Foi-se o tempo que a mídia era a área menos charmosa das agências de propaganda. Além de negociações com veículos, comprar espaços e fazer planilhas, atualmente o arsenal ficou muito mais sofisticado graças à grande quantidade de dados disponíveis e à multiplicação de pontos de contato com os consumidores que podem ser os meios tradicionais, os canais digitais, pessoas e influenciadores.

Por isso, a gestão de dados estratégicos ganhou amplitude com a capacidade que a internet e seus mecanismos de captura de informação passaram a oferecer. Hoje, mais que o “tiro de canhão”, vale ter uma mira cirúrgica, ser um sniper, para levar mensagens certas às pessoas corretas no momento adequado.

“Hoje temos, por exemplo, a chance de planejar uma ação usando os recursos de geolocalização. Inteligência artificial e realidade virtual já são uma realidade. Além de dominar as ferramentas capazes de desenhar o perfil do consumidor e os canais mais pertinentes, o profissional de mídia ainda precisa fazer tudo no menor custo possível sem perder qualidade”, explica Luciana Prado, diretora de mídia da F.biz.

Estabelecer fronteiras, portanto, não faz mais sentido. Online e offline é uma separação que não tem mais função neste mundo multiplataforma, multitelas, multiconectado e multicor. Os diagnósticos e as recomendações estratégicas não excluem mais a mídia. Antes patinho feio da propaganda, a mídia passou a ter um protagonismo tão grande que muitas vezes os processos de comunicação começam por ela. Não pela busca de rentabilidade, mas pela eficácia da entrega.

“O profissional de mídia na era multicanal é o que entende das diversas opções de mídia e das novas tecnologias intrínsecas a eles, como a administração de dados, por exemplo. É ele quem deve ser capaz de trazer esse conhecimento para dentro do negócio do cliente, acompanhando-o e atendendo às suas expectativas”, destaca Fernando Taralli, presidente da VML. “Os elementos fundamentais são planejamento, vivenciar o segmento do cliente, entendimento estratégico e tático de cada canal e de pesquisas, e conhecer as tecnologias possíveis para integração de dados. Podendo, então, ser capaz de inovar e criar novos produtos”, completa.