Com a entrada em vigor do novo Cadastro Positivo, em julho de 2019, o mercado de crédito no Brasil ganhou mais um elemento transformador, que traz novas perspectivas e oportunidades para a economia brasileira e para a expansão do crédito e das empresas. Ele chegou para se somar ao crescimento das fintechs e bancos digitais que, juntos, estão tornando o cenário mais inclusivo, com uma concessão de crédito mais justa e processos mais rápidos e inovadores. O crédito para desbancarizados é uma das áreas que mais devem crescer daqui para frente, estimulando a economia brasileira e sendo um dos grandes agentes do aumento da concessão de crédito no país.

Para elucidar essa questão, a Serasa Experian preparou um Webinar sobre como o Cadastro Positivo muda o jogo na concessão de crédito para desbancarizados. Os seguintes especialistas participaram: Luis Rabi, economista-chefe, Alex Franco, diretor de Consumer Credit Services e Felipe Araújo, Gerente Sênior de Analytics. Você pode ver o conteúdo na íntegra logo abaixo. Se preferir, confira os principais pontos dessa conversa no texto a seguir!

Mitos e verdades sobre o crédito para desbancarizados

Antes de pensar nas melhores estratégias para ampliar o crédito para desbancarizados, é necessário desvendar o que os números querem dizer. Várias estatísticas diferentes já foram publicadas na imprensa. Os números divulgados sobre desbancarizados são, muitas vezes, conflitantes. Nos últimos anos, algumas pesquisas chegaram a afirmar que mais de 40% da população brasileira é desbancarizada, mas a realidade não é bem assim.

No site do Banco Central, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) afirma que 87% da população adulta tem algum tipo de relacionamento bancário. “Aí mora um outro problema, pois o FGC considera todas as contas abertas no país e muita gente que já abriu alguma conta bancária sequer a utiliza ou se lembra disso. Às vezes é uma conta-salário que ficou adormecida em alguma instituição. Ele não mede o relacionamento efetivo entre as pessoas e as instituições financeiras”, comenta Luis Rabi.

O economista aponta uma pesquisa do Banco Mundial realizada em 150 países e publicada em 2018 como a mais fidedigna e confiável a esse respeito. A metodologia utilizada pelo Banco Mundial é mais confiável, segundo Rabi. Ela aponta que, na prática, 30% da população brasileira está fora do sistema financeiro por falta de relacionamento. Ou seja, elas não utilizam produtos bancários no dia a dia.

A quais países o Brasil se equipara nas estatísticas?

“A média mundial também é de 30%. O problema é que essa média considera países extremamente bancarizados, como EUA e os países da Europa Ocidental, e aqueles que são muito pouco bancarizados, como os da África. Os mais parecidos com o Brasil, de fato, são o Chile, a Hungria e a África do Sul”, diz Rabi.

A pesquisa completa revela outros dados importantes. Por exemplo: apenas 15% das pessoas com mais de 15 anos possuem cartão de crédito. Outro ponto é que a desbancarização atinge mais mulheres do que homens. Vale lembrar que, no Chile, um dos efeitos da implantação do Cadastro Positivo foi justamente a inclusão de milhões de mulheres no sistema de crédito, praticamente igualando a concessão de crédito aos homens.

Qual a diferença entre desbancarizados e Thin Files? E quais os desafios para a inclusão desses grupos?

O número correto a considerar, de acordo com Rabi, é de que 48,4 milhões de pessoas desbancarizadas ou Thin Files devem ser beneficiadas com o novo Cadastro Positivo. Por desbancarizados, entendemos as pessoas que não possuem nenhum tipo de conta em banco. Já os Thin Files, são aqueles indivíduos que, apesar de terem contas bancárias, não têm histórico suficiente para consolidar um Score mais preciso.

Antes do novo Cadastro Positivo, era muito difícil e custoso fazer a análise de crédito para desbancarizados, principalmente devido ao alto número de análises de crédito manuais. Agora, porém, a realidade é outra. O histórico de informações positivas de cada indivíduo, como os pagamentos de suas contas de água, luz e telefonia, passa a contar pontos para uma análise muito mais concreta e precisa. Isso simplifica o processo e torna o acesso a crédito mais justo e democrático.

A corrida das instituições financeiras para conceder crédito para desbancarizados já começou e está muito disputada. Segundo Felipe Araújo, um dos grandes desafios do mercado, no momento, está na competência analítica e na agilidade para trabalhar com tamanho volume de dados relacionados a milhões de pessoas. Certamente, as instituições que sairão na frente são as que conseguem fazer tudo isso em conformidade com as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Ter um analytics avançado, com modelos estatísticos e matemáticos apropriados, será muito importante para o mercado”, afirma Felipe.

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De acordo com Alex Franco, com tantos novos dados diferentes ao mesmo tempo, por mais que os produtos de crédito para desbancarizados e thin files sejam semelhantes aos já existentes no mercado, a jornada de dados dentro desses produtos é totalmente diferente. “O tipo de informação que você associa para classificar esses consumidores é diferente daquelas utilizadas para classificar os demais”, explica.

Conheça os produtos de crédito e os diferenciais da Serasa Experian

A Serasa Experian oferece soluções para todas as etapas da jornada de crédito e possui o maior banco de dados da América Latina. Nós podemos te ajudar a potencializar os negócios da sua empresa com a análise de crédito de desbancarizados e Thin Files. Nossas soluções utilizam os dados da Serasa Experian, além dos dados do Cadastro Positivo, com a possibilidade de fazer diferentes combinações sem que você precise de qualquer investimento em infraestrutura.

O Ascend Technology Platform, por exemplo, é uma plataforma de big data segura e escalável, com ambiente para modelagem de dados avançada. A solução possui compatibilidade com linguagens de programação de mercado, como Python e R, possibilitando a utilização de técnicas como machine learning. Ela ainda oferece dashboards customizáveis para uma decisão integrada, utilizando diversos modelos e atributos do cadastro positivo de forma anonimizada.

Já o Serasa Score Positivo indica de maneira simples a probabilidade de o do consumidor ficar inadimplente nos próximos 12 meses unindo as informações de 1 ou 2 bureaus. Ele combina também informações de contas pagas, empréstimos, financiamentos e compras com cartões.

O melhor de tudo é que essas soluções de crédito para desbancarizados e thin files contam com a expertise da Serasa Experian e com o know-how já obtido com os 12 milhões de pessoas que anteriormente já haviam aderido ao Cadastro Positivo.

Com o Cadastro Positivo, a Serasa Experian também oferece produtos completos como Renda Pró, Comprometimento Mensal Estimado, Capacidade Mensal Estimada e o Indicador de Pontualidade. Esses produtos estimam o que o consumidor é capaz de pagar e a probabilidade de cumprir pontualmente com seus compromissos financeiros. Quem tiver os melhores produtos poderá suportar as operações com muito mais robustez.