência, assustou muitos empreendedores. Dentro deste cenário turbulento, a importância de contar com um processo simples e efetivo de cobrança ficou eminente, principalmente para as PMEs.

Embora os números da inadimplência tenham surpreendido positivamente ao longo do ano, isso não quer dizer que devemos deixar de investir em ferramentas que permitam uma cobrança mais assertiva. Dados da Serasa Experian revelam que o total de dívidas de PMEs (micro e pequenas empresas) em fevereiro deste ano era de 5,8 milhões e, em agosto, esse número caiu para 5,5 milhões. Muito dessa queda é atribuída ao auxílio emergencial proposto pelo governo federal. Esse cenário, no entanto, pode mudar a partir de 2021, ao acabar a ajuda do governo, tornando-se mais desafiador no que se refere à inadimplência e cobrança.

Embora possa parecer insensível falar em parceiros de cobrança nesse momento tão adverso, o processo de recuperação de dívida é importante para que o fluxo de caixa de uma PME se mantenha equilibrado e ela possa sobreviver. O não recebimento de qualquer valor causa um grande impacto na sua saúde financeira, podendo levar a demissão de funcionários e até ao fechamento do negócio. A inadimplência tem um efeito cascata, se o meu cliente não paga, eu não terei como honrar meus compromissos, me torno um inadimplente, o meu fornecedor também não terá recursos para pagar seus próprios fornecedores e, assim, sucessivamente.

O empreendedor precisa ter em mente que a gestão de crédito e a cobrança precisam andar juntas e, acima de tudo, respeitar o cliente. Não é fácil equilibrar esses itens. Para uma recuperação de crédito mais assertiva é necessário ter processos integrados e realizar ações estratégicas eficientes. Realizar ações conjuntas como planejamento estratégico, controle contínuo de fluxo de caixa e de devedores e um plano de recuperação de créditos pode ajudar nessa empreitada.

Mas, você não está sozinho. Com a democratização da tecnologia da informação, pequenas e médias empresas também podem usar soluções para auxiliarem nesse processo de cobrança e aumentarem suas chances de recuperação das dívidas. A digitalização dos processos já é uma realidade e as empresas precisam se habituar a esse “novo normal”. O mundo mudou, o jeito de consumir mudou, o comportamento do consumidor mudou e a forma de recuperar dívidas de clientes inadimplentes também mudou. Hoje é possível fazer isso com menos estresse e de forma mais assertiva.

Cada cliente tem um determinado perfil e o empresário precisa entender isso, absorver e tratar cada um da forma mais aderente ao relacionamento comercial. As estruturas de PMEs são mais enxutas, logo, otimizar o tempo e processos da empresa, funcionários e dos sócios impacta diretamente na saúde financeira do negócio.

*Cleber Genero é vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas e Identidade Digital da Serasa Experian

 

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