Entenda como o uso das informações deve estar no centro das discussões corporativas e da sociedade

Por Fernando Rosolem*

Os dados transformaram a maneira com que navegamos na Internet, gerenciamos nossos trabalhos e investimos em tecnologias. Com uma enxurrada de informações, ficamos expostos a novos riscos e preocupações, como a privacidade. Ao passo em que as companhias adotam produtos e sistemas cada vez mais interconectados, a “Internet das Coisas” pode abrir portas para uma nova onda de desafios que abrangem desde a violação até o uso indevido da informação.

A confiança do consumidor fica abalada a cada notícia que surge sobre fraudes, invasão de privacidade e ciberataques. Muitas dessas pessoas, inclusive, já foram vítimas de golpes diversos que roubaram informações pessoais. Essas preocupações são reais e devem estar no centro de todas as discussões sobre o futuro da economia baseada em dados. Ao mesmo tempo, temos o desafio de impedir que esses eventos restrinjam o uso do alto potencial da informação para boas ações para a sociedade como um todo.

As empresas sentem a necessidade de filtrar grandes quantidades de dados para tomar as melhores decisões, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade e da economia. Os líderes corporativos atualmente têm a oportunidade de desfazer seus medos e as incertezas sobre Big Data, assegurando que seus negócios operem de forma diferenciada: com colaboradores treinados, políticas e regras rigorosas para a manipulação dos dados e investimento em outras medidas que garantam que a ética e os termos de segurança da companhia sejam respeitados. Essa garantia é fundamental para a discussão de legislações como o Marco Civil da Internet.

A indústria dos dados precisa assegurar seu avanço em benefício à sociedade, perante a lucratividade. Isso pode ser feito com o estabelecimento de metas que recompensem os profissionais desse mercado, independentemente de sua localidade, cultura ou empresa em que trabalham. Somente o comprometimento pelo uso responsável dos dados pode transformar a economia e nossos modos de operá-la.